Lívia Gaertner em 23 de Fevereiro de 2019
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Mocidade aposta em "Os 110 anos dos Divinos Santos do Brasil" para defender o título na avenida
“Tem muitos que comentam que a escola está linda, mas tem dúvidas sobre o que estamos falando. Quando explicamos sobre as entidades, muitos associam a algo negativo por desconhecerem, daí eles olham a fantasia, a gente conversa, tenta explicar que não são coisas malignas como pintam por aí”, comentou o carnavalesco Edílson Oliveira ao defender o enredo como uma oportunidade de diminuir o preconceito que ainda existe sobre as religiões de matrizes africanas.
“Mostrando o lema da Umbanda que é ‘Fé, Caridade e Esperança’, muitos já quebram esse impacto negativo. Alguns chegam e dizem que fé não é para se discutir, e sim se sentir. Eles afirmam que só querem brincar o carnaval na escola”.
Desde agosto mergulhado no universo da Umbanda, o carnavalesco comentou ao Diário Corumbaense que o desfile com o qual a Mocidade pretende manter o título de campeã do carnaval é um trabalho de entendimento comum entre ele e demais integrantes da diretoria.
“Quando me foi passado o enredo, na hora topei porque sou da religião. Fui muito bem recebido, ouvi a proposta dos diretores para chegar a um consenso até porque ele poderia ter outro caminho, falar apenas sobre o surgimento da Umbanda. Entretanto, optamos por falar de mais coisas também, as ideias foram brotando, cada um expondo sua visão sobre a religião e acredito que o desfile vai agradar a todo tipo de público na avenida”, detalhou sobre o processo criativo do qual se orgulha ocorrer de forma coletiva.
“Vamos começar com a África, Olorum (força criadora do mundo) até o último carro que será o Terreiro da Paz. Conta toda a história do povo da Mata, das Águas, das Ruas, os Escravos, então acredito que a diversificação das alas é o que vai encantar mais porque temos desde as mais luxuosas até as mais rústicas”, contou.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Carnavalesco Edílson Oliveira tem missão de formatar enredo com tantas referências
O carnavalesco explicou que cada elemento que o público verá no desfile foi estudado e pensando na melhor forma de apresentar o enredo. Dentro desse pensamento, os quatro carros alegóricos prometem belas esculturas, já que essa é uma das especialidades de Edílson, além dos muitos efeitos.
“A escola toda em si, tudo foi pensando para agradar e não agredir as pessoas. Os fundamentos da religião vão ser percebidos. Será uma escola muito colorida e diferente, que para quem não conhece a religião, vai desmistificar muita coisa”, e continuou. “Os carros alegóricos têm pontos altos que, assim como todo carnavalesco, não vou revelar, só na avenida. Garanto que todos estão bem elaborados, a parte de esculturas, efeitos, tudo feito aqui na cidade, esculpido aqui mesmo. Nada de fantasias de luxo. Nada está sendo colocado sem um motivo”, disse.
A Mocidade é uma das dez escolas de samba de Corumbá que irão concorrer na 10ª edição do Esplendor do Samba, que em 2019 irá indicar 3 nomes em cada um dos 11 quesitos e melhor escola de samba durante as duas noites de desfile.
Grêmio Recreativo Mocidade Independente da Nova Corumbá
Fundação: 22/06/1999
Presidente: Fernanda Vanucci
Cores: verde, vermelho e branco
Carnavalesco: Edílson de Oliveira
Enredo: Os 110 Anos dos Divinos Santos do Brasil
Samba-enredo: Os 110 Anos dos Divinos Santos do Brasil
Compositor: Victor Raphael, Ailson Renan e Edu Chagas
Intérprete: Braguinha
Mestre de Bateria: Diego Rojas
Número de componentes: 900
Número de alas: 14
Número de carros alegóricos: 04 + 02 tripés
Componentes da bateria: 100
Porta-bandeira: Valessa
Mestre-sala: Edélton
Rainha da bateria: Carol Castelo
Colocação em 2018: 1ª colocada com 179,5 pontos
Ordem de desfile em 2019: 2ª a desfilar na segunda-feira, 04 de março
Informações: (67) 9 9164-0119
Samba-enredo: Os 110 Anos dos Divinos Santos do Brasil
Autores: Victor Raphael, Ailson Renan e Edu Chagas
Tem festa pras sete linhas
Zélio abre a curimba aos orixás
Iabá já preparou
Oferendas ao Senhor
À luz dos meus rituais
Ao tempo.... gingando no meio da rua
A noite é toda sua até o galo cantar
Tira da lapela do malandro
Da cabrocha o acalanto
E o brilho do luar
Na canjira de Umbanda, caboclo é doutor
Na cachoeira, ofertar o meu amor
Capoeira salva a banda, todo corpo balançou
Ensinamentos que “Seo Sete" nos deixou
Meu santo bebe cachaça
Eu canto no meio da mata
Tremula maracá, as ervas vão purificar
O Povo da Terra e do Mar
Olha o tombo da maré! Olha o tombo da maré!
Marinheiro vai levar o amor de uma mulher
No cachimbo do Preto Velho
Resistência ao cativeiro
Abre a porta da senzala
Alumia meu terreiro
Samborokô, saruê filho de Pena
Na encruza ou na Jurema
Abre a gira pra saudar
A bandeira é de paz e caridade
No tambor da Mocidade, Aruanda vai brilhar
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