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Carnaval: A Pesada arrebata cinco placas douradas do Esplendor do Samba 2018

André Navarro em 14 de Fevereiro de 2018

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Vencedores da 9ª edição do Esplendor do Samba em 11 quesitos e melhor escola de samba de 2018

Ganhar uma placa do Esplendor do Samba é o sonho de todos aqueles que desfilam na avenida General Rondon. Antes da entrega do prêmio, que entrou este ano em sua 9ª edição, têm aqueles que roem as unhas, que batucam na mesa, que não param de jeito nenhum e ficam de lá para cá. O suspense, é claro, faz parte do show, assim como a apresentação da escola fica guardada a sete chaves até ser desvendada na avenida.

A cerimônia de entrega, regada a muito samba, com a música ao vivo de Roxo e seu conjunto, um dos baluartes do carnaval corumbaense, contou com a presença de cerca de trezentas pessoas. Autoridades, jornalistas, componentes das escolas, desde a diretoria até o pessoal do apoio. O clima de tensão era evidente na espera pelos vencedores. 

A jornalista Lívia Gaertner, conhecida pela comunidade do carnaval de Corumbá, e o artista Arce Correa, com sua personagem Maria Quitéria, se encarregaram de fazer os corações baterem ainda mais forte, em uma festa nesta quarta-feira de cinzas para indicados e convidados no Espaço M do Hotel Nacional. Os apresentadores fizeram suspense em quesito por quesito, até revelar os vencedores.

O último anúncio foi da melhor escola, aquela que aos olhos da comissão avaliadora do prêmio Esplendor do Samba e dos profissionais de imprensa que trabalharam na cobertura dos desfiles, foi a que melhor passou pela avenida, a que reuniu um conjunto mais enfático e ganhou os aplausos do público.

E contando uma história de amor a Corumbá de um homem que veio de longe, do continente europeu para edificar em Corumbá uma obra de orgulhar o cidadão corumbaense, A Pesada foi a grande campeã do Esplendor do Samba. O enredo que falou da Cidade Dom Bosco, projeto social e educacional fundado pelo Padre Ernesto Sassida, da dedicação para educar crianças e fazer delas cidadãos dignos e honrados, tocou mais fundo nos avaliadores e A Pesada fez uma grande festa para comemorar o título de Melhor Escola do Esplendor do Samba deste ano.

Quesito por quesito, o primeiro foi Comissão de Frente, o grupo que apresenta a escola na avenida e que dedica uma coreografia para fazer o balanço do que será desenvolvido. As três indicadas foram Mocidade Independente da Nova Corumbá, Estação Primeira do Pantanal e Império do Morro. A vencedora foi a escola da Zona Sul, a Mocidade Independente da Nova Corumbá.

Samba-enredo, a música que embala as centenas de componentes que cantam e extravazam alegria, veio na sequência. Novamente a Mocidade Independente da Nova Corumbá foi a escolhida e venceu a categoria que teve como concorrentes A Pesada e Acadêmicos do Pantanal.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Explosão de alegria no anúncio da A Pesada como a melhor escola de samba de 2018

No quesito Harmonia e Evolução, a disputa ficou entre A Pesada, Estação Primeira do Pantanal e Caprichosos de Corumbá. O quesito avalia a disposição da escola, a distância entre as alas, a alegria dos componentes, se eles estão cantando o samba, entre outras questões. Ficou com a placa dourada a Pesada.

Fantasias e Alegorias é uma disputa que envolve muito profissionalismo e investimento. É onde a criatividade do carnavalesco aflora, no embelezamento da agremiação. Disputaram o quesito Mocidade Independente da Nova Corumbá, A Pesada e Império do Morro. E novamente a escola da zona sul foi premiada. A Mocidade levou a placa para a Nova Corumbá. 

Mestre-sala, um cidadão cortejando, reverenciando e protegendo a Porta-bandeira. Passos marcados, declaração de amor ao símbolo da escola. Na concorrência Kelvin, da Estação Primeira do Pantanal. Carlinhos Jóia, da Vila Mamona e Juruna , da Império do Morro. Juruna vibrou ao receber o Esplendor  e se consagrar tricampeão da premiação no Carnaval de Corumbá. "Eu tenho dois prêmios no Mato Grosso e depois que voltei para Corumbá estou me consagrando aqui também. É muita emoção”, disse o Mestre-sala quase sem conseguir falar.

E depois do Mestre-sala, veio a Porta-bandeira. Mary da Estação Primeira do Pantanal; Francielly da A Pesada; e Ana Paula da Vila Mamona  passaram por um momento de muita, mas muita expectativa antes de o resultado ser anunciado. Suaram frio, viram o batimento cardíaco ir a mil, até que Mary da Estação Primeira do Pantanal ganhou o Esplendor para coroar seu trabalho na avenida, por onde carregou o símbolo de sua escola durante o desfile. “Ganhar o Esplendor hoje me deixa muito feliz, é sinal que todo o meu trabalho está valendo a pena. É por isso que eu desfilo não só para os jurados, mas para o público também”, disse Mary, que recebeu a terceira placa dourada. A primeira foi em 2014, depois 2016 e agora 2018.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Festa de premiação aconteceu nesta quarta-feira de cinzas no Espaço M do Hotel Nacional

Uma das maiores disputas fica sempre no quesito Intérprete, popularmente o puxador do samba. Normalmente é uma equipe, com quatro ou cinco cantores, mas um deles é o principal e é este que disputa. Os indicados ao Esplendor este ano foram Ninho Samba Bom da A Pesada; Levy Kelmo da Acadêmicos do Pantanal;  e Braguinha da Imperatriz Corumbaense.  Ninho Samba Bom levou a premiação. Já sem voz de tanto cantar samba neste carnaval, Ninho disse estar emocionado. “Só tenho a agradecer a esse trabalho profissional que vocês vem fazendo no Esplendor do Samba. Estou desde o início esperando e enfim o prêmio chegou, estou muito feliz”, comemorou.

Ala das Baianas é tratada com respeito e com carinho, é uma tradição do carnaval e um reconhecimento. Disputa acirrada entre Mocidade Independente da Nova Corumbá, A Pesada e Império do Morro. A vibração ficou toda para a Império do Morro, escola da região central de Corumbá.

Mas se tem um quesito que mexe com qualquer carnavalesco, esteja ele na avenida, nas arquibancadas ou em qualquer outro lugar, é a bateria. Algumas com ritmos marcados, outras com paradinhas e algumas com dois ou três cortes no samba. Cada mestre imprime a sua identidade à bateria. E nesse quesito foram indicados a Mocidade Independente da Nova Corumbá, A Pesada e Império do Morro. Quem comemorou o Esplendor foi o mestre João Victor, da A Pesada. E este foi um dos quesitos mais comemorados. Os integrantes da escola cantaram o samba, e pularam de alegria no Espaço M do Hotel Nacional.

Toda escola de samba conta uma história na avenida, tem um tema para ser desenvolvido, é o Enredo. A disputa ficou entre Mocidade Independente da Nova Corumbá, A Pesada e Imperatriz Corumbaense. Contando a história de Padre Ernesto e sua Cidade Dom Bosco, uma obra social que reúne educação e assistência social, a Pesada levou mais uma placa dourada.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Primeira-dama Amanda Iunes entregou placa dourada à homenageada Carol Duarte

Pausa para o anúncio dos campeões e a homenagem a personalidades carnavalescas, uma tradição do Esplendor do Samba que já homenageou o carnavalesco Benevides da Vila, o radialista Antônio Ávila, o presidente da A Pesada, Ney Colombo.

Este ano, a homenageada foi uma mulher. Pelo histórico, nascida e criada dentro de uma escola de samba. Desfilou pela primeira vez, ainda criança, como baiana, depois se firmou como uma das melhores passistas de Corumbá, a rainha da bateria nota 10 da Império do Morro, a neta da fundadora da escola - a saudosa carnavalesca Venância Duarte -, Carol Duarte chorou ao receber a placa do Esplendor do Samba das mãos da primeira-dama do município, Amanda Iunes. “Eu faço o que eu amo, pela minha família, pela minha origem”, agradeceu Carol.

E depois da eterna rainha, veio outra disputa que envolve a beleza feminina e a habilidade do “samba no pé”, a de Rainha da Bateria do Esplendor do Samba 2018. Elas sorriram e espalharam simpatia durante o desfile. Sambaram no paralelepípedo e no asfalto, brilharam como uma estrela dentro de um universo de sambistas, conduziram e apresentaram a bateria, o coração da escola. As três indicadas do ano foram Sâmya Cristine da A Pesada, Giovana Bastos da Caprichosos de Corumbá e Cartilene Diniz da Unidos da Vila Mamona. Cartilene venceu a disputa e levou o Esplendor para o bairro Universitário. “Eu estou muito emocionada, retornar à Vila, a minha escola do coração e ganhar o Esplendor de novo, é muita emoção”, disse Cartilene que pela segunda vez foi eleita a melhor rainha de bateria. 

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