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Governo de MS quer novo porto seco de Corumbá operando ramal ferroviário

Silvio Andrade, Assecom Governo MS em 28 de Novembro de 2018

Silvio Andrade/Governo do Estado

Secretário Jaime Verruck, da Semagro, fala durante a audiência pública realizada pela Receita Federal em Corumbá

O Governo de Mato Grosso do Sul defendeu a implantação de um novo porto seco em Corumbá com estrutura rodoferroviária para se integrar à Ferrovia Malha-Oeste, cuja recuperação foi garantida pelo presidente eleito Jair Bolsonaro com investimentos de R$ 5 bilhões. O desenvolvimento logístico é estratégico para o Estado e o ramal ferroviário na área alfandegária é fundamental para atender o crescente comércio com a Bolívia. 

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, participou da audiência pública promovida pela Receita Federal sobre o novo porto seco, em Corumbá, na terça-feira (27), e sugeriu a construção do terminal ferroviário, que não estava contemplado no edital da nova estrutura. A proposta deve alterar o projeto original, cuja licitação está prevista para abril de 2019. 

“O que destacamos na audiência foi que o porto seco deve ter a dimensão de prever o que nós, como Governo do Estado, temos como meta para o desenvolvimento futuro de Corumbá e região”, disse. Ele citou o empenho do governador Reinaldo Azambuja para efetivar a reconstrução da Malha-Oeste e concretizar a implantação do corredor biocecânico – que ligará o Porto de Santos (SP) ao porto de Ilo, no Peru, passando por Mato Grosso do Sul. 

Foco na intermodalidade 

Para o secretário, as alterações sugeridas no edital garantem uma nova estrutura alfandegária que não venha a atender as necessidades de Corumbá para agora, mas para os próximos 25 anos, com a inversão do fluxo de mercadorias na fronteira a partir da exportação de ureia e outros produtos pela Bolívia. “Éramos eminentemente exportadores, contudo passamos a importar 300 mil toneladas de ureia e já sinaliza-se contratos de cloreto de potássio”, pontuou. 

Outro fator preponderante nessa discussão – adiantou Verruck -, que deve ser considerada, é a posição tomada pela Bolívia de eleger a Hidrovia do Paraguai como o caminho para chegar seus produtos ao mercado internacional. “O acesso à hidrovia é por Corumbá e vivenciamos um momento importante e estratégico para o porto seco, tornando o município no principal entreposto comercial dessa integração intermodal intercontinental”, falou. 

A intermodalidade é um ponto fundamental quando se trata de logística, argumentou o secretário. “O porto seco vai permitir esse fluxo de exportação e importação, mas temos que focar a questão da intermodalidade para o desenvolvimento”, frisou, salientando as tratativas do Estado com a Receita Federal para implantar os portos secos de Três Lagoas e Campo Grande, onde outra alternativa é ampliar a área alfandegária do aeroporto internacional. 

Obra inicia em 2019 

O presidente da Associação Comercial de Corumbá, Lourival Vieira Costa, também destacou a importância de um novo porto seco na região fronteiriça para eliminar os gargalos do transporte. “O fluxo de cargas se inverteu e a atual estrutura não suporta a demanda, se perde muito tempo e dinheiro na passagem dessa mercadoria”, afirmou. O novo porto seco, segundo ele, vai facilitar para todos, da indústria ao importador, evitando-se prejuízos. 

O atual armazém alfandegário de Corumbá, a Agesa, apresenta deficiências estruturais depois de 26 anos em operação e sua concessão, autorizada pela Receita Federal, foi encerrada. O novo porto seco, conforme estudos de viabilidade apresentada pela Receita, poderá ser construído também no município vizinho, Ladário. O edital da obra será lançado no dia 29 de janeiro de 2019, com licitação prevista para abril e execução a partir de julho. 

O porto seco de Corumbá abrange a captação de cargas de todo o País, principalmente das regiões Sul e Sudeste. Dados de 2015, apontam que mais de 90% da movimentação (856 mil toneladas) eram para exportação, cabendo às importações a fração de 51 mil toneladas. Nesse ano, segundo a Agesa, as importações da Bolívia, sustentadas principalmente pela ureia, devem fechar em 200 mil toneladas, com previsão de dobrar o volume a curto prazo. 

A audiência pública 

A audiência pública foi realizada na Associação Comercial de Corumbá, durante a manhã desta terça-feira (27.11), coordenada pela Comissão de Licitação da Receita Federal, em Brasília. Presentes também a coordenadora de Competitividade Empresarial da Semagro, Fernanda Lopes; o secretário de Governo de Corumbá, Cássio Costa Marques; e representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS (Setlog) e operadores.