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Município continua com ações de combate às doenças transmitidas por mosquitos

Caline Galvão em 02 de Maio de 2017

Desde o início do ano, já houve em Corumbá um caso confirmado de Zika Vírus e um suspeito que aguarda resultado laboratorial. Nenhum caso de microcefalia relacionado à doença foi registrado e não há grávidas com o vírus na cidade, segundo informações da coordenação da Vigilância em Saúde Ambiental da Prefeitura de Corumbá. As ações de limpeza urbana prosseguem no município.

“A gente está fazendo ações de retirada de material de locais críticos. Em cada micro área que tem um agente de endemias que trabalha, ele fez um levantamento de quais são as casas críticas tanto de terreno baldio, como casa com muito lixo espalhado que possa servir de criadouro e também de casa que tem a caixa d’água em nível de solo, que a pessoa armazena para utilizar, já que tem intermitência de água na parte alta”, afirmou Marly Brazil, coordenadora da Vigilância em Saúde Ambiental.

Segundo ela, este é um trabalho que está iniciando. “Já fizemos esse levantamento e vamos começar ações diretas nesses locais para quando chegarmos na época crítica, de chuvas, não se prolifere tantos mosquitos. Além disso, vamos fazer trabalho de notificação do morador. Vamos entregar a casa limpinha e ele vai assinar termo em que se compromete a conservar a casa dele daquele jeito, se não, isso pode fazer com que ele receba multa”, afirmou Marly ao Diário Corumbaense.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Uma das ações é o bloqueio químico por meio de bombas costais

De acordo com o sexto boletim epidemiológico do ano, até a semana 14, foram notificados 249 casos suspeitos de dengue em Corumbá, sendo que dois foram confirmados no bairro Aeroporto, dois no bairro Dom Bosco e três no Centro. Já os casos suspeitos de zika vírus foram 44 no mesmo período. Foram notificadas pessoas com suspeita da doença nos bairros: Aeroporto (09), Centro (08), Guanã (4), Dom Bosco (09), Guarany (02), Cristo Redentor (1), Maria Leite (1), Cervejaria (01), Guatós (01), Centro América (01), Jardim Dos Estados (1), Nova Corumbá (01), Kadweus (1), Nossa Senhora de Fátima (1), Universitário (1), dois casos notificados de paciente em trânsito e um caso confirmado no bairro Nova Corumbá.

No município, até a semana epidemiológica 14, foram notificados 25 casos de chikungunya, sendo quatro no Centro, sete no Dom Bosco, dois no Aeroporto, um no Jardim dos Estados, um no Conjunto Primavera, três no Nossa Senhora de Fátima, dois no Popular Nova, um na Cervejaria, dois no Maria Leite, um no Popular Velha e um no Cristo Redentor, sendo que um caso foi confirmado no bairro Jardim dos Estados.

Criadouros de leishmaniose podem estar nos quintais de residências

Conforme o último boletim epidemiológico emitido pela Secretaria de Estado de Saúde, já foram confirmados cinco casos de leishmaniose visceral na cidade. Os registros foram nos bairros Jardim dos Estados, Jardinzinho, Previsul e Dom Bosco, ocorrendo um óbito no Maria Leite. “Assim que chega o resultado de um paciente que deu positivo para leishmaniose, a gente faz uma ação imediata no local, que é o bloqueio químico na residência do morador, o pessoal passa fazendo borrifação. Também temos um veterinário que faz acompanhamento para verificar alguns cães sintomáticos e é realizada coleta de sangue de todos os cães no entorno para verificar se há algum cachorro com a doença”, explicou Marly Brazil.

Além dessas ações, o município realiza vistoria na residência onde o morador foi detectado com a doença, já que o mosquito-palha, transmissor da leishmaniose, se reproduz em matéria orgânica em decomposição. “A gente vê no quintal se a pessoa está juntando folhas secas, galhos, frutas apodrecidas, porque isso vai fazer com que o mosquito utilize o local para depositar ovos e futuramente criar novos mosquitos”, disse Marly. Ela lembrou que a leishmaniose é uma doença muito silenciosa, por isso de difícil diagnóstico.

“Às vezes dá numa febre que desaparece, uma dor abdominal, algumas dores no corpo, uma tosse, são vários sintomas separados e a pessoa começa a adoecer gradativamente. Às vezes, a pessoa vai saber que está com leishmaniose depois de muitos anos, não é uma doença aguda como dengue, por exemplo, que de repente evolui e você já fica sabendo que é dengue, a leishmaniose é bem lenta. Para ser descoberta, tem que ser feito exame de sangue e o médico deve estar bem atento para os sintomas porque é muito semelhante a outras doenças”, observou Marly Brazil.

Com base nos casos notificados e confirmados e no segundo Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (5,7%), as equipes da Secretaria de Saúde já realizaram as seguintes ações de combate ao vetor: manejo ambiental em todos os imóveis com casos notificados, com a retirada de possíveis focos de reprodução do vetor; bloqueio mecânico nos Centro e Generoso; e bloqueio químico em 1.311 imóveis com a bomba costal.

Durante a semana 14 foram visitados 3.288 imóveis nas atividades de rotina, onde foram feitas eliminação de focos, tratamento de água para consumo, com larvicida, com o objetivo de impossibilitar o desenvolvimento do vetor e orientação junto aos moradores para que evitem o acúmulo de materiais que possam favorecer o depósito de ovos do mosquito transmissor.

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