Interdição de trecho da rua Albuquerque gera reclamação de moradores e comerciantes

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

No trecho, foi refeita rotatória e construído quebra-molas com passarela para facilitar passagem de pedestes e cadeirantes

Obra realizada pela Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) na entrada de Corumbá está causando transtorno para comerciantes que reclamam da demora na liberação do trecho. A Agesul afirmou que foi necessária essa interdição para que a obra não fosse danificada.

O borracheiro Ronaldo José de Almeida disse que desde que foi interditada a rua, ele perdeu 80% do movimento de clientes. “Eles fecharam essa rua faz uns 30 dias e disseram que vai ficar mais 30. O movimento da borracharia caiu 80% e o pessoal aqui está preocupado, está bem ruim para a gente”, disse.

Vizinho ao seu Ronaldo há outra borracharia cujo dono reclamou pelo mesmo motivo. “A gente está há duas semanas sem trabalhar com essa rua fechada. O movimento caiu demais, estou parado, está um caos. Os carros não param mais aqui”, disse o borracheiro Cláudio Roberto ao Diário Corumbaense.

Também localizada no mesmo trecho interditado está a loja de radiadores de Marco Antônio Souza. “Já faz tempo que foi concluído o quebra-molas com a passarela, só que essa obra está do Nossa Senhora de Fátima até a Sargento Aquino, aqui na rua Albuquerque. Eles fecharam toda essa área e ficamos aqui isolados. A gente precisa trabalhar, temos comércio, e agora, como a gente fica?”, reclamou o comerciante.

Engenheiro responsável pela obra explicou que é necessário tempo de cura para alcançar máxima rigidez do concreto

No processo inicial feito para restauração de pavimento asfáltico na rua Albuquerque está incluso o remanejamento da rotatória que, segundo o engenheiro da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul), Paulo Costa, havia sido mal elaborada no passado. “Hoje, você tem um projeto bem feito, bem executado, está bem ordenado com relação a como utilizar aquela rotatória”, disse Paulo Costa.

Ele explicou que a administração municipal anterior solicitou à Agesul que construísse um dispositivo de trânsito chamado traffic calming, que se trata de um quebra-molas mais largo que tem dupla funcionalidade, uma para redução de velocidade e outra para facilitar a passagem de pedestres e cadeirantes e isso não estava no projeto inicial da Agesul. O serviço foi executado, mas o engenheiro explicou que o concreto utilizado nesse quebra-molas é muito espesso, está com cerca de 30 a 40 centímetros de espessura, e esse concreto leva, no mínimo, 21 dias para ter a resistência máxima dele à compressão e à tração.

“Como ali é um lugar de trânsito excessivo, de carretas e caminhões pesados, nós estamos mantendo a obra naquele estágio sem trânsito para não danificar esse concreto”, explicou Paulo Costa. “Esse tempo de cura é necessário e a obra não está paralisada porque aquele concreto está sendo molhado todos os dias e esse sistema de molhar o concreto é exatamente para acelerar a cura para o concreto ficar mais rígido. Quando chove, não vai ninguém porque como já molhou, não tem necessidade de ir lá”, esclareceu o engenheiro.

Mapa mostra quebra-molas no projeto da Agesul atendendo à solicitação do município

Pista será liberada no início da próxima semana

De acordo com Paulo Costa, a Agetrat solicitou que fosse liberada meia pista, mas a Agesul não concordou. “Se eu liberar meia pista, vão danificar o concreto. Está previsto, pelo nosso tempo de cura, no começo da próxima semana para liberarmos aquele trecho. Eu peço à população que tenha paciência porque o benefício que as pessoas vão receber ali é muito maior que o transtorno que essa obra está causando”, garantiu o engenheiro da Agesul.

Encerrada essa etapa, deve acontecer uma segunda fase que não vai atrapalhar a vida de ninguém, conforme o engenheiro Paulo Costa. Haverá a pintura do dispositivo, pintura das faixas e colocação de placas de sinalização. Ele frisou a este Diário que o prazo de execução da obra é até o final de abril.