PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Qual a importância do Carnaval de Corumbá?

Por Victor Raphael (*) em 01 de Março de 2019

Reservei especialmente o ultimo texto da segunda temporada da coluna “Por Dentro da Folia” para fazer um exercício de “futurologia”. Baseado no que anda acontecendo na atualidade... para onde anda o Carnaval de Corumbá, o maior festejo do Centro-Oeste do Brasil?

A resposta não é tão simples e depende de vários indicadores, mas podemos falar de forma bem sucinta sobre alguns deles. A primeira condição de uma festa como o carnaval é a sua popularidade, e isso é um indicador extremamente positivo para a Cidade Branca. A cada ano que passa, o corumbaense parece se envolver mais com o carnaval e atrai mais turistas. O grande trunfo da cidade é ter um período de carnaval diversificado em termos de manifestações, não ficando restrito aos trios elétricos ou tão somente às escolas de samba. A cidade acolhe gente com todo tipo de gosto com um evento sob medida. É a versatilidade da folia corumbaense.

 

No bojo da popularidade, está a viabilidade econômica do carnaval, algo que também é positivo no caso de Corumbá. Os investimentos feitos para os dias de festa se revertem em alta circulação econômica, na forma do consumo nas barracas e dos ambulantes; na lotação dos hotéis, no consumo em restaurantes, bares, lanchonetes e toda a sorte de serviços que a cidade possa proporcionar. Esse indicador é uma das condições mais importantes para a manutenção da festa e a progressão dos investimentos, uma vez que, ao contrário de muitos municípios, Corumbá pode dizer que tem um carnaval superavitário economicamente falando.


Além da alegria, da tradição, da energia do povo corumbaense, que são peculiaridades que nos é motivo de orgulho, há um componente que, por mais que não entre na passarela, influencia as atuações de blocos e escolas de samba. O que se tem percebido é que, ano após ano, as escolas de samba, os blocos, e mesmo as ligas que representam estas duas categorias, vêm se esmerando em conseguir cada vez mais profissionalizar o formato de gestão de suas entidades, na celeridade dos processos cabíveis aos desfiles, como os regulamentos e as gravações de sambas de enredo, além de uma busca cada vez maior do diálogo com o seu público.


E para encerrar, vale dizer que o ponto de vista artístico dispensa comentários. Enredos mais elaborados, a parte plástica dos desfiles com maior esmero e criatividade e a busca das agremiações para novas soluções que visam engrandecer o espetáculo e agraciar os públicos com essas novidades. Tanto que a impressão de quem está do lado de fora da festa, o espectador, pode ser a de que a passarela se encurta a cada ano... mas o que aumenta mesmo, assim como essa paixão que é poder falar do que ama, é o gostinho de quero mais que vai ficar quando o carnaval chegar ao fim...


Evoé!


(*) Victor Raphael é compositor e diretor da Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá.