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Centro de Hemodiálise começa a atender pacientes no período noturno

Da Redação em 27 de Junho de 2017

Fotos: Camila Cavalcante/Diário Corumbaense

Centro de Hemodiálise vinha trabalhando com capacidade total e tinha lista de espera de pacientes

O Centro de Hemodiálise da Santa Casa de Corumbá - Renal Medic -, enfrentava um grande desafio nos últimos meses: adequar sua capacidade de atendimento aos mais de 90 pacientes que necessitam de tratamento imediato. “Ampliar o número de atendimentos do Centro era uma necessidade urgente, devido ao aumento de doentes crônicos tratados pelo Sistema Único de Saúde. Hoje, o Centro de Hemodiálise atende 94 pacientes, capacidade acima do seu limite e ainda tínhamos uma fila de espera de 10 pacientes para início imediato. O Centro atendia pela manhã e à tarde e agora, passa a atender à noite também”, explicou ao Diário Corumbaense,  Rogério dos Santos Leite, secretário de Saúde de Corumbá.

O custeio dessa ampliação de serviços foi pleiteado junto à Prefeitura de Corumbá, através da Secretaria de Saúde. “Mostramos ao prefeito (Ruiter Cunha) a situação e a importância da ampliação desse tratamento, para que  não deixássemos que estas pessoas fossem para Campo Grande, pois quem necessita de hemodiálise não pode esperar, deve ser atendido de imediato. Através deste investimento da Prefeitura, em parceria com o proprietário da Clínica Renal Medic, conseguimos ampliar este atendimento para o período noturno”, frisou o secretário.

O terceiro turno funcionará segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira. “Temos 30 pacientes em tratamento conservador, sendo que destes, 10 já serão incluídos na lista dos novos pacientes da clínica. Por enquanto, o município custeia a ampliação destes atendimentos”, salientou a este Diário o nefrologista Rodrigo Ricarti, responsável pelo Centro de Hemodiálise. De acordo com a Secretaria de Saúde, Corumbá já pleiteou a ampliação de investimentos nesse setor ao Estado de Mato Grosso do Sul e ao Ministério da Saúde.

A segunda-feira (26), foi o primeiro dia de atendimento noturno no Centro de Hemodiálise. Pacientes realizaram a sessão, entre eles, o professor Dilson Antônio Moraes da Fonseca, de 43 anos. “Há 4 anos e meio faço tratamento de hemodiálise. Por ser professor já enfrentei dificuldade de atendimento devido aos meus horários, e sempre encaixava uma folga aqui, outra ali. A ampliação para o período da noite possibilita o tratamento. Estou na fila de espera por um transplante, alguns parentes já fizeram os testes e estou aguardando os resultados. Fazer a hemodiálise é mais uma etapa de minha vida, eu não deixo de viver, nem me entristeço, encaro como uma etapa a ser vencida e levo a vida de forma tranquila”, contou.

Professor Dilson Fonseca vai poder fazer as sessões noturnas devido ao seu horário de trabalho

O serviço

A Clínica Renal Med foi implantada em Corumbá em 1.992, tendo à frente o médico e proprietário, o nefrologista Luiz Ricardo Saab que, até então, era o único especialista em rins da cidade e iniciou suas atividades no Hospital de Corumbá.  Antes disso, todos os pacientes com diagnóstico de insuficiência renal crônica eram transferidos para a Santa Casa de Campo Grande.

Os pacientes que necessitam fazer hemodiálise recebem a indicação para o transplante renal, mas não é realizado em Corumbá, todos são encaminhados para serem acompanhados por uma equipe na Capital do Estado e é lá que a cirurgia é feita.

A hemodiálise é um dos maiores avanços da medicina. Os rins são os únicos órgãos nobres que podem ser substituídos, ainda que não perfeitamente, por uma máquina. Se o paciente tem uma falência do coração, dos pulmões, do fígado, por exemplo, a sua única chance de sobreviver é através de um transplante de órgãos, o que não é uma solução simples nem facilmente disponível.

Se o rim da pessoa entrar em falência, ela passará a fazer diálise e ainda poderá viver e ser produtivo por muitos anos. O paciente insuficiente renal é ligado à uma máquina que puxa seu sangue através de uma bomba circuladora. Esse sangue passa por um filtro que possui uma membrana semipermeável, que retira as toxinas e as substâncias em excesso, e devolve o sangue limpo para o paciente. Existe infusão de heparina para evitar que o sangue coagule dentro do sistema.

Uma sessão de hemodiálise convencional para pacientes renais crônicos dura 4 horas. Este é o tempo necessário para a filtragem da maioria das moléculas desejadas e de uma ultrafiltração que não provoque queda da pressão arterial . Em geral são realizadas três sessões por semana.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), em todo o mundo, 500 milhões de pessoas sofrem de problemas renais e 1,5 milhão delas estão em diálise. 

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