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Cães e gatos abandonados nas ruas de Corumbá preocupam ong de proteção animal

Da Redação em 07 de Junho de 2017

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Não é difícil encontrar em Corumbá cães e gatos abandonados vagando pelas ruas

Não só em Corumbá, mas em todo o Brasil, o número de cães e gatos largados na rua só cresce. Já são 30 milhões vivendo em péssimas condições, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em recente pesquisa. Dez milhões são de gatos e 20 milhões de cães, que são diariamente descartados nas ruas do país.

Segundo Valéria Almeida, secretária da Associação Corumbaense e Ladarense de Apoio aos Animais (ACLAA), a razão para existir muitos cães e gatos abandonados em Corumbá, Ladário e também nas cidades bolivianas que fazem fronteira com o município, é que as pessoas adotam os animais, mas decidem abandonar por qualquer motivo. “Largam o animal porque está doente, porque deu cria, porque é fêmea. Tudo vira desculpa para abandonar. A pessoa se compromete a cuidar, portanto ela deve cumprir. O animal é indefeso, como uma criança, e depende da gente, mas as pessoas preferem deixar de cuidar de um pet para não gastar dinheiro”, lamentou.  

Apesar de o Brasil ser o 4º maior no mundo em população de animais de estimação, com 52,2 milhões de cães e 22,1 milhões de gatos, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Animais de Estimação (Abinpet), para Valéria, não importa a condição financeira da pessoa, até mesmo os mais ricos abandonam animais de raça que são mais valorizados que os vira-latas, que na cidade são largados na rua ou mandados para o Centro Controle de Zoonoses (CCZ), sem muitos cuidados prévios. “Em algum momento, eles viram motivo para serem largados, como não recebem um cuidado correto acabam indo para o CCZ”, disse.

Valéria Almeida destaca que as pessoas adotam os animais, mas decidem abandonar por qualquer motivo

A ACLAA, antes conhecida como Grupo de Apoio a Animais Abandonados (GAAA), ajuda cães e gatos abandonados em Corumbá há mais de um ano promovendo eventos para arrecadar fundos, poder tratar os animais e dar um lar responsável a eles. No entanto, de acordo com Valéria Almeida,  as pessoas precisam ter mais consciência. “O animal não é só mais um, é uma vida que todos devem se preocupar. Eu quero uma cidade limpa e com saúde pública boa também. Acho bonito ver cidade que não tem animal abandonado, assim como, uma que não tem pessoas vivendo na rua”, ressaltou ao Diário Corumbaense.

Impunidade

“É importante que as leis contra os maus tratos e abandonos de animais sejam cumpridas para que as pessoas sejam punidas de alguma forma”, disse a secretária da ACLAA. Pela alta demanda de casos que recebe no grupo, Valéria contou que já tentou ir à polícia denunciar casos. “Já falei com a Polícia, mas eles pedem provas, dizem que a lei é branda, e por causa de outros crimes, eles não podem atender”, explicou.

“O sentimento de impunidade é grande, as pessoas veem os animais nas ruas, mas não desviam e atropelam. Às vezes, estimulam os próprios animais a brigarem, e até mesmo aos filhos a bater nos animais. É preciso dar informação às crianças e ensinar a não maltratar os animais. Se ensinar que tá certo bater e matar animais, que cidadão vai ser essa pessoa no futuro?”, indagou.

Ainda de acordo com Valéria Almeida, em Dourados, no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Prefeitura daquela cidade, há um sistema de chipagem para identificação de cães e gatos que ficam em vias públicas, que poderia ser implantado  em Corumbá. “Os animais são todos chipados, dessa forma dá para saber quantos animais têm e fazer uma fiscalização”, contou. Além disso, a castração deve ser feita para controlar a cria dos pets, mas não adianta ter o serviço se as pessoas não levam para castrar, o que ocorre também com vacinas. “Às vezes, as pessoas nem sabem que tem que vacinar, já que estamos no período da cinomose. Além disso, muitos animais são semiabandonados, ou seja têm família, mas não recebem comida, banho, vacina corretamente, ficando doente e sendo sacrificado”, disse.

Voluntários fazem das próprias casas um lar provisório para os animais

O exemplo de voluntários

Voluntária da ACLAA há mais de um ano, Nayana Daubian, de 35 anos, mora há seis anos em Corumbá e sempre gostou dos pets desde criança. Ela, atualmente tem três cachorros e seis gatos que foram resgatados. “Se eu tivesse condições acolheria todos os animais que vivem na rua”, disse. Para Nayana, a união faz a força. “Ajudo o grupo com os eventos nos finais de semana para arrecadar fundos. Fazemos comida, bazar, por exemplo”, explicou. A voluntária acredita que muitas pessoas têm consciência de suas ações e praticam o abandono por maldade, além disso, para ela, falta apoio para ONGS. “Acho que o governo poderia ajudar, se tivéssemos apoio para tratar os animais doentes ou abrigá-los, pelo menos com um lugar para recuperar os animais, seria muito bom. Sem recursos fica difícil”, acrescentou.

De acordo com Verlaine Farinha Sogabe, de 32 anos, que oferece lar temporário para cães na parte alta da cidade há quase dois anos, essa ação voluntária começou quando uma amiga a pediu para dar lar a um cão com sarna. Por causa disso, a residência onde mora hoje já recebeu inúmeros cães que precisavam de ajuda e logo foram adotados. “Como não tenho uma condição financeira e nem uma estrutura muito boa, dependo do suporte da ACLAA, mas já consegui abrigar muitos cães que até perdi a conta”, disse. Morando em uma casa alugada, segundo ela, se pudesse construiria casinhas para abrigar os animais, mas como não pode ela vem recebendo os cães e gatos e os encaminha rapidamente para outros lares.

“Faço também doces para arrecadar dinheiro e comprar vacina, pagar veterinário, comprar ração. Depois que eles são cuidados, divulgamos os pets e encaminhamos para famílias que achamos que tem seu perfil”, explicou. Para ela, as pessoas precisam ter paciência. Com atualmente cinco cães, sendo três resgatados, ela diz que o animal não sabe o que faz e as vezes pode destruir algo sem intenção “Ele quer apenas brincar”, disse.

Serviço:

Para entrar em contato com a Associação Corumbaense e Ladarense de Apoio aos Animais (ACLAA) basta ligar para o número 3231-4479 (Valéria) ou entrar em contato com o grupo no facebook chamado “ACLAA”.

Comentários:

Dauvanio martins: O espirito da vida é um só em todo ser vivente.O saciar da fome é o meio que o espirito usa para manifestar-se.É triste o ver procurar e nao encontrar,o que lhe formará.