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Sindicato emite alerta a agentes de MS após presos ameaçarem provocar rebeliões

Campo Grande News em 08 de Maio de 2017

O Sinsap-MS (Sindicato dos Servidores de Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul) emitiu alerta nesta segunda-feira (08) sobre risco de rebeliões nos presídios do Estado. O aviso é em razão do clima tenso, além da ocorrência de crimes nas penitenciárias, segundo o sindicato.

Arquivo/CG News

Agente conduzindo presos em penitenciária

De acordo com o presidente do Sinsap, André Luiz Santiago, o clima de tensão nas unidades do Estado têm se intensificado após facções rivais entrarem em conflito por domínio de território na região de fronteira do Brasil com o Paraguai. Recentemente, os presos teriam ameaçado "grudar na grade", que no dialeto dos internos, significa provocar rebeliões.

"Recebemos um comunicado de que ocorram possíveis ataques aos servidores. Pedimos para que eles se mantenham em alerta, pois há um clima de tensão nas unidades e estamos trabalhando para que não ocorra uma rebelião como em 2006", disse Santiago. As informações teriam vindo da facção criminosa conhecida como PCC (Primeiro Comando da Capital), que teria feito fez um "salve" no domingo (07), autorizando o assassinato de agentes e policiais.

Indícios

Na sexta-feira (05), um detento foi encontrado morto no Estabelecimento Penal de Segurança Máxima de Campo Grande. Manoel Gamarra, de 32 anos, estava com uma corda envolvida no pescoço e foi achado logo após o banho de sol dos presos.

A Polícia Civil investiga o caso como morte a esclarecer, mas suspeita de homicídio. “Quem fez deixou bem claro que foi uma represália, um homicídio. Mas, vamos instaurar o inquérito e ouvir o máximo de pessoas para esclarecer o que houve”, explicou o delegado Geraldo Marim, responsável pelo caso.

No sábado (06), uma granada utilizada pelo Exército e Marinha, foi encontrada em uma região próxima da Unidade Penal de Corumbá – distante 419 quilômetros de Campo Grande. Estas situações, segundo Santiago, possivelmente são avisos das facções que atuam no Estado sobre o que está por vir.

“Nós, do sindicato, fazemos esse tipo de comunicação para que os servidores tomem mais cuidado com relação as medidas segurança. O que mais preocupa é justamente a possibilidade de um agente ser feito refém e se torne vítima dessa disputa de poder do crime organizado”, disse.

Procurada pela reportagem, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) afirmou que não há nenhuma informação neste sentido. No entanto, destacou que a Gisp (Gerência de Inteligência do sistema Penitenciário) monitora o sistema carcerário, juntamente com outros órgãos de inteligência da Segurança Pública, para antecipar qualquer anormalidade.

Ressaltou também que em datas festivas, como no caso do Dia das Mães, a segurança é reforçada devido ao aumento no fluxo de pessoas.