Lívia Gaertner em 15 de Dezembro de 2017
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Uma das mais antigas construções religiosas de MS, Igreja Matriz está interditada desde junho de 2016
Desde junho de 2016, quando parte da estrutura de gesso do teto caiu, a Igreja Matriz, erguida no século XIX e considerada uma das mais antigas construções religiosas de Mato Grosso do Sul, encontra-se interditada. “O Termo é a garantia do recebimento do recurso e aprovação dos projetos. Após isso, a Prefeitura poderá iniciar o processo de licitação”, explicou ao Diário Corumbaense a superintendente do Iphan em MS, Maria Clara Scardini que afirmou que já há um valor inicial empenhado junto ao órgão de R$ 500 mil para início das obras.
“A recuperação se dá em etapas e, conforme elas vão sendo cumpridas, novos valores vão sendo liberados até atingir a conclusão”, explicou ao lembrar que o valor total da obra gira em torno de R$ 1,8 milhão com prazo de execução de 10 meses a partir da assinatura da ordem de serviço.
Dentre as atribuições do Iphan junto a obras como as de natureza do PAC Cidades Históricas estão, segundo Maria Clara, verificar a execução orçamentário-financeira relativa aos Termos de Compromisso como o assinado pela Prefeitura de Corumbá, além de comprovar a regular aplicação das parcelas liberadas relativas ao objeto de cada Termo de Compromisso, por meio de verificação da execução física.
Apesar de não ser tombada em âmbito federal, a Igreja de Nossa Senhora da Candelária encontra-se na área de entorno do Casario do Porto Geral – esta reconhecida nacionalmente como patrimônio histórico. Como a obra na construção religiosa receberá recursos federais, cabe ao Iphan acompanhar e fiscalizar as intervenções na estrutura do prédio.
Corumbá foi a única cidade de Mato Grosso do Sul selecionada, em 2013, para receber verbas do Plano de Ação para as Cidades Históricas. Foram R$ 19,6 milhões para execução de 10 projetos de restauração e requalificação do patrimônio público, dentre os quais dois já foram executados: as requalificações do Jardim da Independência e da Praça da República.
Com a assinatura do Termo de Compromisso, a igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária será a terceira obra contemplada com os recursos federais. De acordo com Maria Clara, mais dois projeto elencados no pacote do PAC Cidades Históricas para Corumbá encontram-se em fase de análise no Iphan. São elas: Prefeitura Antiga e Hotel Internacional.
“Os demais seguem em adequações junto à Prefeitura, conforme orientações de notas técnicas emitidas pela diretoria do PAC Cidades Históricas, Iphan sede”, esclareceu.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Custo total do projeto de revitalização é de cerca de R$ 1,8 milhão
Patrimônio Estadual e Municipal
Construída por Frei Mariano de Bagnaia no século 19, a igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária teve sua pedra fundamental lançada em 1872. A inauguração ocorreu alguns anos depois, em 1877. O prédio, com elementos da arquitetura eclética, é referência para a religiosidade da população corumbaense, sendo o local dedicado à padroeira da cidade.
Apesar de toda essa importância, o espaço só foi reconhecido recentemente como patrimônio cultural. Primeiramente, pela Prefeitura Municipal, que aproveitando o ensejo das comemorações de Nossa Senhora da Candelária, no dia 02 de fevereiro, oficializou a construção como patrimônio histórico e cultural do município de Corumbá durante missa solene com a participação de autoridades civis e militares que ocorreu no pátio da Casa de Cultura Luiz de Albuquerque (ILA) devido a interdição da igreja decretada desde junho de 2016.
Ainda em 2017, no mês de agosto, o Conselho Estadual de Cultura concluiu que a Igreja “está entre as edificações de maior expressão quanto à riqueza histórica e arquitetônica de Mato Grosso do Sul”. Esse parecer embasou documento assinado pelo secretário de Estado de Cultura e Cidadania, Athayde Nery, e publicado na edição de 07 de agosto do corrente ano, no Diário Oficial do Estado, declarando a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária como patrimônio histórico de Mato Grosso do Sul, ainda reforçou.
“Cercada de história que, reais ou não, alimentam o imaginário da população, criando vínculos memorialísticos e culturais, a igreja está inserida numa região próxima de outros prédios e monumentos que já tiveram seu valor histórico reconhecido”.
Durante o mês de setembro deste ano, em decorrência das comemorações do aniversário da cidade, o Governo de MS assinou convênio para recuperação das partes elétrica e hidráulica da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária no valor de R$ 330 mil.
Com recursos do Fundo de Cultura e do Patrimônio Histórico, coube ao Município a liberação de R$ 135 mil para execução do forro da nave da Catedral, estrutura central da igreja, onde se reúnem os fiéis para as celebrações religiosas.
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