Conferência debate integralização da saúde da mulher no município de Corumbá

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Evento discute bem-estar, condições de trabalho e prevenção em saúde das mulheres e propõe políticas públicas no setor

Acontece durante toda esta terça-feira (25), no auditório do Sindicato Rural de Corumbá, a 1ª Conferência Municipal de Saúde das Mulheres.  O evento, que tem como tema “Saúde da Mulher: Desafios para Integralidade com Equidade”, tem a finalidade de avaliar a situação da saúde, definir diretrizes para a plena garantia da saúde e parâmetros que possibilitem o fortalecimento da participação social na perspectiva da plena garantia da implementação do SUS. Há também os objetivos de propor diretrizes para a formulação da Política Estadual de Saúde das Mulheres e eleger delegados para a Conferência Estadual de Saúde das Mulheres.

O evento, coordenado pelo Conselho Municipal de Saúde e pela Secretaria Municipal de Saúde, está propondo discussões em quatro eixos. Um deles é o papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental e seus reflexos na vida e na saúde das mulheres. O outro é o mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres; as vulnerabilidades nos ciclos de vida das mulheres na Política Nacional de Atenção Integral a Saúde das Mulheres e políticas Públicas para Mulheres e Participação Social. 

“O evento é proposto nesses quatro eixos, principalmente buscando a integralização deles, você verificar a saúde como um todo, tendo todo contexto social, como essa mulher está no processo de trabalho, como ela está na condição de mercado de trabalho, a saúde ocupacional dela. São discussões que elencam o compromisso da nossa gestão no beneficiamento à mulher, seja em relação ao trabalho ou em relação à saúde e seu bem-estar, tudo tem que estar integrado no contexto para que a gente possa fazer uma política de saúde que dê condições melhores à mulher”, afirmou Rogério Leite, secretário municipal de Saúde.

A proposta do tema, segundo o secretário, tem como finalidade trabalhar a prevenção em saúde e o assistencialismo.“Temos que ver a saúde da mulher na parte preventiva, em relação ao câncer de mama e de colo de útero, por exemplo, que são as doenças que mais assolam a mulher. Além disso, temos que dar melhores condições às mulheres porque a saúde está atrelada ao contexto social, econômico, político, então, tudo isso influencia de uma forma ou de outra na saúde da mulher. Ela é mãe, trabalha, chega em casa e tem que trabalhar, então, nós temos que respeitar esse horário da mulher”, disse Rogério ao Diário Corumbaense.

Rogério Leite, secretário de Saúde, afirmou que será debatida forma de as mulheres receberem atendimento ambulatorial noturno

De acordo com ele, foi feito projeto piloto e, durante cinco dias, houve atendimento às mulheres que puderam consultar com ginecologista, fizeram exame preventivo e foi realizado atendimento assistencial às mulheres que não conseguem ir ao posto de saúde. Rogério Leite destacou que no Município há apenas do pronto-socorro e a UPA, que são unidades para atendimento de urgência e emergência, para aquelas mulheres que trabalham. De acordo com o secretário, está sendo organizado para que, a partir do segundo semestre, as mulheres que não podem comparecer aos postos de saúde diuturnamente possam ter atendimento ambulatorial noturno.

“A conferência é para debatermos exatamente isso, qual a política de saúde que nosso município quer integrar, o que nós queremos em relação à saúde da mulher, como nós podemos integrar essa mulher que está fora do sistema, por ela estar trabalhando, e integrá-la novamente no sistema para que ela receba essa atenção especial para o seu bem-estar”, disse Rogério Leite.

Para Marcela Montenegro, que integra os Conselhos Municipal e Estadual de Saúde, o maior desafio dessa conferência é elaborar propostas para políticas públicas em saúde das mulheres. “Aqui nós temos nossas especificidades da região que são as mulheres ribeirinhas, indígenas, quilombolas, rurais, nossa área é muito grande, agora imagine levar saúde pública para essas pessoas. Nosso desafio aqui é fazer essas propostas públicas acontecerem”, afirmou Marcela, que também é coordenadora da conferência.

Ela explicou que do evento deve sair documento que seguirá para a Conferência Estadual de Saúde das Mulheres, que está marcado para o dia 07 de junho. No evento estadual, os delegados de Corumbá, que serão eleitos na tarde desta terça-feira (25), vão defender a região para que as políticas públicas sejam levadas à Conferência Nacional, que será em agosto. “É aqui que tudo começa, que a gente mapear todas as nossas dificuldades na área de saúde das mulheres”, disse Marcela Montenegro. “Essa conferência é para toda a sociedade para justamente discutirmos propostas de políticas públicas, até porque o nosso Conselho é composto por quatro segmentos que são usuários do SUS, profissionais de saúde, prestadores de serviço privados e gestores públicos”, finalizou.