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Rede de combate ao câncer lança projeto para falar sobre o luto

Da Redação em 25 de Julho de 2017

A perda de um ente querido pode muitas vezes gerar dificuldades na vida das pessoas. O luto, com certeza é capaz de ser um. Esse sentimento de perda envolve dor, solidão e até depressão e a falta de compreensão sobre o assunto pode acarretar em lutos mais sofridos ou mais longos. Por causa disso, a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Corumbá está lançando um novo projeto intitulado “Vamos falar sobre o Luto?”, nesta terça-feira (25), por volta das 17h30, voltado para cuidadores de pacientes com câncer, para falar sobre a vivência do luto.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Para a presidente da Rede Feminina, Sabina Acosta, o objetivo do projeto é que as pessoas venham conversar, debater sobre o assunto

Aberto também para familiares, voluntários da Rede, e ao público em geral, a expectativa da Rede é atender pelo menos 15 pessoas. Segundo Sabina Acosta da Costa, presidente da Rede Feminina, o evento é realizado pela primeira vez e a ideia surgiu a partir da necessidade de tratar o assunto na Rede, por causa de situações envolvendo perda de entes queridos. “O objetivo do projeto é que as pessoas venham conversar, debater sobre o assunto com a presença de estagiários e professores de Psicologia da UFMS e de psicólogos da própria Rede. Aqui atendemos atualmente cerca de 150 famílias, e muitas vezes temos perdas”, disse ao Diário Corumbaense.

O evento desta terça-feira (25), contará também com a presença de quatro psicólogos que estarão conversando sobre o tema. A ideia é que a partir de hoje as pessoas sejam atendidas até o final do ano, para conversar sobre o assunto. “A intenção com a conversa é montar grupos em estágios diferentes de luto para trabalhar esse tema e auxiliar as pessoas”, comentou Sabina.

Apoio profissional

Ao contrário do que muitos pensam e dizem, o luto pode ser compreendido, com um auxílio profissional, como psicólogo. Para Rosilene Echeverria, de 37 anos, que trabalha há dois anos como psicóloga na Rede, atendendo pacientes com câncer com psicoterapia de apoio, o projeto visa atender um público mais específico, mas com uma ideia  importante para todos. “Acredito que o objetivo do projeto é a possibilidade de desmistificar e amenizar a dor, nós perdemos uma grande parceira recentemente, e é um momento bastante delicado para a Rede, mas falar sobre morte e luto, é uma tentativa de canalizar o sofrimento para não gerar angústia, depressão, que essa perda pode gerar. É preciso trabalhar para que as pessoas aceitem melhor a situação”, comentou a este Diário.

A psicóloga Cláudia Arruda, de 39 anos, membro da Rede há 10 anos, afirma que o sofrimento dos pacientes e de familiares pode durar anos, causando ansiedade para saber se estão ou não com a doença, e isso acaba afetando a família do paciente, causando maior dificuldade em relação ao luto. “Mesmo falando sobre o assunto, às vezes é complicado a pessoa aceitar a perda. Mas, a gente tenta amenizar o sofrimento. Alguns pacientes ficam curados, mas a doença volta, e isso afeta não só o paciente, mas a família dele que recebe a notícia. Existem tratamentos, mas as pessoas ainda associam a câncer com a morte, porém muitos pacientes ficam totalmente curados”, concluiu.-

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