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Corumbá e Ladário colocam MS dentro da programação do Dia Internacional da Animação

Lívia Gaertner em 28 de Outubro de 2017

Corumbá e Ladário são as únicas cidades de Mato Grosso do Sul, com exceção da Capital, Campo Grande, que irão receber neste sábado (28), a partir das 19h, programação referente ao Dia Internacional de Animação. O evento acontece bienalmente em várias cidades do país e, desde 2013, Corumbá não participava da atividade que envolve maratonas de exibições gratuitas.

Nas cidades pantaneiras, o ator e produtor cultural Salim Haqzan, que é cineclubista desde 1998, inscreveu, com o apoio das Prefeituras Municipais, espaços públicos para receber as exibições que, este ano, estão divididas em três mostras de diferentes temáticas e faixas etárias.

“A gente está apresentando uma arte e ela deve ser apresentada da melhor forma possível. O cineclubista tem que ter todo cuidado em ter uma boa qualidade de imagem, uma excelente qualidade de som e o ambiente próprio para isso. Eu sumo com as luzes, deixo caixa preta, corrijo imagem, avalio o som. Se eu vou oportunizar a pessoa conhecer o cinema, tenho que mostrar que é escurinho, tem aquele som mais alto, qualidade, a imagem é boa, não posso fazer algo contraluz, que vaza a luz, por exemplo”, disse Salim ao Diário Corumbaense sobre o comprometimento em manter a magia do cinema mesmo em salas não convencionais.

Fotos:Anderson Gallo

Cineclubista há quase 20 anos, Salim Haqzan inseriu Corumbá e Ladário na programação da Mostra

O evento

Em Corumbá, o Dia Internacional da Animação será realizado na praça CEU, localizada no bairro Jardim dos Estados, parte alta da cidade. Já em Ladário, as exibições acontecerão na Casa de Cultura, instalada na área central da cidade. O evento, que tem a assistência de Jéssica de Oliveira e Josué Cristaldo, conta ainda com a parceria do GETT-Grupo de Experimentos e Truques Teatrais e o apoio da Fundação de Cultura e Patrimônio Histórico de Corumbá e Fundação de Cultura de Ladário.

Nesse ano, para homenagear o centenário do cinema de animação brasileiro, além da exibição da Mostra Nacional, composta por uma hora de curtas-metragens brasileiros atuais, ao invés da tradicional Mostra Internacional, será exibida a Mostra Histórica, composta por uma hora de curtas metragens de destaque na história do estilo no Brasil, realizados entre 1930 e 1997. Para fechar a sessão histórica será exibido o curta, Reanimando o Kaiser, releitura do que é considerado o marco zero do cinema de animação no Brasil, a charge animada “O Kaiser”.

Reprodução

Animações históricas fazem parte do evento este ano ao contar os 100 anos de animação no país

O evento tem objetivo de difundir o cinema de animação nacional em todas as regiões do país, proporcionar o contato do público com o trabalho de diretores brasileiros, estimular debates, revelar talentos, despertar o interesse do espectador em assistir filmes de animação. Ainda, reforçar a animação como técnica cinematográfica que pode ser utilizada para realizar obras de distintos gêneros (comédia, terror, romance...) e para várias faixas etárias.

Em 28 de outubro de 1892, Émile Reynaud realizou a primeira exibição pública de imagens animadas do mundo do seu teatro óptico no Museu Grevin, em Paris. Para celebrar este marco, a Associação Internacional do Filme de Animação (ASIFA) lançou a comemoração contando com o apoio de diferentes grupos internacionais filiados. No Brasil, o Dia Internacional da Animação é realizado pela Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA) desde 2004.

Minha história na telona

Roteiros de ficção fazem muito sucesso em grades e caras produções estrangeiras, principalmente as norte-americanas, entretanto o ator e cineclubista Salim lembra que cinema não deve ser sinônimo apenas desse produto feito para atingir um público com propósito comercial.

“O que a gente precisa ter é o cinema acontecer em mais lugares da cidade para estimular as pessoas a contarem suas próprias histórias e fazerem seus filmes. Também não há essa obrigação didática de produzir uma opinião, relatório, é para sentir o filme e se tiver vontade de falar algo, tudo bem. Quando a pessoa vai com essa obrigação, já fica tensa e não aproveita”, disse ao destacar que a reflexão que a arte traz surge naturalmente e não por imposição.

“Quando participei do projeto Cinema em Movimento, da Petrobras, que eram exibições simultâneas em todo o país, fizemos exibição do filme ‘O Dia da Caça’, que deu um público de mais de 300 pessoas que, ao final, participaram de um debate com polícia, juiz, usuários de drogas. Descobri que, no Estado, Corumbá tinha sido o maior público e não parei mais de exibir”, conta Haqzan que, ao longo desses anos, promoveu projetos como o ‘Cinema com Pipoca’.

“Com o GETT - Grupo de Experimentos e Truques Teatrais, criei, junto à atriz Carla Soares, o projeto Cinema com Pipoca em 2011. Fomos em vários lugares: escolas, asilo, comunidades ribeirinhas, na APAE. Ele é temático e provocativo. Fiz questão de levar o filme Pedaço de Água, que são crianças fazendo cinema para crianças e brincando com essa coisa da identificação. Se elas não se identificam pelo o que veem na tela, não surge o real interesse, não adianta levar um filme comercial, que estão bombando se não tem essa identificação. O propósito como cineclubista também é esse: fazer com que as pessoas possam cada vez mais se ver ali dentro. O cinema tem que tratar de temas universais a partir do regional”, afirmou.

Divulgação

Violeiro Fantasma é uma das animações que integram a série de exibições pelo país

Confira a programação do dia

Mostra Nacional - Classificação Livre

Caminho dos Gigantes – Direção: Alois Di Leo

Space Scape – Direção: Bruno Monteiro

Sayounara – Direção: Débora Mini

Cara, qual vai ser o nome da nossa animação? – Direção: Julia de Macedo Nicolescu

Plantae – Direção: Guilherme Gehr

O Violeiro Fantasma – Direção: Wesley Rodrigues

Cartas – Direção: David Mussel

O Mal – Direção: Carlon Hardt

O Projeto do meu Pai – Direção: Rosaria

Mostra Infantil - Classificação Livre

Nimbus, O Caçador de Nuvens – Direção: Marco Nick

As Aventuras do Chauá – Direção: Alunos da Escola Municipal Santo Antônio do Norte

No Caminho da Escola – Direção: Alunos do Projeto Animação Instituto Marlin Azul

Space Scape – Direção: Bruno Monteiro

O Fim da Fila – Direção: William Côgo

Macacada – Direção: Thomas Larson

Caminho dos Gigantes – Direção: Alois Di Leo

Mostra Histórica – Sessão CEM ANOS de Animação Brasileira - Classificação 14 anos

As Aventuras de Virgulino, de Luiz Sá (1930)

Frivolitá, de Luiz Seel (1930)

O Átomo Brincalhão, de Roberto Miller (1961)

Faz Mal, de Stil (1979) – 5 min

Precipitação, de Marcos Magalhães (1983)

Noturno, de Aída Queiroz (1986)

Informística, de Cesar Coelho (1986)

Treiler, de Otto Guerra, José Maia e Lancat Motta (1986)

Uma Saída Política, de Arnaldo Galvão (1990)

Cuidando, Dá Linha, do Núcleo de Animação de Campinas (1997)

Reanimando o Kaiser (reconstituição/releitura coletiva do filme de 1917 de Seth)