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Corumbá: pais são condenados a 48 anos de prisão pela morte da filha de 1 mês de idade

Da Redação em 08 de Fevereiro de 2019

Divulgação

Júri popular no Tribunal do Fórum de Corumbá

Após quase 12 horas de julgamento, foi condenado pelo crime de homicídio qualificado, o casal Lorrayne Guimarães Torres e Gilson Gonçalves, ambos acusados pela morte de sua filha Ayla Gabrielly Torres, uma bebê de pouco mais de 1 mês de idade. O julgamento foi realizado no Tribunal do Júri de Corumbá e foi presidido pelo Juiz de Direito em Substituição Legal, Deyvis Ecco.

A acusação foi feita pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, representado pelo Promotor de Justiça Fabio Adalberto Cardoso de Morais, que atuou no Plenário e sustentou a denúncia dos réus pelo crime de homicídio triplamente qualificado: meio cruel, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Já a defesa foi feita pela Defensoria Pública do Estado, por dois defensores diferentes, haja vista a divergência nas teses defensivas dos réus.

O Conselho de Sentença acatou a acusação do Ministério Público e decidiu que os réus eram culpados. O juiz fixou a pena de 24 anos de reclusão para cada um.

Entenda o caso

Ayla Gabrielly Torres, nasceu em 12/12/2015, prematura aos 7 meses e portadora de hidrocefalia (acúmulo de líquido cefalorraquidiano no interior da cavidade craniana, aumentando a pressão intracraniana sobre o cérebro, podendo vir a causar lesões no tecido cerebral, havendo o aumento e inchaço do crânio). Ela não tinha capacidade de sucção e deglutição (engolir), desde então, a bebê necessitou ficar internada no berçário do hospital e alimentada apenas por sonda.

Depois de 23 dias internada, a mãe ficou de "saco cheio" de ir ao hospital todos os dias e conseguiu retirar a bebê do hospital, mesmo cientificada de todos os riscos e necessidades da menina, que era especial. A mãe assumiu o risco e levou Ayla para a casa. O pai compactuou com a conduta da mãe, aliás, ele pouco se preocupou com a filha desde a gestação até a morte.

Além de não prestarem os mínimos cuidados à criança, os pais retiraram a sonda dela, única forma que a alimentava, deixando-a sem alimentação e, consequentemente, desnutrida.

No dia 24 de janeiro de 2016, no início da noite, em torno das 20h, a mãe deu mamadeira para a bebê e a largou na casa de uma vizinha, dizendo que precisava ir apenas a um aniversário e voltaria logo, mas, na verdade, ela foi para um pagode. Já o pai ninguém sabia onde estava.

A bebê morreu naquela mesma noite em torno das 22h, por bronco-aspiração por meio líquido e absolutamente desnutrida. A mãe chegou 3 horas da manhã, completamente bêbada, já com o Samu em sua casa. Como o médico do Samu não viu sinais de violência na bebê, não acionou a polícia. Pai e mãe dormiram com a bebê morta em casa.

Pela manhã, a mãe saiu pelas ruas com Ayla no colo e o pai, sem se importar, ficou em casa assistindo a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior daquele ano de 2016, entre Corinthians e Flamengo, e fez questão de dizer na Delegacia de Polícia que o jogo estava 2 x 0 para o Corinthians quando os policiais chegaram em sua casa.

Os pais foram presos e os policiais ainda encontraram quase 160 trouxinhas de pasta base de cocaína em um pacote de fraldas. As informações são da assessoria de comunicação do Ministério Público Estadual.

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