Lívia Gaertner em 11 de Junho de 2018
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Cerimônia aconteceu em frente ao Pórtico do 6º Distrito Naval em Ladário
“É uma integração muito grande ainda mais em Corumbá e Ladário onde a Marinha tem uma forte ligação com ambas as cidades desde 1873, logo após a Guerra do Paraguai, quando a Marinha lançou sua pedra fundamental e, a partir daí, as cidades tiveram uma integração muito grande, prova disso é que, hoje nas comemorações da Batalha do Riachuelo, temos a participação da comunidade, o que fortalece ainda mais nossa união”, disse o comandante do 6º Distrito Naval, contra-almirante Luiz Octávio Barros Coutinho, ao Diário Corumbaense.
Ele lembrou da posição estratégica dos municípios dentro do contexto de defesa nacional e que a presença da Marinha ainda hoje, apesar de grande período de paz, faz-se necessária pela região manter essa característica estratégica, sem contar as ações sociais que a instituição militar promove para benefício da população civil, a exemplo das várias Aciso’s (ações cívicos-sociais), das quais se destacam aquelas direcionadas à população ribeirinha em regiões de difícil acesso.
“É uma presença que fortalece a do Estado Brasileiro na nossa fronteira oeste para nossa função constitucional, que é a defesa do país. Estamos aqui prontos para qualquer necessidade”, avisou o comandante.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Comandante do 6º DN, contra-almirante Luiz Octávio Barros Coutinho, falou da interação entre a instituição militar e o público civil
Na ordem do dia do comandante da Marinha, lida durante a cerimônia militar, o almirante de esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira ressaltou os aspectos históricos da Batalha e a bravura dos participantes. Ele usou de metáforas para descrever o momento pelo qual passa o país.
“Nesses tempos incertos e nebulosos, a Pátria navega em mar encapelado, hesitando na busca de um rumo que nos traga maior estabilidade interna e um mínimo de coesão em torno dos grandes objetivos de desenvolvimento econômico e social”, diz o pronunciamento que continua ao ressaltar, dentro desse contexto, qual deve ser o papel da Marinha.
“A Marinha tem fundamental contribuição a dar para superar a crise que se abate sobre a Nação, a exemplo do que fizeram aqueles heróis de Riachuelo. Somos uma sólida Instituição, presente em todos os marcantes momentos da história do Brasil, forjada nos mais caros valores de nossa civilização, com acentuado espírito nacional e com atuação pautada nos preceitos constitucionais, fiel aos pilares da hierarquia e disciplina. Atuamos nos mais longínquos rincões deste imenso território, muitas vezes sendo os únicos representantes do Estado para milhares de brasileiros. Executamos nossas tarefas principais e subsidiárias com grande entusiasmo, mesmo quando à custa de grande sacrifício pessoal e familiar”, afirmou.
Ainda durante a cerimônia deste 11 de junho, militares foram condecorados com a Medalha Mérito Naval. Houve também desfile da tropa e demonstração de força com disparos de canhões.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Militares foram condecorados durante cerimônia
Histórico
A importância da vitória nessa batalha está ligada ao fato que, até aquela data, o Paraguai tinha a iniciativa na guerra e ela inverteu a situação, garantiu o bloqueio e o uso pelo Brasil dos rios, que eram as principais artérias do teatro de operações de guerra. Essa foi a primeira grande vitória da Tríplice Aliança na guerra e, por isto, muito comemorada. O desfecho da Batalha Naval do Riachuelo, ocorrida no dia 11 de junho de 1865, representa uma das vitórias mais relevantes da História Militar do Brasil, tornando-se, assim, um dos principais eventos a serem rememorados.
O conflito, ocorrido entre 1864 e 1870, foi resultado de uma série de disputas políticas envolvendo as nações que trafegavam na região do rio da Prata. O início da guerra só tomou forma mediante o ambicioso projeto expansionista do governo paraguaio.
Na época, os navios da força brasileira não tinham instalações apropriadas para a navegação fluvial, o que ameaçava a perda de uma embarcação devido o encalhamento. Além disso, as embarcações eram feitas todas de madeira, o que oferecia grande risco frente a qualquer artilharia terrestre.
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