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Aumentam na Catalunha as pressões por independência

Agência Brasil em 13 de Outubro de 2017

O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, vem sofrendo fortes pressões de setores separatistas para que retire a suspensão dos efeitos da declaração de independência e proclame a república.

O movimento separatista catalão não é recente, mas as tensões estão aumentando nos últimos meses, após o presidente ter decidido levar a independência até o fim.

No último dia 1º, a Catalunha realizou um referendo que não foi reconhecido pelo governo espanhol, em um domingo de tumulto e com mais de 900 feridos. O clima de tensão continuou a crescer com Puigdemont declarando a independência da Catalunha, mas suspendendo seus efeitos, com a justificativa de abrir caminho para o diálogo com o governo espanhol.

Com este movimento, o presidente parece ter pretendido agradar a todos, solicitando diálogo com o governo central e tentando diminuir o nível de tensão. Por outro lado, deu a entender que a independência foi, sim, proclamada e apenas suspensa temporariamente, numa tentativa de não causar revolta dentro do movimento independentista. No entanto, parece que a estratégia não vem funcionando e o presidente da Catalunha está cada vez mais sob pressão.

Com a posição do presidente da Espanha, Mariano Rajoy, de não se mostrar aberto ao diálogo, vários grupos separatistas catalães agora exigem que Puigdemont retire a suspensão dos efeitos da declaração e declare abertamente a independência.

Ontem (12), integrantes do partido de extrema esquerda Candidatura de Unidade Popular (CUP) enviaram ao governo catalão uma carta em que exigem que ele proclame a república porque consideram que é a única maneira de conseguir a intervenção de atores internacionais.

Pressão da Assembleia Nacional Catalã

A Assembleia Nacional Catalã (ANC) também decidiu pressionar o chefe do executivo catalão a concretizar a independência da região. Outro partido de ideologia independentista que vem exercendo pressão é o Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).

No requerimento que Rajoy enviou a Puigdemont, primeiro passo para a ativação do artigo 155 da Constituição Espanhola, há a determinação de que o presidente catalão tem até as 10hs da próxima segunda-feira (16) para responder ao governo se declarou ou não a independência. Além disso, terá até as 10hs da manhã da próxima quinta-feira (19) para esclarecer quais medidas irá adotar para “voltar à legalidade”, caso a resposta seja que, sim, declarou a independência.

O texto do artigo 155 diz que, se uma comunidade autônoma não cumprir com as obrigações da constituição ou atuar de forma que atente gravemente contra o interesse geral da Espanha, o governo, com prévio requerimento ao presidente da Comunidade Autônoma e, em caso de não ser atendido, com a aprovação por maioria absoluta no Senado, poderá adotar medidas necessárias para obrigar aquela comunidade ao cumprimento forçado de tais obrigações ou para a proteção do interesse geral.

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