Campo Grande News em 17 de Setembro de 2017
Investigação da Lama Asfáltica aponta que uma conta do Aquário do Pantanal, em Campo Grande, teria sido usada para pagamento de propina por parte da JBS. A informação consta em um despacho da 3ª Vara Criminal e reforça indícios da ligação do esquema entre a empresa, constatada no âmbito da Lava Jato, e Mato Grosso do Sul.
Operações diferentes, ambas se complementaram quando a deleção premiada da própria JBS reforçou indícios da investigação no Estado. Outro exemplo em que as duas apurações se convergiram é a apreensão de um celular, onde um grupo de WhatsApp liga o ex-procurador Marcello Miller à empresa, durante a fase Máquina de Lamas.
Uma das descobertas mais recentes constam em um um despacho da 3ª Vara Criminal em resposta à um pedido de sócios da H2L Equipamentos e HBR Medical Equipamentos Hospitalares. Rodolfo Pinheiro Holsback, um dos donos da H2L, pede à Justiça Federal a devolução dos documentos, celulares e demais bens aprendidos durante a fase Máquinas de Lama, em maio de 2017.
Ao rejeitar o pedido, o juiz Fábio Luparelli, cita que trata-se de, "em tese", extensão de um esquema criminoso "com os mesmos agentes e modos de atuação", em relação à uma conta denominada "CEF/Aquário", cuja titularidade era da Proteco.
A empresa teria utilizado recursos "oriundos de estelionato" contra o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), o que já havia sido descoberto em fases anteriores da Lama Asfáltica, e que tinha a intenção de efetuar pagamentos das despesas relacionadas à obra do Aquário do Pantanal. "Que também foi destinatária dos supostos pagamentos de propina pela JBS".
Outra alegação das empresas no pedido é que a Justiça Federal não teria competência para julgar as investigações. Na decisão, no entanto, o juiz afirma que somente a continuidade das apurações na vara atual poderá esclarecer o que já foi descoberto até agora. "Tornando mais eficaz o combate à lavagem de capitais e os crimes antecedentes e conexos".
Aquário
Iniciado em 2011, o Aquário do Pantanal não foi concluído até hoje. A conta que o Governo de Mato Grosso do Sul havia informado anteriormente contava com R$ 20 milhões para conclusão. Mas, o montante ainda seria insuficiente, faltando ainda R$ 50 milhões.
Projetado para ser o maior aquário de água doce do mundo, o investimento inicial era de R$ 80 milhões, mas os valores atuais giram em torno de R$ 230 milhões. O governo estadual ainda estuda a forma de concluir o empreendimento.
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