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Corumbá tem meta de vacinar pelo menos 80% dos meninos contra o HPV

Caline Galvão em 18 de Janeiro de 2017

Principal responsável pelo câncer de colo de útero, o HPV pode ser evitado através da vacinação. Doença sexualmente transmissível, o vírus é passado para mulheres através do homem contaminado. Este ano, o Ministério da Saúde liberou doses da vacina para adolescentes do sexo masculino, mas as meninas continuam como principal público-alvo. Além da vacinação contra o HPV, as salas de vacina dos postos de saúde em Corumbá estão abastecidas com doses contra Febre Amarela. Moradores da zona rural ou quem visita esporadicamente sítios e fazendas devem recorrer às Unidades Básicas de Saúde para reforço vacinal ou para ser imunizado pela primeira vez.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Neste ano, meninos de 12 e 13 anos serão vacinados; a meta é diminuir a faixa etária a partir de 2018

Mariângela Capurro de Paula, enfermeira da Vigilância Epidemiológica de Doenças Transmissíveis, explicou que a vacina contra o HPV está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde que têm sala de vacina. O público-alvo são meninos de 12 e 13 anos e meninas dos 09 aos 14 anos. Desde o dia 09 de janeiro a vacina já está liberada nos postos de saúde. “Primeiramente era só liberada para menina, mas como os meninos são os principais transmissores do HPV, o Ministério da Saúde liberou para eles”, explicou Mariângela ao Diário Corumbaense.

A pretensão é que ao menos 80% dos meninos nesta faixa etária sejam vacinados em Corumbá. No entanto, o principal público-alvo continua sendo as meninas. “Quanto mais precoce ela se vacinar melhor, então, a partir dos 09 anos de idade as meninas já podem se vacinar”, afirmou a enfermeira. As doses ficarão liberadas em tempo integral nas salas de vacina até atingir a meta, ou seja, não tem data para terminar a campanha.

Conforme Mariângela, a Secretaria Municipal de Saúde deve começar campanha nas escolas com o início do ano letivo. “É estratégia da Secretaria de Saúde porque o público-alvo está nas escolas. Já foi feita em campanhas anteriores essa estratégia e deu muito certo. Possivelmente, assim que entrar as aulas, a partir de fevereiro, vai ter reunião com a Secretaria de Educação para fazermos essa parceria porque conseguimos vacinar muito mais indo ao colégio”, afirmou.

O médico Rodolpho Rosa, urologista que atende na rede municipal de saúde, explicou que o HPV é um vírus responsável por uma doença sexualmente transmissível que pode causar verrugas genitais ou câncer de colo de útero em mulheres. Por ser doença venérea, é necessária prevenção. O homem pode ser portador assintomático do vírus ou apresentar lesões características, que são as verrugas que podem aparecer no pênis ou na região pubiana e pode, eventualmente, se a doença não for tratada, causar câncer peniano.

Dr. Rodolpho Rosa afirmou que é importante a vacinação nos meninos para diminuir a circulação do vírus

Descobre-se que a pessoa tem HPV de duas maneiras. “Se aparecer qualquer lesão sugestiva de verruga, o homem deve procurar o urologista a fazer o exame. Existem dois exames que mostram a ocorrência de HPV, o exame de captura híbrida e a biopsia, além do diagnóstico clínico. Depois disso, você faz o rastreio também na parceira, para saber se ela é portadora do vírus. Na mulher, a maioria dos diagnósticos se faz pelo exame preventivo ginecológico que é feito uma vez por ano. O objetivo principal dele é descobrir se a mulher é portadora de HPV, que pode causar câncer de colo uterino. Se for descoberto numa fase precoce, se trata e evita o câncer. Se for descoberto o câncer numa fase precoce, também é tratado para evitar a evolução da doença”, explicou o médico.

Ele disse também que a lesão provocada pelo vírus é tratável, mas extirpar de uma vez por todas o vírus do corpo humano é bem mais difícil.  “Por isso a importância hoje em dia da vacina, que é uma estratégia de prevenção”, afirmou. A pessoa diagnosticada com HPV vai ser acompanhada pelo médico durante muitos anos. Existe uma estatística que informa que cerca de 60% das pessoas em vida sexual têm o vírus, embora a maioria não apresente a lesão.

“É muito importante que os meninos se vacinem também. A princípio, a vacina só era liberada para as meninas por causa da gravidade do HPV na mulher. A ideia inicial da vacina era diminuir a incidência de câncer de colo de útero. Optou-se agora por ampliar a estratégia de vacinação para os meninos porque você prevenindo a circulação do vírus, diminui a incidência da doença. É bom lembrar que a vacina é contra os tipos mais agressivos de HPV”, concluiu o urologista.