Rosana Nunes em 15 de Março de 2019
Um drama que o casal Bruno Adrison Barbosa, de 27 anos, e Katiuscia Fernandes da Costa, de 24 anos, jamais imaginou passar: a perda do primeiro filho, ainda na barriga da mãe, chamado Valentim.
Com pouco mais de 8 meses de gestação, Katiuscia começou a sentir contrações e dores muito fortes por volta da 01h de domingo passado (10) e ainda apresentava um pequeno sangramento. Imediatamente, Bruno levou a esposa para a Maternidade de Corumbá e foi aí que começou o drama dos dois.
“Encontramos a maternidade trancada, mas vieram nos atender e encaminharam a minha esposa para a sala da médica plantonista. Só que a médica e a enfermeira estavam preocupadas com o sumiço da chave de um carro enquanto minha mulher se contorcia de dor. Depois de algum tempo, ela finalmente examinou, fez o toque e me disse: ‘olha aí pai, não tem nada’. Perguntei e quanto as contrações, as dores? E ela respondeu que nós estávamos equivocados com a data, que não era hora do bebê nascer e simplesmente nos liberou sem fazer nenhum outro exame”, contou Bruno ao Diário Corumbaense.
O pai do bebê disse que a dores não cessaram, que a esposa passou por muito sofrimento e na segunda-feira (11), os dois voltaram à Maternidade às 10h. Outro médico plantonista os atendeu e também disse que “não era nada”.
Bruno, então, resolveu levar Katiuscia a uma clínica particular e, novamente, ouviram que estava tudo “normal” e o médico os liberou. “Ficamos sem rumo porque ela continuava se contorcendo de dor. Foi aí que decidimos ligar para o médico que acompanhou parte do pré-natal, porque ele teve que viajar e ficou cinco meses fora. Ele sim nos tratou com humanidade, saiu de uma cirurgia no hospital e a atendeu na maternidade, mesmo não estando de plantão. Mas, infelizmente, às 16h de quinta-feira (14), ele constatou que o bebê já não tinha mais batimentos cardíacos. O médico fez a cirurgia para a retirada da criança, que tinha 53 centímetros e pesava 3 quilos e 200 gramas. Estamos devastados, esperamos com muito amor o nosso primeiro filho e, agora, por negligência, omissão de socorro, não temos o Valentim em nossos braços”, disse Bruno, bastante emocionado.
Arquivo pessoal Uma das muitas fotos do álbum que Katiuscia preparou durante a gestação
Bruno não quis citar os nomes dos médicos que atenderam a esposa, mas vai procurar um advogado para mover uma ação contra a maternidade. “Nós não queremos indenização porque nada vai trazer nosso filho de volta. Queremos Justiça e que outros pais não passem pelo o que estamos enfrentando. É preciso mais cuidado, humanidade, responsabilidade com as pessoas. Se desde o primeiro atendimento fossem feitos os procedimentos necessários, Valentim poderia estar conosco agora, nos dando alegria, pois ele foi amado e muito esperado. O que estamos vivendo é uma perda imensurável”, relatou Bruno Barbosa a este Diário.
Junta Interventora diz que vai apurar denúncia
Em nota, a Associação Beneficente de Corumbá, responsável pela Maternidade, informou que “a família de Valentim ainda não procurou o hospital ou apresentou qualquer tipo de reclamação oficial”.
“Sobre a perda, a Junta Interventora e a Direção Administrativa se sensibilizam com a dor dos familiares, e confirmam que já encaminharam ofício para a Direção Clínica apurar os fatos e dar providências legais”, diz o comunicado.
A direção ainda informou que a Ouvidoria interna da Santa Casa está diariamente atendendo “reclamações e elogios de forma sigilosa, presencial ou pelo telefone 3234-8977.”
Eliane Magalhães: Espero que seja feito justiça, e não varram pra debaixo do tapete as denuncias contra servidores omisso desta instituição.?
Heliatrice Leite : Hoje toda nossa familia esta em Luto pois o nosso tim tim ( apelido carinhoso que referiamos ao bebê) não está entre nós, mas tenho fé na justiça do Homem!
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