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Queimadas no Pantanal espalham fuligem e fumaça em Corumbá

Caline Galvão em 11 de Janeiro de 2017

Desde o começo do ano, o Pantanal está em chamas nas redondezas de Corumbá, Ladário e Puerto Quijarro. A fumaça, que já estava por toda a região, foi percebida de maneira ainda mais forte logo no início da manhã desta quarta-feira (11). Carros amanheceram com fuligem, casas e empresas tiveram que ser limpas logo cedo por causa da sujeira produzida pelas queimadas. O cheiro da fumaça tomou conta do centro de Corumbá, e na parte alta da cidade a fuligem também invadiu residências. Mas para quem trabalha nas proximidades do rio Paraguai, a situação não está nada fácil.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Fumaça cobriu o céu de Corumbá e espalhou sujeira nas ruas, casas e empresas; foto tirada do Mirante do Cristo Rei do Pantanal

Gerente de empresa localizada no Porto Geral, Reginaldo Arruda Lobo afirmou ao Diário Corumbaense que no início da manhã muita fuligem foi vista no interior da loja. Para manter o local apropriado, a empresa está limpando o ambiente constantemente. Mas não é apenas a sujeira que tem incomodado. “Muita fumaça, muita fuligem caída aqui no chão, essa cinza que vem do capim queimado, é o dia inteiro tendo que ficar fazendo manutenção da loja porque se não você não consegue trabalhar. Antes, limpava de manhã e ficava até à tarde, agora tem que ficar limpando o dia todo. Fora isso, o ar fica ruim para respirar, a vista fica irritada, toda hora tem que ficar lavando o rosto e sai aquela água toda cinza”, disse Reginaldo.

Ainda no Porto Geral, José Antonio Santos, vendedor de coco, disse que a situação não está fácil para quem trabalha naquela localidade. “Amanheceu aquela fumaceira, está difícil porque fica abafado, fica ruim para respirar. A chuvinha de ontem aliviou um pouco, mas ainda tem muita fumaça. Aqueles cavacos de pau e folhas queimadas chegaram aqui por causa da queimada. Haja saúde para aguentar porque é complicado”, admitiu o vendedor.

De vez em quando Rose Telma Vargas ajuda sua sogra que trabalha como ambulante no Porto Geral. Na manhã desta quarta-feira, ela percebeu que a situação da fumaça estava pior. “Estava tudo preto, cheio de fumaça, isso faz mal para a saúde, principalmente para a minha sogra que já tem idade e aqui não corre vento, é só fumaça. Dá aquela tosse seca, a respiração fica complicada e ela quando chega em casa já começa a espirrar, aí tem que fazer inalação para a respiração voltar ao normal”, contou Rose.

Gerente de empresa no Porto Geral afirmou que a empresa está constantemente limpando o ambiente por causa da fuligem

Cuidados com a saúde

No pronto-socorro municipal, as entradas de pacientes com problemas respiratórios agravados pela fumaça ainda não foram significativas. Segundo o diretor do setor, médico Emerson Moreira, o aumento de pacientes por causa do tempo ruim foi entre 5% e 10%, mas, se nada mudar, nos próximos dias poderá haver maior procura. “Aqui em Corumbá normalmente é um clima muito seco e quente, e quando se tem um período de queimada o ar fica ainda mais seco, então as doenças respiratórias acabam aumentando por isso”, afirmou o médico.

Doenças como bronquite, rinite, bronquiolite em recém-nascidos são exemplos de problemas que podem ser agravados com as queimadas no Pantanal. O médico recomenda que os moradores tentem umedecer o ambiente onde estiverem. “Aqui em Corumbá dependemos muito do ar-condicionado e ele por si só já tira a umidade do ar, então você associa o ar-condicionado com fumaça e isso piora. O aparelho só resfria, mas não purifica o ar. É importante limpar bem o ar-condicionado, umidificar o ar e evitar exercícios ao ar livre porque você vai estar respirando aquela fumaça”, destacou Emerson Moreira a este Diário.

O médico alertou para que os pais não retardem em levar seus filhos ao atendimento emergencial quando perceber algo diferente na criança, principalmente se o paciente já tiver problemas respiratórios como asma. Tosse constante e falta de ar não devem ser tratadas em casa. A ajuda médica rápida pode evitar maiores complicações e até mesmo o óbito.

 

Comentários:

enzo carmo albuquerque martinez: Trabalho no porto e pude observar que as queimadas foram provocadas, gostaria de saber se o governo municipal e a defesa civil tomou alguma atitude pois há dias , estamos respirando fuligem, ontem de acordo com a direção do vento , a vizinha Bolivia estava escondida, hoje estamos nós, providencias já.

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