Agência Brasil em 05 de Setembro de 2017
Nos áudios entregues pelos advogados da JBS à Procuradoria Geral da República (PGR), os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud dizem que uma pessoa chamada Marcelo – que seria o ex-procurador Marcelo Miller – iria ajudar na aproximação com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A informação foi divulgada nesta terça-feira (05) pela Revista Veja.
Conforme a revista, eles também falam que uma integrante da equipe de advogados da empresa estaria preocupada com a possibilidade de a delação atingir ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Na gravação, Joesley diz: "Ele já contou para o Janot que a gente tem muito mais para contar. Marcelo é do MPF. Ele tem linha direta com o Janot e com outros de lá. Nós somos a joia da coroa deles. O Marcelo já descobriu e falou para o Janot: 'Janot, nós já temos o pessoal que vai dar todas as provas que precisamos'. A Fernanda surtou . Surtou por quê? Porque entendeu que somos muito mais e podemos muito mais. E aí até a Fernanda perdeu o controle. Ela falou: ‘Nossa senhora, peraí, calma, o Supremo não, peraí, calma, vai f* meus amigos", disse Joesley, conforme informações divulgadas pela revista.
O conteúdo das gravações levou Janot a abrir uma investigação para avaliar a omissão de informações nas negociações das delações de executivos da JBS. Se comprovada a omissão, os benefícios concedidos aos delatores poderão ser anulado, conforme o procurador. A possibilidade de revisão ocorre diante das suspeitas dos investigadores do Ministério Público Federal (MPF) de que o empresário Joesley Batista e outros delatores esconderam informações da Procuradoria-Geral da República.
No entendimento do procurador, mesmo se os benefícios dos delatores forem cancelados, as provas contra as pessoas citadas deverão ser mantidas, dando sequência às investigações. No entanto, a decisão final cabe ao Supremo.
O ministro Edson Fachin vai decidir sobre a retirada do sigilo da gravação da JBS que motivou a abertura do processo de revisão do acordo de colaboração de Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco e Assis e Silva, delatores ligados à JBS.
Ex-procurador nega que tenha cometido crime
O ex-procurador Marcello Miller disse hoje (05), por meio de nota à imprensa, que “tem convicção de que não cometeu qualquer crime ou ato de improbidade administrativa”. Na segunda-feira (04), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou que Miller foi citado nas gravações entregues por executivos da JBS. Miller disse que está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos.
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