Ensaio técnico “dá gostinho” do que será a competição entre escolas de samba este ano

Evento certo no calendário carnavalesco de Corumbá, o ensaio técnico das escolas de samba já levou grande público para a rua Frei Mariano e avenida General Rondon na noite de quarta-feira, 27 de fevereiro, após ser adiado na noite anterior por causa da chuva.

Com um clima bem diferente do calor ao qual o corumbaense está habituado, o ensaio contou com a participação de nove escolas que, desde o ano passado vêm concorrendo em grupo único. A décima agremiação, Império do Morro, não esteve presente, pois promoveu na mesma noite o seu tradicional evento, a Noite Verde e Rosa.

Além de quesitos e alas que utilizam o espaço da passarela para evoluir com coreografias como comissão de frente e casais de mestre-sala e porta-bandeira, o momento é fundamental para ajustar o som nos carros, bem como os ritmistas testarem o recuo.

“Se falhar o som numa escola, metade do seu desfile está comprometido, então temos que testar para tudo dar certo. As dúvidas têm que ser tiradas aqui hoje. Ano passado reclamaram muito do retorno do som e esse ano aumentamos bastante. A cada ano buscamos atingir o objetivo que é fazer um grande espetáculo e mostrar o retorno dos investimentos da Prefeitura e do Governo do Estado, gerando emprego e renda também”, comentou ao Diário Corumbaense o presidente da Liesco (Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá), Zezinho Martinez.

O dirigente lembra que o ensaio não é voltado apenas para as agremiações, mas para todos os setores que ajudam a realizar essa que é a maior festa popular da região.  “A experiência aqui é para todos, incluindo a Liga, a organização do carnaval da Prefeitura, segurança”.

Há 15 anos no carnaval corumbaense, o diretor de harmonia, José Maria Rodrigues, setor responsável pela evolução da escola dentro do tempo limite previsto e do regulamento, explica que o ensaio técnico é realmente uma necessidade.

“É a oportunidade que nós que vamos cronometrar, dirigir o espetáculo, termos uma interação maior com os quesitos que, por sua vez, podem se posicionar nos locais reais onde serão executados tudo o que planejou”, afirmou.

Em sua experiência por diversas escolas de samba, ele reforça que o ensaio técnico pode mudar muito daquilo que é programado em ambiente longe da avenida e lembrou um caso ocorrido há alguns carnavais passados.

A comissão de frente tinha um tripé e ele não conseguiu ser conduzido pelos componentes devido ao pavimento então o coreógrafo adaptou os bailarinos para a situação que foi detectada durante o ensaio”, lembrou Zé Maria que, este ano, estará defendendo as cores das escolas Estação Primeira do Pantanal, Marquês de Sapucaí e Mocidade Independente da Nova Corumbá.

Assim como o diretor de harmonia, o coreógrafo Anderson Dias Nunes desfilará em várias escolas. No caso dele, em mais 50% delas e, em todas, com a responsabilidade de alas coreografadas. “O ensaio técnico para mim é como se fosse o próprio desfile porque pegamos ritmo, velocidade da bateria e, para alguns integrantes, é a estreia na avenida, o que já quebra essa ansiedade”, avaliou.

As irmãs Luciana e Rosana Sorrilha, vieram do bairro Cervejaria, e do alto de uma das arquibancadas mostraram que não é apenas a cerveja gelada a bebida do folião. Como boas pantaneiras, elas levaram o bom tereré para acompanhar a passagem das escolas de samba.

“Eu amo o carnaval de Corumbá que é o melhor do Centro-Oeste, alterna entre cerveja e tereré”, disse Luciana ao contar o segredo para se manter refrescada e hidratada ao longo dos desfiles.

Movimentando a economia

Para a ambulante, Flávia de Barros, o carnaval é uma época de muito trabalho, porém próspera. Ela venda água e bebidas com as quais garante faturar para garantir o sustento da família por alguns meses. Segundo ela, o movimento já é bom desde o ensaio técnico. “Os cinco dias de carnaval rendem muito pra gente. O ensaio técnico já é bom, eu adoro o carnaval e aproveito para trabalhar e curtir um pouco”, disse.

Quem também acompanhou o ensaio foi o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, que fez questão de ressaltar que a grandiosidade do evento ultrapassa apenas o aspecto festivo. Carnaval, segundo o prefeito, é um grande impulsionador da economia local.

“Isso traz muitos recursos, faz girar nossa economia, gera emprego e renda. Todos os hotéis lotados, casas de amigos e parentes sendo abertas por isso é um investimento que já está em nosso orçamento, em nosso calendário”, falou ao lembrar que, este ano, antecipou o recurso público aos presidentes das escolas e que, para 2020, pretende antecipar mais ainda, visando sempre um espetáculo melhor a cada ano.

“Ano que vem queremos que seja, no máximo, no início de setembro porque quanto antes melhor para os diretores e presidentes comprarem os materiais bem mais baratos do que agora. Vamos fazer em três parcelas, mas com a primeira no começo de setembro, depois outro em novembro e a terceira em janeiro, cada vez mais, profissionalizando as escolas”, revelou em entrevista a este Diário.

Iunes ainda reforçou o pedido de que os foliões sejam conscientes e exagerem apenas na alegria, a fim de mostrar a receptividade do povo corumbaense, característica tão exaltada e que rende frutos futuros para o turismo.

“Queremos que todos desçam em paz para brincarmos saudavelmente e mostrar ao turista que nossa cidade é hospitaleira e que eles voltem no São João, no final de ano”, concluiu.

Ordem dos desfiles

Domingo - 03 de março

- Estação Primeira do Pantanal

- Unidos da Major Gama

- A Pesada

- Imperatriz Corumbaense

- Império do Morro

Segunda - 04 de março

- Acadêmicos do Pantanal

- Mocidade da Nova Corumbá

- Caprichosos de Corumbá

- Unidos de Vila Mamona

- Marquês de Sapucaí