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Antes autor somente de furtos, "Nego Asa" passou a assaltar e a agredir vítimas

Caline Galvão em 19 de Abril de 2017

Arquivo/DC

"Nego Asa", preso em 2013, cumpriu pena até 10 de março de 2017; foi novamente detido no dia 17 de abril

Rodrigo Cesar Gomes, mais conhecido como “Nego Asa”, acumula mais de vinte passagens policiais, sendo pelo menos duas delas em Campo Grande. Saiu da prisão no dia 10 de março deste ano, depois de ter cumprido pena de três anos por furto qualificado. Com pouco mais de um mês solto, foi preso novamente no fim da tarde de segunda-feira (17), por participação em furto de motocicleta e transportar o veículo para a Bolívia, onde foi vendido. As passagens policiais dele variam desde roubos e furtos a desobediência, desacato, lesão corporal e porte de arma de fogo. 

Aos 32 anos, “Nego Asa”, é “especialista” em furto de motocicletas com uso de chave micha, já que no passado foi chaveiro. Saiu mais violento do sistema prisional e passou a realizar roubos com emprego de arma de fogo e conta com ajuda de outros comparsas. Quatro vítimas já fizeram reconhecimento dele como autor de delitos desde sua saída da prisão. Ele também é acusado de agredir com um soco na boca uma vítima de assalto e ainda de chutar uma mulher, durante roubo, ao ouvir dela que não tinha celular

De acordo com o delegado Rodrigo Blonkowski, responsável pelo cartório de furtos, roubos e tráfico de drogas do 1º Corumbá, “Nego Asa” está sendo investigado por vários crimes e sua saída da cadeia é associada ao aumento nos casos de roubos e furtos na cidade. Um dos seus comparsas, que é seu sobrinho e também está preso por participação no crime ocorrido na segunda-feira (17), também é investigado por ligação com esses delitos.

“É normal ter um movimento de roubo e furto, mas não daquele jeito. Tinha dia que tinha dois roubos feitos da mesma forma, mesmo perfil, tipo arrastão, não é comum. A Polícia Militar conseguiu prendê-los em flagrante e acredito que vão ficar mais tempo presos devido às investigações sobre outros delitos”, disse o delegado ao Diário Corumbaense.

Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Delegado Rodrigo Blonkowski pede que vítimas de roubo e furto nos últimos 30 dias compareçam à Delegacia para reconhecimento

Ele frisou que as vítimas de roubos e furtos ocorridos neste último mês devem comparecer à Delegacia de Polícia Civil para tentar reconhecer os autores. Ele explicou que essa atitude é fundamental para que a investigação possa ter mais respaldo e que os criminosos possam ter suas prisões decretadas pela Justiça. “Às vezes, a pessoa registra boletim de ocorrência e esquece, não procura mais a polícia. A gente chama para prestar declaração, mas num caso como este, a pessoa pode nos procurar. Já tivemos bom retorno porque os quatro reconhecimentos feitos foram positivos”, afirmou Rodrigo Blonkowski.

Ele falou que as vítimas de roubo que reconheceram “Nego Asa” como um dos autores relataram a ação criminosa realizada da mesma forma, mesma motocicleta utilizada na ação, mesmos capacetes, mesma maneira de agir.

Antes da prisão em flagrante, já havia investigação sobre essas ações criminosas

O delegado Rodrigo Blonkowski afirmou que, antes das prisões, já estava em curso investigação sobre o transporte dessas motocicletas para a Bolívia. Já se sabe que os receptadores são três estrangeiros e dois brasileiros, mas esse inquérito pode não ter relação com os quatro presos na tarde de segunda-feira. Se sabe também que parte das motocicletas roubadas e furtadas em Corumbá é vendida em Puerto Quijarro por valores baixíssimos. No entanto, esses veículos são revendidos pelos receptadores em Santa Cruz de la Sierra, distante mais de 600 km da fronteira com Corumbá, por valores maiores. “É um esquema lucrativo”, disse o delegado.

Com relação ao crime da segunda-feira, além do sobrinho de 18 anos, outro parente de “Nego Asa” também foi preso, o jovem tem apenas 19 anos. Só um deles não é da família, que foi o responsável por passar a moto pela fronteira, também de 19 anos. “Eles têm fotos no facebook juntos, fotos ostentando armas, dinheiro, é do círculo deles, mas não é da família do Rodrigo”, explicou o delegado.

Arquivo/DC

Ao ser preso em 2013, "Nego Asa" demonstrou como furtava motocicletas com rapidez e facilidade

Além do famoso ladrão de motocicletas, os outros três presos também têm passagens policiais por motivos variados, incluindo furtos e roubos. “Às vezes a vítima não sabe por que o autor fica solto por muito tempo ou não fica preso por muito tempo, mas é porque a vítima não procura a Delegacia para fazer o reconhecimento. Quanto mais gente procurar e for realmente apurado que aqueles suspeitos são responsáveis por outros crimes é melhor porque a gente consegue fazer representação de um pedido de prisão temporária, pedido de preventiva, aí vai saindo o mandado de prisão, ele cumpre o mandado de prisão, mas tem mais cinco para ele cumprir, por exemplo. Mas, se tem a ficha do indivíduo por vários roubos e a vítima não veio, não conseguiu fazer reconhecimento ou ficou com medo de reconhecer, então não adianta”, explicou Rodrigo Blonkowski.

Ele frisou que as vítimas não precisam ficar “cara a cara” com os suspeitos. O reconhecimento pode ser feito também através de fotografia e pode ser realizado por voz.

Comentários:

José Mendes: Conheço algumas pessoas que foram roubadas ou furtadas, mas ninguém vai por que o atendimento é demorado. Eu já passei por isso. fica muito tempo lá. falei que fiquei 1 hora pra registrar minha ocorrência, tem gente que fica 2, 3 horas esperando. Sem contar que é uma má vontade. Isso desmotiva a galera ir. Infelizmente!

wander da costa: Quero dar os parabens ao jornal por estar mostrando a cara desse vagabundo, especialista em furtar motos roubadas, bom de trabalhar. Gostaria que o diarionline continuasse mostrando de frente, como exemplo de outras cidades, para que a sociedade possam conhecer e se proteger do seu algoz

Redação Diário: Caro Vander, em casos como este, em que temos as informações sobre as passagens policiais do indivíduo, divulgamos nome e foto sim. Porém, na maioria das vezes, todas as polícias (militar, civil, federal, rodoviária federal) não divulgam nomes e nem fotos de frente. O jornal também segue essa linha porque muitas vezes, os envolvidos, apesar de constatado o crime, movem ações por "danos morais" contra a empresa de comunicação. Não se trata de "proteger bandido" como alguns falam, mas sim de nos resguardar de ações judiciais.