PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Equipe do Iphan se mobiliza e compra motosserra para cururueiro que teve equipamento furtado

Ricardo Albertoni em 08 de Agosto de 2017

Normal 0 21 false false false PT-BR X-NONE X-NONE

Fotos: Gilson dos Santos

A chefe do escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de Corumbá (Iphan), Edivânia Freitas entregou a motosserra ao cururueiro

Pouco mais de um mês após ter sua produção de viola de cocho interrompida por causa do furto de uma de suas principais ferramentas de trabalho, o ex-ferroviário e cururueiro, Sebastião de Souza Brandão, de 73 anos, conhecido como “seu Tião” vai poder retomar o trabalho. É que na segunda-feira (07), ele recebeu das mãos da chefe do escritório técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional de Corumbá (Iphan), Edivânia Freitas, uma motosserra do mesmo modelo que havia sido furtada.

Ao Diário Corumbaense, Edivânia informou que a ação para compra do equipamento foi encabeçada pela ex-superintendente do Iphan/MS, Norma Daris, que com a ajuda de funcionários da instituição e colaboradores, conseguiu arrecadar recursos para a compra da motosserra, utilizada na fabricação artesanal de um instrumento considerado patrimônio histórico-cultural de Mato Grosso do Sul.

“Na hora que a equipe do Iphan ficou sabendo já tinha um tempo que havia acontecido. Ficamos sabendo quando estivemos em Forte Coimbra com ele e depois de algumas matérias veiculadas pela imprensa. O modo de fazer a viola de cocho é registrado pelo Iphan, desde 2005 e agora está em processo de revalidação, e como tal, a gente se aproxima muito dos mestres cururueiros, não só de Corumbá e Ladário, como também do Mato Grosso. A possibilidade de fazer essa ação foi bastante gratificante, muito mais do que um valor material é a sensação e alegria de vê-lo pegar essa motosserra. Foi uma ação encabeçada pela arquiteta Norma Daris, que na ocasião era superintendente da instituição. Ela se mobilizou não só com a equipe do Iphan, mas com seus amigos, e juntos conseguimos comprar o equipamento para o 'seu' Sebastião”, explicou Edivânia Freitas.

Com nova motosserra, mestre cururueiro quer voltar a produzir violas de cocho o quanto antes

O equipamento foi entregue no mesmo dia em que sairia o resultado de uma rifa idealizada pelo gerente da Fundação de Cultura de Ladário, Alexandre Ohara, com o objetivo de levantar recursos para a compra da motosserra. Como para trabalhar com a ferramenta é necessária a regularização, o dinheiro arrecadado será utilizado para este fim e tão logo a documentação esteja pronta, o trabalho será reiniciado.

Umas das preocupações do ex-ferroviário, era com o workshop marcado para novembro que será realizado durante o Festival América do Sul e é promovido pelo próprio Iphan. O evento ensina a produzir a viola de cocho, e dependendo do número de alunos, a quantidade de violas pode ser maior ou menor. Inicialmente, 15 violas devem ser produzidas.

“Estávamos 'lutando' com a rifa, mas como veio essa doação, e vou usar esse dinheiro para regularizar a motosserra para poder trabalhar. Agora estou tranquilo para produzir as 15 violas que terei que apresentar no workshop. Espero que na próxima semana já comece a trabalhar firme. Estou contente, o bom é poder trabalhar",  afirmou o cururueiro a este Diário.