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Sprays e repelentes com selo da Anvisa podem ser usados por grávidas

Caline Galvão em 19 de Dezembro de 2016

Há um ano e meio o Zika Vírus tem assustado a população brasileira. Responsável pela mais nova síndrome cuja principal característica é a microcefalia em fetos, a doença atingiu de janeiro a agosto de 2016 ao menos 196.976 pessoas no Brasil. Aproximadamente 67,3% dos casos foram detectados em mulheres.  No mesmo período, foram notificados 16.264 casos prováveis de Zika em gestantes.  

O vírus não é problema restrito às regiões de praia, o maior índice da doença em mulheres, analisado de maneira per capita, tem sido registrado no Estado de Mato Grosso, com 142 casos a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar vem o Rio de Janeiro, com 88,1 casos e Rio Grande do Norte, com 62,2 casos, números avaliados também a cada 100 mil habitantes. Os dados são do Ministério da Saúde.

O ginecologista e obstetra Carlos Figueiredo alertou para o tamanho do problema que o Brasil está vivendo. A doença já se alastrou por todo o País há muito tempo e é imprescindível que o planejamento familiar e o pré-natal sejam realizados de maneira rigorosa, bem como as medidas de prevenção não só sejam feitas pelas grávidas, mas por toda a família e pelos vizinhos.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Obstetra alerta para o perigo da doença e incentiva planejamento familiar

“O Zika tem capacidade de dispersão muito rápida pelo país inteiro. A última publicação da epidemiologia do vírus, feita em agosto pelo Ministério da Saúde, diz que o Estado que teve mais Zika em todo o país é Mato Grosso. Ele tem o dobro da quantidade de Zika per capita do segundo lugar, que é o Rio de Janeiro. Goiás também está entre os primeiros Estados. Então hoje, o Zika tem uma concentração forte na região Centro-Oeste do país”, destacou Carlos Figueiredo ao Diário Corumbaense.

O Ministério da Saúde já está considerando infecção tríplice pelo Aedes aegypti, que são dengue, zika e chikungunya. Por isso, o médico frisou que o combate ao mosquito transmissor é fundamental como prevenção das três doenças, e consequentemente precaução contra a microcefalia. Ele lembrou que ainda não há vacina contra o vírus e não existe medicamento específico para curar a pessoa que contrai a doença. “Ele é um vírus que a gente está começando a entender. Até se criar uma vacina, até ela ser testada para poder ser lançada no mercado, isso demora anos”, afirmou o obstetra.

Médico não recomenda gravidez no atual momento vivido pelo país

Carlos Figueiredo frisou que este não é o momento ideal de se ter filhos. “Para colocar isso para uma paciente, temos que viver a idade dela, se ela pode aguardar mais ou não, cada caso vai ter uma orientação, para que ela possa tomar a decisão, mas a gente tem que colocá-la a par da situação”, afirmou o médico. Segundo ele, Corumbá já registrou cerca de 97 casos suspeitos de Zika.

Ele também lembrou que o fato de algumas mulheres não planejarem a gravidez e quando engravidam não se importam com a gestação, é o maior problema. Quanto mais informação, prevenção e preparo, mais segura será a gravidez. Mas quando a mulher realmente está ciente dos riscos e insiste em querer engravidar, as orientações são as mesmas para todos: cuidar bem da casa, evitar acúmulo de água, igualmente os vizinhos.

Repelentes e sprays

Dúvida muito comum no consultório do obstetra é sobre o uso de sprays que matam mosquitos e repelentes. De acordo com o médico, todos os venenos desse tipo específicos para matar insetos que estiverem com o selo da Anvisa, bem como os repelentes, são seguros para grávidas e seus bebês.

Divulgação

Spray para matar mosquito e repelentes podem ser usados por grávidas

“A Anvisa só libera esses mata mosquitos se as substâncias que estiverem neles não fizerem mal para a gestante e para o seu bebê, é uma prerrogativa para liberação desses produtos. Só saem com selo da Anvisa produtos que não fazem mal a gestantes e bebês. No entanto, tem que seguir as orientações do rótulo. Quando for aplicar no ambiente, não pode ter gente, aplica e sai fora. Depois de um tempo abre o local, ventila e entra”, orientou o obstetra Carlos Figueiredo. A mesma coisa serve para repelentes, tanto sprays quanto cremes. Aqueles que tiverem o selo da Anvisa, estão liberados.

Outra recomendação que ele tem dado às gestantes é passar toda a gravidez com roupas brancas ou claras. “Todos nós pantaneiros sabemos que roupa escura atrai mosquitos. O mosquito se esconde melhor em uma roupa escura, ele fica com medo de ser visto e vai pousar em alguém que esteja com roupa preta. A gente tem recomendado que as gestantes usem apenas roupas claras para evitar mosquitos”, disse o médico. Ele falou também que o cuidado com alimentação saudável e a orientação de uma nutricionista é fundamental para fortalecer o organismo das gestantes.

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