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Procuradoria manda PF investigar Odilon e encaminha denúncia ao TRF3

Campo Grande News em 17 de Setembro de 2018

Divulgação

Odilon durante entrevista em agenda de campanha

O procurador regional eleitoral de Mato Grosso do Sul, Marcos Nassar, determinou que a Policia Federal abra inquérito para apurar denúnciais feitas por Jedeão de Oliveira em relação ao juiz federal aposentado e candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Odilon de Oliveira (PDT). Jedeão, que foi funcionário de confiança por mais de 20 anos de Odilon, acusou o juiz de vender sentenças, arquitetar negociatas para beneficiar traficante e manipulação de dados para majorar número de apreensões.

As acusações foram feitas pelo ex-funcionário em entrevista para a Folha de São Paulo, antes da conclusão de inquérito inicial instaurado pela Policia Federal que à época, 31 de agosto, manifestou inviabilidade de investigação alegando a “falta de provas concretas”.

Contudo e devido a “notória repercussão” e “elevada gravidade” das denúncias, Nassar determina o prosseguimento dos trabalhos e o encaminhamento de cópia das declarações de Jedeão à Corregedoria do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

A investigação deve ser encabeçada pela Delecor (Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros) da PF. No documento, o procurador também determina a remoção do sigilo do documento com as declarações de Jedeão.

Denúncias

Desde as denúncias de sumiço de dólares na 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande e sua demissão, Jedeão mora em Cuiabá. Ele justificou que foi para o Mato Grosso por medida de segurança. Ele é acusado de desviar R$ 11 milhões da Justiça Federal, foi demitido em 2016 e desde então é alvo de uma investigação, segundo ele, patrocinada pelo ex-chefe.

As “declarações por instrumento particular” datam de 15 de junho de 2018. Odilon é retratado por Jedeão como um exibicionista, que passava por cima da lei para investigar a quem quisesse através de uma agência própria de espionagem e de escutas clandestinas.

As acusações foram protocoladas em um cartório de Bauru (SP) e entregues ao MPF a fim de fechar acordo de delação em ação contra o ex-servidor. O MPF rejeitou a tentativa de acordo por não enxergar ali elementos para uma colaboração premiada, porém, confirmou que vai analisar o documento “para verificar a viabilidade de início de investigação”.

O outro lado

Em nota publicada no dia 29 de agosto, no site oficial da campanha, Odilon disse que a Justiça Federal, a PF e o MPF nunca estiveram envolvidos com escutas telefônicas ilegais. “São acusações falsas contra três instituições federais feitas como mera estratégia de defesa e, também, para atender, ao mesmo tempo, interesses de adversários políticos”.

O candidato afirma que seu ex-braço-direito, sem credibilidade por ser réu confesso e nada mais tendo a perder, “procura lançar suspeitas sobre os juízes e servidores da vara e acusar, de modo criminoso, o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça Federal por grampos telefônicos supostamente ilegais”.

Segundo Odilon, o ex-servidor deverá responder na Justiça pelo desvio dos recursos na Vara Federal e por essas acusações falsas. “Em sua carreira na Justiça Federal, Odilon jamais sofreu processo e seu passado limpo incomoda os adversários, que veem nele um candidato forte para vencer a disputa ao governo de Mato Grosso do Sul no próximo dia 07 de outubro”, diz a nota.