André Navarro em 12 de Maio de 2018
Com a experiência de dois mandatos de deputado estadual, depois de ter sido duas vezes governador, de ter tido a humildade de disputar uma cadeira na Câmara Municipal de Campo Grande e ter sido o recordista de votos para o cargo na Capital, o agora deputado federal Zeca do PT, afirma estar confortável na condição de disputar uma cadeira no Senado Federal. Para isso, segundo ele, o Partido dos Trabalhadores está se fortalecendo e, ele e o deputado federal Vander Loubet, seu primo, firmaram um acordo para que os dois não postulassem o mesmo cargo novamente, o que, segundo o próprio Zeca, pode ajudar a eleger ambos.
“Nós vivemos um momento delicado, um momento de fragilização do processo de consolidação da democracia brasileira, quase que um regime de exceção controlado pela grande mídia e por setores do judiciário, cerceamento de liberdades individuais, prisões preventivas, condenações sumárias sem direito de defesa, são exemplos do que está acontecendo no Brasil”, disse. Zeca complementou que isso tudo leva ao descrédito da política e dos políticos, o que ele classificou como problemático para a nação brasileira.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Zeca do PT participou de plenária realizada em Corumbá na noite de sexta-feira
“É nesse cenário confuso, desafiador, que nós vamos disputar eleições gerais. Presidente, governador, duas vagas de senador, a Câmara Federal e a Assembleia Legislativa". Ele acredita que o que vai orientar os eleitores, será o debate político em torno de propostas. “De um lado aqueles que querem aprofundar as reformas feitas pelo governo golpista, ou seja, a Reforma Previdenciária que eles querem votar, a entrega do Pré-Sal, agora a entrega da Elerobras, a privatização dos Correios. Semana que vem os Correios demitem em torno de 5,5 mil funcionários, fecha 500 agências, num processo de esvaziamento das empresas públicas, da Caixa Econômica, do Banco do Brasil. Do outro lado nós que pretendemos submeter isso a um veredito do povo depois de conquistar o governo para retomar um processo novo de recuperação dessas empresas públicas, sucateadas e entregues, retomar o processo econômico de geração de empregos e construção de políticas públicas que permitam a cidadania e a dignidade à grande parte do povo que foi jogada à absoluta miséria”, explicou Zeca.
A respeito de seu relacionamento com o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), ele disse que é excelente. Citou os recursos que trouxe de R$ 200 mil para a Apae, e R$ 4,5 milhões para aplicação pela Prefeitura no município, resultado de emendas suas e de Loubet. “Esse é dinheiro para infraestrutura da Agricultura Familiar, nós não podemos continuar com os assentamentos absolutamente abandonados. Com o Marcelo tenho certeza que é uma relação que tende a crescer, honesta, sincera, aberta, respeitosa e institucional, e eu quero muito bem ao prefeito Marcelo, como eu queria o saudoso prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (falecido em novembro passado)."
Da mesma forma ele classificou que respeita e muito o governador Reinaldo Azambuja e sua pré-candidatura à reeleição e disse que a disputa será feita de forma limpa e respeitosa. Zeca negou que possa haver uma composição com o PSDB no 1º turno das eleições em Mato Grosso do Sul, mas não deixou claro se isso poderia acontecer num eventual 2º turno. Afirmou que essas composições serão vistas lá na frente. Lembrou apenas que quando venceu pela primeira vez para ser conduzido ao comando do Executivo sul-mato-grossense, ninguém imaginava, porque foi para o 2º turno sem muitas chances, mas conseguiu reverter o processo.
Sobre a disputa pelas duas vagas no Senado Federal, ele foi categórico em afirmar: “Eu estou convencido que nós vamos fazer uma grande disputa para o Governo do Estado, que esta será uma disputa para dois turnos e Amaducci tem mais condições do que eu em 1998. Estou confiante que vamos retomar a vaga de senador que Delcídio jogou fora, eu acredito que o PT faz de dois a três deputados federais, dois com certeza, e que nós saímos de uma bancada que hoje é de quatro, para cinco deputados estaduais”, avaliou ao se referir ao senador cassado em maio de 2016, Delcídio do Amaral, após sua prisão na Operação Lava Jato.
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