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Inclusão e empoderamento familiar são temas de seminário sobre Síndrome de Down

Caline Galvão em 15 de Março de 2017

Em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down, comemorado no dia 21 de março, o Instituto de Pessoas com Síndrome de Down (Pesdpan) organiza o II Seminário Pantaneiro sobre Síndrome de Down. “Minha voz, minha comunidade” é tema do evento que tem como público-alvo familiares, professores, profissionais de áreas afins e sociedade em geral para conhecer melhor o que é a síndrome e combater o preconceito que ainda existe contra pessoas com Down. O seminário acontece na manhã de sábado, 18 de março, no auditório da unidade III da UFMS/CPAN, localizado no Porto Geral. O evento começa às 07h30 com credenciamento, abertura e apresentação cultural. Haverá exposição de telas de artistas com Síndrome de Down.

Reprodução/Facebook

Seminário contará com participação de pedagogas especialistas em educação especial

“Este ano vamos falar sobre a importância da inclusão das pessoas com Síndrome de Down na sociedade e a importância das políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência”, afirmou Viviane Ametlla, presidente do Pesdpan. O assunto abordado pelo seminário está em consonância com o tema deste ano da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. A federação atua nacionalmente para sensibilizar o poder público e a sociedade na defesa dos direitos e dos interesses das pessoas com Down e de suas famílias. Coordena o intercâmbio entre as associações filiadas, sendo agente de informação e referência sobre a síndrome. Busca também garantir o cumprimento do disposto na Constituição da República e na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência relativamente às pessoas com Down e suas famílias.

Para Viviane, a sociedade precisa conhecer melhor a Síndrome de Down para desmistificar e quebrar o preconceito que ainda existe. “É notório. A gente como mãe vivencia situações de preconceito absurdas que nos dias de hoje não deveriam mais existir. A sociedade precisa conhecer pessoas com Síndrome de Down, as possibilidades que elas têm para que tenham também oportunidades e possam se desenvolver dentro da sociedade”, disse Viviane ao Diário Corumbaense.

Participam da mesa redonda duas pedagogas especialistas em educação especial de Campo Grande. Márcia Brandão vai discutir sobre as possibilidades pedagógicas na Síndrome de Down e o empoderamento da família. “A família tem que fazer parte desse processo. Se não houver inclusão na família, se ela não acreditar na pessoa com Síndrome de Down e não oportunizar situações, a pessoa vai ter seu desenvolvimento comprometido. A participação da família é fundamental”, afirmou Viviane Ametlla. Já a pedagoga Vera Gomes vai falar sobre a legislação da pessoa com deficiência. São palestras curtas de 30 minutos cada uma, com possibilidade de questionamentos e diálogo aberto com o público.

Uma em cada mil pessoas nasce com Down no mundo

A Síndrome de Down é uma alteração genética presente na espécie humana desde sua origem. Foi descrita como tal há 150 anos, quando John Langdon Down, em 1866, se referiu a ela pela primeira vez como quadro clínico com identidade própria. Em 1958, o francês Jérôme Lejeune e a inglesa Pat Jacobs descobriram de maneira independente a origem cromossômica da síndrome. Foi quando ela passou a ser considerada uma síndrome genética.

Ela é a primeira causa conhecida de discapacidade intelectual, representando aproximadamente 25% de todos os casos de atraso intelectual, traço presente em todas as pessoas com a síndrome. Não se trata de uma doença, mas de síndrome genética que pode condicionar ou favorecer a presença de quadros patológicos. Entre as pessoas com Down, existe grande variabilidade, mas nunca se deve falar em “graus”, existe variação de alguns indivíduos em relação a outros, assim como acontece na população geral. Lejeune costumava dizer que o cromossomo a mais era como o músico que desafina na orquestra, quanto melhor a orquestra, mais será possível aprimorar o resultado final.

A síndrome é gerada pela presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo (trissomia). Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população. A incidência estimada da Síndrome de Down no mundo é de um em mil nascidos vivos. A cada ano, cerca de três mil a cinco mil crianças nascem com ela.

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