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Chefão do tráfico, "Cabeça Branca" foi sócio de Jorge Rafaat em MS

Campo Grande News em 15 de Maio de 2018

O esquema de lavagem de dinheiro, desvendado pela Operação Efeito Dominó, que hoje (15) cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão em várias cidades brasileiras, inclusive em Amambai, Dourados e Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, é alimentado pelo império do narcotráfico montado pelo traficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”.

Divulgação

Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, no dia 1º de julho do ano passado, quando foi preso no MT

Preso no dia 1º de julho do ano passado em Sorriso (MT), onde vivia como uma pessoa comum após passar por várias cirurgias plásticas, Cabeça Branca já foi o criminoso mais procurado da América Latina. O que pouca gente sabe é que ele começou a vida de crimes na Linha Internacional entre Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

Cabeça Branca era sócio de outro barão do narcotráfico, o sul-mato-grossense Jorge Rafaat Toumani, executado a tiros de metralhadora calibre .50 no dia 15 de junho de 2016, em Pedro Juan Caballero.

Desaparecido desde a década de 90, quando se associou a Jorge Rafaat para expandir os negócios do tráfico, Luiz Carlos da Rocha foi condenado em 2013 a 34 anos de prisão em Mato Grosso do Sul. Na mesma sentença foram condenados os irmãos Jorge e Joseph Rafaat, a 47 e 15 anos de prisão, respectivamente.

Usando nomes falsos e mudando o rosto através de cirurgias plásticas, Cabeça Branca brincou de esconde-esconde com a Interpol até ser preso por policiais federais no interior do Mato Grosso, quando comprava pão em uma padaria de Sorriso, onde morava usando o nome de Vitor Luiz de Moraes.

Os cabelos já não eram mais grisalhos, o rosto estava rejuvenescido por cirurgias plásticas, mas Luiz Carlos da Rocha continuava sendo o "barão do tráfico" mais procurado da América do Sul pela Operação Spectrum da PF.

Para a polícia brasileira, Cabeça Branca é um empresário do crime e considerado o principal fornecedor de drogas para o Comando Vermelho e o PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele montou o mega esquema de tráfico comprando cocaína diretamente de produtores do Peru, da Colômbia e da Bolívia. Ele trazia a droga em pequenos aviões e armazenava em fazendas no Mato Grosso, de onde a droga seguia em caminhões para São Paulo.

"Ele trabalhava na escuridão. Tanto é que o nome da Operação Spectrum foi justamente cunhado pelo fato dele viver nas sombras, sempre oculto. Calculamos que o patrimônio dele seja de 100 milhões de dólares", afirmou no ano passado ao El País o delegado Elvis Secco, da Polícia Federal em Londrina (PR). Atualmente o narcotraficante está preso em um presídio federal no Paraná.