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Cine Teatro Dom Bosco busca parcerias para retomar lugar de destaque em Corumbá

Lívia Gaertner em 15 de Setembro de 2017

Um palco para o que de melhor Corumbá produzia e recebia nas artes. Durante as décadas de 1970 e 1980, o Cine Teatro Dom Bosco foi referência na região com espetáculos de dança e teatro, cinema e até show de calouros. O espaço, que marcou várias gerações busca ressurgir no cenário cultural da cidade por meio de um esforço da Missão Salesiana de Mato Grosso, gestora da Cidade Dom Bosco, projeto social criado pelo saudoso padre Ernesto Sassida e que abriga, entre outras estruturas, a escola estadual Dom Bosco.

Se por fora a fachada não lembra nenhum pouco a original, no interior, mesmo castigada por longos anos sem manutenção e sendo utilizada para outros propósitos que não o original, a estrutura ainda dá mostras de seu primor: palco amplo, espaço para 400 cadeiras, boa acústica e demais características técnicas que fazem dele, mesmo ainda não totalmente recuperado, um dos melhores espaços para apresentações artísticas da cidade.

“Padre Ernesto sempre incansável em suas buscas pelo Europa conseguiu levantar, primeiramente, um pavilhão e depois mais esse para reuniões de alunos, que era um grande salão, somente com as paredes. O declínio do piso até causava um transtorno com as crianças que não entendiam que pela frente viria um teatro. Nesse espaço aconteciam os eventos culturais, já que o padre Ernesto foi um grande incentivador da arte, inclusive até com show de calouros. O professor Astrogildo era um dos apresentadores. Grandes artistas de nossa terra começaram aqui”, lembrou Joílson Silva da Cruz, presidente da União dos Ex-Alunos da Cidade Dom Bosco e professor, ao citar um dos intérpretes mais consagrados de nossa cidade, Tadeu Vicente Atagiba, que participou de programas de TV de alcance nacional como Clube do Bolinha e Chacrinha, além de vencer vários festivais da canção.

“Quando entrei aqui, fiquei bastante triste ao ver como se encontrava. Fiquei bastante emocionado, assim como muitos ex-alunos também estão se emocionando. Dessa angústia, eu junto com a Missão Salesiana, com a escola Escola Dom Bosco e tomamos frente disso para levantar o nome do Teatro Dom Bosco”, disse Joílson ao Diário Corumbaense.

Ele faz um chamado aos empresários, instituições e sociedade para que apoiem, da forma que puderem, a causa da revitalização do Cine Teatro Dom Bosco. “Grandes artistas passaram por aqui, se revelaram. Quem ama cuida e preserva, essa história não pode morrer, é um espaço para a comunidade, para os alunos, mas, em especial, para a cidade. Esse espaço estava bastante ocioso, mas acredito que Deus nos mostrou esse caminho para devolvermos mais um espaço para Corumbá. É um desafio bastante complexo, mas é gratificante. Só de resgatar, trazer de volta, nos enche de realização”, comentou o presidente da União de ex-alunos.

Rosangela Aparecida de Sena Monteiro, diretora administrativa da escola Dom Bosco, frisou que o espaço é importante não apenas para os cerca de dois mil alunos da comunidade escolar. “Essa revitalização é muito importante porque é um complemento da escola. Temos eventos e é um espaço que a gente consegue reunir grande número de alunos. Mas não é só isso, aqui também está escrita a história da cidade. Aqui tem um passado e o que estamos fazendo é esse resgate. Se o padre Ernesto estivesse vivo, estaria muito feliz. É um trabalho de formiguinha, mas que terá bons resultados”, ressaltou.

Projeto inicia com "Reviva Teatro Dom Bosco"

Por permanecer fechado durante muitos anos, o Cine Teatro Dom Bosco não é conhecido das novas gerações. Esse também foi um dos motivos de reabrir as portas do espaço o mais breve possível. Neste final de semana, o “Reviva Teatro Dom Bosco” será o primeiro evento aberto ao público depois de décadas. O nome não é apenas uma alusão à reabertura, mas também um convite para a população.

“Esse evento é um chamado. A gente está convidando todos para virem participar das atividades e das apresentações nos dias 15 e 16 de setembro. O preço é popular e toda renda será revertida para a revitalização do teatro Dom Bosco”, explicou Joílson ao falar da programação voltada à dança com workshops, palestras com roda de tereré, feira de roupas e acessórios e exposições com grupos de Corumbá e de outras cidades do Estado.

“Nesse palco, pessoas de muito valor na dança como Sônia Ruas, Crisanvânia Mavignier e Ramizi escreveram história. Mulheres que se esforçavam para fazer belos espetáculos, trabalhos que não deviam a ninguém com estruturas de iluminação, cenário”, lembrou.

Joílson Cruz adiantou que essa é a primeira ação, porém a segunda já vem sendo alinhavada com representantes de outro setor cultural: o teatro. Aliás, o palco do Teatro Dom Bosco recebia criações assinadas por pessoas da terra. Grupos e peças surgiam para alimentar o pulso artístico da cidade.

“Aqui, no Dom Bosco, tínhamos o Grupo de Teatro Alexandre de Castro (GTAC) e foram encenadas peças assinadas pelo professor Roberto Maciel, entre elas ‘Esta Barata é um barato’ e ‘Brasileiro que não reclama não é bom brasileiro’, esta última bastante atual pelo contexto que estamos vivendo na política”, disse Cruz ao mostrar o selo da Divisão de Censura de Diversões Públicas (DPF).

A busca por parcerias e recursos para a revitalização do Cine Teatro Dom Bosco vai seguir, inclusive com o apoio da Prefeitura de Corumbá que é parceiro no evento deste final de semana e já sinalizou para futuras ações. “Estamos bastante sensibilizados com o movimento no Teatro Dom Bosco. A princípio, estamos apoiando esse evento de reabertura, porém, tenho certeza, que o prefeito Ruiter Cunha, vai ser sensível e acharmos meios de participarmos de forma mais consistente nessa ação que é importante para toda a cidade, pois é um novo espaço que se ganha com uma estrutura diferenciada da que temos em outros lugares aqui. Para a Cultura, é um ganho fantástico”, afirmou a este Diário, Luiz Mário Cambará, diretor-presidente da Fundação de Cultura e Patrimônio Histórico de Corumbá.

Quem quiser mais detalhes sobre as ações de revitalização, pode visitar o Teatro que fica localizado em anexo à antiga sede do projeto social Criança e Adolescente Feliz, na rua Dom Aquino, entre as ruas Cyríaco de Toledo e José Fragelli, no bairro Dom Bosco, ou entrar em contato pelo telefone (67) 3231-4508.

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