Rosana Nunes em 17 de Agosto de 2017
Divulgação/Polícia Federal
Investigação iniciou há seis meses com a apreensão de droga em uma Toyota Bandeirante
De acordo com a assessoria de comunicação da PF, as investigações tiveram início há seis meses. Nesse período, os policiais descobriram uma rede de fornecedores, compradores, motoristas e “mulas”. Familiares e até um menor de idade, filho de um casal membro do grupo investigado, foram recrutados para as atividades ilícitas. A organização criminosa contava ainda com infraestrutura que incluía oficinas mecânicas, estacionamento, lava jato, diversas residências, veículos de passeio, caminhonetes e caminhões.
Durante a investigação, foram realizadas quatro prisões e três apreensões de drogas, que totalizaram 354 quilos de cocaína na forma de cloridrato, a mais pura da droga. Na região sudeste, destino das remessas, o valor dos carregamentos somados poderia superar R$ 7 milhões. Como pagamento, a organização criminosa recebia valores em espécie em moeda nacional e estrangeira, além de veículos e embarcações que seriam negociados dentro e fora do território brasileiro. Até o momento, foram identificados mais de R$ 921 mil entre automóveis, caminhões e embarcações. Também foram confiscados US$ 25 mil (o equivalente a mais de R$ 81 mil na data da apreensão) que estavam sendo levados para a Bolívia, possivelmente para o pagamento de um próximo carregamento de drogas.
Os alvos da operação tratavam desde as negociações com fornecedores bolivianos de cocaína, logística de pagamentos e a entrada da droga no território brasileiro, até o armazenamento, ocultação em compartimentos de veículos e transporte, especialmente para o estado de São Paulo. Os métodos de transporte buscavam evitar a fiscalização, utilizando rotas por vias vicinais ou estradas de terra e também o trânsito em horário noturno.
Divulgação/Polícia Federal
Quadrilha preparava esconderijos e compartimentos em veículos que transportariam entorpecente
Alto poder financeiro
As investigações demonstraram ainda o poder financeiro da organização criminosa. Mesmo após as prisões e as apreensões milionárias de drogas e valores ocorridas durante as investigações, os líderes da quadrilha prosseguiram sem percalços nas ações ilícitas, subdividindo tarefas, recrutando outros membros e reunindo recursos para viabilizar novos carregamentos de drogas.
Os integrantes do grupo criminoso não tinham emprego ou atividade lícita que justificasse a riqueza ostentada. Uma das oficinas, por exemplo, não apresentava atividade contínua ou funcionários regulares, além de notadamente auxiliar na preparação de esconderijos e compartimentos em veículos que transportariam as drogas.
O nome da operação, Bandeirante, faz referência a um dos veículos utilitários usados pela quadrilha para cruzar o Pantanal, na tentativa de driblar a fiscalização, sendo este o veículo que transportava a primeira carga apreendida, que deu início às investigações. Com informações da assessoria de comunicação da Polícia Federal.
Divulgação/Polícia Federal
Armas apreendidas durante a operação
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