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Campanha “Crianças Invisíveis” busca mais padrinhos em Corumbá e Ladário

Da Redação em 23 de Março de 2017

As comarcas de Corumbá e Ladário possuem, atualmente, três instituições de acolhimento de crianças e adolescentes. Nelas vivem cerca de 30 jovens com uma perspectiva nada feliz: são crianças e adolescentes que não se enquadram no perfil procurado por pessoas que querem adotar. O futuro para elas é completar a maioridade, sair da instituição em que estão e enfrentar a vida sem alguém como referência.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos coordena campanha

Pensando nisso, o juiz da 1ª Vara Cível de Corumbá, Maurício Cleber Miglioranzi Santos, criou a campanha “Crianças Invisíveis”, que tem como objetivo buscar mais padrinhos para as crianças e adolescentes que vivem em situação de acolhimento. A ação faz parte do Projeto Padrinho, desenvolvido pelo Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul, por meio da Coordenadoria da Infância e Juventude de MS, e que conta com o apoio do presidente do TJMS, desembargador Divoncir Schreiner Maran.

Existem diversas formas de apadrinhamento e isso não obriga que o padrinho ou madrinha tenha o dever de adotar aquela criança ou adolescente.

Segundo o juiz Maurício Miglioranzi, o apadrinhamento pode ser por meio de um serviço, como o de um dentista ou um professor de música ou artes marciais, por exemplo. Também existe o apadrinhamento afetivo, que é aquele em que o padrinho proporciona o convívio familiar, o carinho e afeto, levando a criança para sua casa, para a igreja, acompanhando o rendimento escolar.

“Estas crianças acabam crescendo dentro dos abrigos, sem um olhar individual, um carinho especial e sequer pode pedir o seu prato favorito no almoço de domingo, por exemplo. E isto, a par do bom serviço prestado pelos abrigos, é uma preocupação do Judiciário Estadual para que haja o desenvolvimento adequado destas crianças e adolescentes. Por isto estamos com a campanha “Crianças Invisíveis” para buscar padrinhos que proporcionem este afeto que elas precisam, porque são crianças como todas as outras”, explica o magistrado.

Maurício Miglioranzi ressalta que as crianças e adolescentes, considerados institucionalizados, não estão ali por estarem em conflito com a lei, apenas são vítimas dos próprios pais que negligenciaram seu desenvolvimento de diversas formas. “Em Corumbá e Ladário existem pelo menos 30 crianças, entre 4 e 17 anos, que correm o risco de não serem adotadas. Elas sofreram abusos e os pais foram destituídos do poder familiar. Mas basta a demonstração de carinho que a formação de vínculos pode ser restabelecida, superando as dificuldades”.

Outra preocupação é quanto àqueles jovens que completam 18 anos e saem dos abrigos. “Por isto é importante o apadrinhamento”, explica o magistrado. “Ao sair do acolhimento, o adolescente, que agora é um adulto, poderá contar com o apoio do padrinho e da madrinha, sem os quais ele estaria isolado e sem referências”.

É importante ressaltar que o padrinho e a madrinha não são obrigados a adotar

Inclusive podem fazer o apadrinhamento por tempo determinado, ou seja, caso precisem mudar de cidade, por exemplo. O que também não significa quebra do vínculo, que pode ser mantido a distância, se assim quiserem.

Além das comarcas de Corumbá, diversas outras comarcas de MS contam com o Projeto Padrinho, bastando que os interessados procurem o Fórum local para buscarem informações de como participar. Em Corumbá o contato com o Núcleo Psicossocial do Fórum é pelo telefone 3907-5740. As informações são da assessoria de imprensa do TJMS.

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