Marcelo Fernandes em 09 de Fevereiro de 2017
Mesmo com nível estacionado em 1,82 metro por dois dias seguidos (07 e 08 de fevereiro), o rio Paraguai está em elevação. É o que aponta a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), ligada ao Ministério das Minas e Energia (MME), após análise dos dados da régua mantida pelo Serviço de Sinalização Náutica do Oeste, do 6º Distrito Naval, em Ladário.
A projeção da CPRM é que em 24 de fevereiro, o nível do rio na estação ladarense alcance exatos 2 metros de altura. Para o dia 03 de março, a previsão é que a marca bata em 3 metros e 11 centímetros. A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais aponta que “a estação de Ladário no rio Paraguai vem apresentando valores de cota de nível d’água abaixo da curva de permanência de 50%. Atualmente o nível d’ água encontra-se em elevação”.
Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense
Altura ficou estacionada em 1,82 metro nos dois primeiros dias desta semana
A altura de 1,82 metro alcançada nos dois primeiros dias desta semana mostra que o nível do rio – na centenária régua ladarense, que registra os níveis do rio Paraguai desde 1900 – é o mais baixo para o período desde 2014, quando atingiu 1 metro e 54 centímetros nos dias 07 e 08 de fevereiro. Em 2015, nos mesmos dois dias o rio media 2,28 metros e 2,29 metros, respectivamente. Já em 2016, a altura era de 2,76 metros e 2,78 metros.
Dos 117 anos de observação das cotas em Ladário, 53 tiveram o valor máximo anual no mês de junho, 26 em maio, 24 em julho, 11 em abril, 2 em março e 1 em agosto. Em 2016 o pico da cheio foi de 4,06 metros atingido em junho. Das marcas mínimas anuais, 34 ocorreram no mês de dezembro, 33 em novembro, 29 em janeiro, 16 em outubro, 4 em setembro e 1 em fevereiro. No ano passado, o nível mais baixo de 1,16 metro em novembro.
Cheia normal compreende de 5 a 5,99 metros. Cheia igual ou superior a 6 metros é considerada como uma cheia grande ou "super cheia".
Maiores cheias
A maior cheia do século passado ocorreu em abril de 1988, quando o rio Paraguai, atingiu a marca de 6,64 metros na régua de Ladário, superando os 6,62 m de maio de 1905. A última grande cheia ocorreu em 1995, considerada a terceira maior, com pico de 6,56 metros.
A que mais prejuízos causou para a pecuária bovina do Pantanal, foi a de 1974, quando milhares de cabeças de gado morreram. Apesar de o pico (nível máximo) ter sido inferior a 6 metros (5,46 m), o fato de ter ocorrido após o mais longo período de seca do Pantanal, pegou os pecuaristas de surpresa.
Durante o período de 1964 a 1973, que antecedeu a essa cheia, o nível máximo registrado na régua de Ladário tinha sido de apenas 2,74 metros.
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