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Reinaldo leva defesa à Assembleia, que vai analisar denúncia sobre JBS

Campo Grande News em 23 de Maio de 2017

Depois de duas horas e meia de reunião a portas fechadas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (23), o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), reiterou sua defesa em relação às delações dos donos da JBS e a casa de leis decidiu abrir uma comissão especial para analisar as informações.

Leonardo Rocha/CG News

Governador durante reunião com deputados

Quem confirmou a decisão foi o presidente, deputado Junior Mochi (PMDB). Reinaldo se reuniu com os deputados estaduais junto do procurador-geral do Estado, Adalberto Neves, do controlador-geral, Carlos Alberto Gideão, do secretário de Governo, Eduardo Riedel e do ex-secretário da extinta Casa Civil, Sérgio de Paula. Não falou com a imprensa, pois, segundo a assessoria, os esclarecimentos já foram dados em coletiva na segunda-feira (23).

Conforme a delação feita à PGR (Procuradoria Geral da República), Azambuja levou R$ 45.631.696,03 do grupo JBS. Parte do dinheiro teria sido pago ao governador em espécie e outra parte por meio de notas supostamente frias.

“O teor da conversa com os deputados seguiu a mesma linha do que ele fez ontem na coletiva e nota”. Mochi contou também que o governador já se explicou aos servidores e que ainda pretende conversar com as federações e outros poderes, como TJMS (Tribunal de Justiça de MS) e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O presidente afirmou que o governador trouxe toda a documentação em relação às denúncias e disse que está à disposição da Assembleia “para provar sua inocência”. Ontem disse que “vai até o fim” para tal. Hoje, voltou a dizer que a doação recebida da JBS foi oficial e direcionada para o PSDB nacional, na campanha de 2014, e que as datas que recebeu coincidem com as que repassou ao partido, ainda de acordo com o presidente.

Comissão

A Assembleia recebeu três pedidos de impeachment, explicou Mochi, sem detalhar conteúdo e autoria, além de um requerimento do PT pedindo a criação de uma comissão especial, que será aberta. Conforme Mochi, a apuração analisará as denúncias envolvendo o nome do governador e se houve crime de responsabilidade.

“Não é uma comissão de impeachment, qualquer coisa deste tipo somente depois desta comissão”. Hoje, a intenção é ler todas denúncias protocoladas. Com o grupo formado, os deputados vão ouvir todas as partes envolvidas, solicitar documentos, para depois emitir um relatório. “Os deputados precisam ter maturidade e sensibilidade neste momento”. O colegiado terá cinco integrantes, dos quais dois parlamentares do PSDB e dois do PMDB, pois possuem as maiores bancadas e o PT indica apenas uma.

Ampliar 

A bancada dos tucanos na Assembleia quer estender a investigação para os dois ex-governadores, André Puccinelli (PMDB) e José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, já que os dois também foram citados na delação, acusados de terem recebido propinas em troca de benefício fiscal durante suas administrações.

O líder do PSDB, deputado Beto Pereira, é quem fez o pedido da ampliação. Eduardo Rocha, que comanda o PMDB na casa de leis, afirma que não há qualquer problema em investigar Puccinelli. “Ele trouxe muitos empregos e empresas em sua época, mas está à disposição”, disse. O pedido ainda será analisado pelos deputados.

A criação deve acontecer nesta manhã e a oficialização por meio de publicação em Diário Oficial. A informação é de que Reinaldo vai se reunir em outros órgãos, como TJ e OAB, mas a assessoria de comunicação do governo não confirmou horário.

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