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Ao som de ciranda pantaneira, grupo Acaba comemora 50 anos de carreira em Corumbá

Da Redação em 02 de Junho de 2017

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Grupo de artistas regionais sempre descreveu o homem, a flora e a fauna do Pantanal

“Tem cheiro de camalote, tem gosto de Tarumã”, sim, se as fotografias, vídeos e textos tivessem cheiro e sabor, representariam perfeitamente os 50 anos de carreira do grupo Acaba - Cantadores do Pantanal. Para celebrar as cinco décadas de trabalho, o grupo fechou parcerias públicas e privadas e iniciou as gravações de um documentário comemorativo, produzido pela Render Brasil, com direção de Fábio Flecha e produção de Tânia Sozza.

O Acaba é um grupo de música regional, com raiz em Mato Grosso do Sul, fundado em 1966, em Campo Grande, por iniciativa dos irmãos Chico e Moacir Lacerda. Os amigos que se uniram tinham por objetivo  pesquisar, desenvolver e divulgar o folclore do antigo Estado de Mato Grosso e atual Mato Grosso do Sul. Suas criações tinham como fundo o Pantanal e o homem pantaneiro. Com letras, coletivas e individuais, descreveram o homem, a fauna e a flora, bem como a alegria das cores e as dores da raça pantaneira, conforme enfatizou ao Diário Corumbaense Moacir Lacerda, de 63 anos.

“O Grupo Acaba tem origem em Mato Grosso antigo, hoje, Mato Grosso do Sul. Sou de Porto Esperança, meu irmão de Albuquerque e há 50 anos sentimos essa necessidade de cantar as belezas, a cultura, a história de nossa terra. Sempre cantamos somente o lado pictórico, mas também a alma pantaneira, por isso o nome de Cantadores do Pantanal. Temos um sentido ecológico, de preservação. Há 40 anos, quando não havia essa consciência de preservação, nós já lutávamos pela preservação, pelo cuidado com o Pantanal. Corumbá não poderia ficar fora dessas gravações, pois muitas canções têm de fundo essa cidade”, explicou.

Alunos do Moinho Cultural foram convidados para a gravação do documentário

A previsão é que o documentário esteja pronto e em exibição em outubro deste ano. Além disso, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul deverá lançar um livro com a história e as criações do grupo. “Nasci em Albuquerque, carrego minhas memórias dessa região, de cheias, de brincadeiras. Quando jovem, decidi ir embora do estado e ao retornar, encontrei pessoas que tinham esse mesmo sentimento de valorizar a própria terra. Desde então, começamos a nos unir, a pensar, a dar valor à essa riqueza que temos, nosso vocabulário, nossa vivência. Eu e Moacir fomos os fundadores do grupo Acaba e depois ganhamos novos parceiros. Desde então, estamos aqui, lutando, divulgando nossa cultura, nossa preservação”, contou Chico de Lacerda, de 73 anos.

O Grupo Acaba tem grande valor cultural e histórico para o Estado de Mato Grosso do Sul, pois possui  sólida carreira e constituiu-se em um trabalho pioneiro no campo da pesquisa, vivência e observação das manifestações culturais e folclóricas da região pantaneira. O grupo sempre coloca em debate a defesa de uma cultura, de um meio ambiente e de uma raça.

A banda atuou semiprofissionalmente desde a sua criação. Durante anos foi composta por profissionais liberais e empresários, como Adriano Praça de Almeida, professor – flauta, sax, voz e efeitos; Vandir Nunes Barreto, contador – compositor, violão, craviola e voz; José Charbel Filho, engenheiro e empresário – compositor, violão, viola e voz; Eduardo Lincoln Gouveia, publicitário – bateria, voz e efeitos; Francisco Saturnino Lacerda Filho, publicitário e empresário – compositor, percussão e voz; Moacir Saturnino de Lacerda, engenheiro e professor – compositor, percussão e voz; Jairo Henrique de Almeida Lara, agrônomo – compositor, violão e voz; Alaor Pereira de Oliveira, pecuarista – compositor, violão e voz e Antonio Luiz Porfírio, comerciante – compositor, baixo acústico e voz.

Projeto conta com investimentos da Lei Rouanet e apoio dos governos estadual e municipal

Documentário filmou em vários pontos de Corumbá

Para a gravação do documentário, dirigida por  Fabio Flecha e sob produção de Tânia Sozza Render Brasil, a equipe vem percorrendo algumas cidades do Estado, expressando a cultura via linguagem oral e corporal dos sul-mato-grossenses. “Essa semana mesmo estivemos em vários locais de Corumbá, para que essas passagens possam compor tanto o documentário quanto alguns videoclipes que serão produzidos”, explicou a este  Diário a produtora do documentário.

Em Corumbá, o grupo marcou presença em vários locais, com participações especiais de alunos do Moinho Cultural e artistas do Cururu e Siriri. “Eles vieram dançar a Ciranda aqui no Porto Geral. Também foram  gravadas imagens no Cristo Rei do Pantanal; na Ferradura do Porto Geral; no Museu do Pantanal; no Casario do Porto Geral; na casa do Doutor Gabi e no Moinho Cultural”, concluiu Tânia Sozza.

De acordo com a produtora, nesta sexta-feira (02), a equipe segue para Porto Morrinho onde ficará dois dias para gravações. A programação contará ainda com filmagens em Porto Esperança, com preparação de fogueira e muita festa. O documentário está previsto para ser lançado em outubro, junto com a comemoração dos 40 anos do Estado de Mato Grosso do Sul.

Esse projeto conta com o incentivo da Empresa de Energia de Mato Grosos do Sul, através da Lei Rouanet, bem como apoio cultural do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e da Prefeitura de Corumbá, através da Fundação de Cultura e do Patrimônio Histórico. 

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