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Trabalhadores da Vetorial fazem caminhada até Justiça do Trabalho

Lívia Gaertner em 27 de Fevereiro de 2018

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Trabalhadores caminharam até sede da Justiça do Trabalho em Corumbá

Trabalhadores da empresa Vetorial Siderurgia fizeram uma caminhada pelas ruas do Centro até à sede da Justiça do Trabalho em Corumbá onde cobram celeridade para vários casos ajuizados por atraso de salário e não pagamento de benefícios trabalhistas, conforme afirmou ao Diário Corumbaense, Johans Rogério Loureiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Siderúrgicas de Corumbá e Ladário.

“Essa situação vem se repetindo há dois anos. Ninguém quer alugar mais casa para trabalhador da Vetorial porque os alugueis são pagos atrasados, convivem com cortes de serviço como água e luz e não conseguem ter uma vida digna porque a empresa não paga o salário em dia. Além disso, ela não cumpre com o acordo coletivo 2016/2018 e todas essas ações estão aqui na Justiça do Trabalho e não foram resolvidas. Ações de descumprimento de trabalho estão aqui desde março de 2016. A Justiça está muito lenta”, disse.

“Fomos ao Ministério do Trabalho só que ninguém nos ouve, estamos tentando chamar a atenção desses órgãos de proteção ao trabalhador para que nos ajude, estamos pedindo socorro porque depois acontece o que aconteceu com a morte do companheiro Lenine, todo mundo nos dá voz, mas há muito tempo o Sindicato vem avisando das condições de trabalho e desses atrasos no pagamento”, disse o presidente ao lembrar do acidente que vitimou o mecânico de manutenção, Lenine Rosa dos Santos, de 43 anos, em 18 de dezembro de 2017. Ele teria recebido descarga elétrica enquanto realizava manutenção em forno da siderúrgica.

Johans Rogério Loureiro, presidente do Sindicato, afirma que categoria chegou no limite

De acordo com cálculos do Sindicato, 70 a 80% de todo o quadro de funcionários da empresa aderiu à greve desde o dia 16 de fevereiro. Os trabalhadores afirmam que estão sem o plano de saúde e ainda sem o recebimento da segunda parcela do 13º salário. Somam-se às reclamações o não cumprimento do piso salarial da categoria fixado em R$ 1.1172,60 e a ausência de pagamento integral durante os finais de semana e feriados.

“Isso sem corte de benefícios como o cartão alimentação, o vale gás. Os trabalhadores estão sendo intimados, coagidos a voltar aos seus postos. A empresa trabalha com falta de EPI (equipamento de proteção individual) e é ameaça em cima de ameaça. É trabalhador que vai pra bica de forno sem EPI correto, que dobra serviço. Depois que iniciamos a greve estão acontecendo coisas terríveis porque ficou a minoria lá dentro, esses trabalhadores estão sendo levados à exaustão”, afirmou Tel Cosme Garcia, integrante do Sindicato.

Os grevistas aguardaram a abertura do expediente da Justiça do Trabalho onde pretendem expor toda a situação ocorrida às autoridades. O Sindicato afirmou que se mantêm firme na manutenção da paralisação das atividades da empresa localizada na região de Maria Coelho, na BR-262, distante 45 quilômetros de Corumbá. A reportagem não conseguiu contato com a Vetorial. 

 

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