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O dedo do PT na Previdência de MS

Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 08 de Dezembro de 2017

1-REPAROS   Sindicalistas e políticos do PT criticam a postura do Governo Estadual, mas "esquecem" dos fatos  ocorridos durante o Governo de Zeca do PT. Veja bem: em 2000  foi extinto o Previsul, transferindo o ativo, passivo patrimonial e  pessoal à Secretaria de Administração, com o Governo arcando com o pagamento dos benefícios naquele ano.

2-REPAROS  Em 2001, a Lei Estadual 2.346 autorizou o governo a alienar todos os bens do extinto Previsul e a assistência à saúde foi para a Cassems. Ainda em 2001, foi implantada a reforma da previdência junto com a contribuição para aposentadoria de civis e militares, elevando a alíquota de contribuição do servidor  de 6% para 9%.

3-REPAROS  A Lei 3.150 em vigor data de 2005, retificou, ratificou e consolidou a Lei 2.207 ( de 2001), ajustou o MSPREV às regras da EC nº 41 e 47, dando condições de compensação pelos poderes e órgãos independentes de necessidades financeiras do MSPREV. Tudo isso no Governo do PT. Se o déficit em 2014 foi de R$ 800 milhões, a culpa não é da atual gestão que gastou R$ 160 milhões com assistência médica só em 2016.

O DISCURSO  do PMDB nos tempos do regime militar  era ancorado na volta da democracia. Aqui, a sigla também atuou neste sentido. Mas isso é passado, passou.  Com o fim do período de exceção colheu dividendos, elegeu  o governador Wilson B. Martins, parlamentares , prefeitos,disputando o espaço com outros partidos.

PODER   Com a derrota do ex-governador Pedro Pedrossian  e a vitória de Zeca do PT para o Governo, a polarização passou a ser entre  peemedebistas e petistas. Anote-se: a semente foi plantada em 1996 nas eleições da capital com a vitória de André Puccinelli (PMDB)  contra Zeca  por 411 votos de diferença.

ELEITO  e reeleito prefeito de Campo Grande, André firmou-se como a maior liderança  anti  petista e com esse discurso associado a sua boa gestão chegou  ao governo em 2006 derrotando o petista Delcídio do Amaral (senador na época) com mais de 61% dos votos. Em 2010, André se reelegeu também contra outro  petista – Zeca do PT.

NOVA FASE  Após tantos anos de poder o PMDB ficou sem a Prefeitura de Campo Grande e o Governo Estadual. Os dois poderes mais influentes  ficaram em mãos de um ex-deputado (Marquinhos) que deixou o PMDB por discordar da imposição de André  e de ex-aliado tucano ( Reinaldo)  dissidente por não ter o apoio na disputa da Prefeitura em 2012.  Restou ao PMDB presidir a Assembleia Legislativa e ficar na base do Governo.

QUE FASE!  Como diria o locutor Galvão Bueno: “Pode isso, Arnaldo?”  Além das denúncias contra a qualidade das obras  (aquário & rodovias) e seus critérios de gastos pelo governador Reinaldo, André foi também atingido pela Lava Jato e acabou preso como alguns cardeais do partido:  ex-deputado Eduardo Cunha, ex-ministro Geddel Vieira e o ex-governador Sergio Cabral (RJ).

QUANTO  ao discurso do PMDB, com a paternidade democrática e moralista de  Ulysses Guimarães, foi depredado  em níveis nacional e estadual. Como defender a boa ética com as práticas duvidosas? O progresso, com obras e benefícios sociais, pouco vale sem a lisura. A implosão do Estádio do Maracanã tinha a prioridade igual do aquário da nossa capital. Suspeitíssimas ‘prioridades’  peemedebistas.

QUESTÕES  André seduzirá o prefeito Marquinhos (PSD) afinado com o governador Reinaldo? O ex-prefeito Nelsinho (PTB) tem motivos para ficar distante de André.  Quais os reflexos da gestão de Michel Temer na época das eleições? Há riscos de desdobramentos  do caso que levou André à prisão?  Sem o poder de fogo da Prefeitura da capital, do governo estadual e das principais cidades a situação é difícil para o PMDB.

ARREMATE  Qual o discurso de André? Como derrotar a bandeira adversária   da anticorrupção  na campanha?  Italiano, aos 70 anos de idade em 2018, André conhece o episódio do Gal.  Júlio Cesar que ousou a travessia proibida do rio Rubicão com suas tropas.  “Alea jacta est?”  Acho que não. O PMDB  fadigou junto com André e antes da derrota  tentará compor.   

HONESTO  Precisam ser levadas a sério as declarações do deputado Tiririca (PR), eleito e reeleito com mais de 1 milhão de votos. Acertou ao dizer que o Congresso trabalha muito e produz muito pouco. Também denunciou o jogo de bastidores e as propostas tentadoras de dinheiro fácil em algumas votações. Enfim somos (eleitores) todos palhaços.

"BELEZA"  “Precisamos dos profissionais da política”. Essa frase do ministro Gilmar Mendes justifica a postura do seu STF - que até agora não brindou o país com uma condenação sequer do pessoal encurralado na Lava Jato. Anel de brilhante e malas de dinheiro não sensibilizaram aquela corte. 2018 vem aí!

ALELUIA! Torço para que o sonhado acordo de cooperação entre Brasil e Bolívia  produza os frutos desejados, reduzindo a criminalidade na fronteira. Senti no secretário José Carlos Barboza, da Justiça, otimismo em relação ao evento ocorrido em Brasília, com o governador Reinaldo presente. Mas pergunto aos meus botões: até onde o Governo Boliviano é confiável? Mas tentar é preciso.

ENTENDI... Você já notou? Os petistas pararam com o papo de ‘golpistas’ quando se referem ao pessoal do PMDB. Pois é! É que o PT tende a compor com o PMDB em alguns Estados, entre eles Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Pará e Paraná. E pergunta-se: o que o eleitor brasileiro está achando de tudo isso?

"BICUDOS"   A vice- governadora Rose Modesto e o deputado Beto Pereira são os tucanos mais bem cotados para a Câmara Federal em 2018. A primeira, com base eleitoral consistente na capital tem alçado voos ao interior. Já o segundo também não perde tempo e a chance de abraços e sorrisos por onde passa. Ambos são exemplos para outros pretendentes ao clima seco de Brasília.

BOBAGEM   O PDT não deve expulsar o deputado George Takimoto pela sua posição na reforma da previdência. É o parlamentar que todo partido quer ter, pois passa credibilidade.  Tem luz própria e faz sua própria campanha no campo minado de Dourados onde é reconhecidamente um médico notável. Seria intriga da oposição.

CAPITAL  Um ano desafiador para a administração. Dívidas, obras abandonadas, falta de crédito junto aos fornecedores, contas a receber e com nome sujo junto aos órgãos federais, o que travou convênios. Mas ao seu estilo articulado, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad,  conseguiu superar a pior fase e 2018 promete ser bem melhor. Passa credibilidade.

“Eu não sou Adhemar de Barros, “rouba mas faz. Eu realizei”. ( Sergio Cabral)