Da Redação em 06 de Dezembro de 2016
Corumbá acumula quase 4 mil focos de queimadas ao longo do ano. É o maior volume para o período desde 2012. De 1º de janeiro a 04 de dezembro de 2016, o município registrou 3.942 focos. No mesmo recorte temporal de 2012, a cidade tinha acumulado 6.099 registros de incêndios florestais. As estatísticas são do monitoramento feito pela Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), vinculada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Os números do INPE mostram que em 2013, entre 1º de janeiro a 04 de dezembro, foram 1.651 focos de queimadas contabilizadas no município. Nesse mesmo período de 2014, a Divisão de Satélites contabilizou 1.044 focos em Corumbá. Em 2015, o município teve 3.942 registros feitos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais na mesma faixa de tempo.
Esses mais de 3,9 mil focos de queimadas em todo o ano, colocaram o maior município pantaneiro no topo do ranking nacional. Foi a cidade que mais registrou incêndios florestais em 2016. Porto Velho (RO), com 3.582 registros, e Colniza (MT), com 1.991, figuram em segundo e terceiro postos, respectivamente, no que tange à incidência de queimadas no Brasil. Os quase 4 mil focos registrados em Corumbá representam mais da metade (57,45%) dos 6.861 focos de incêndios florestais contabilizados este ano em Mato Grosso do Sul.
Fotos: 3º GBM
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Apesar de registrar a maior incidência de queimadas dos últimos quatro anos, o município não conta mais com os trabalhos dos brigadistas do Prefvogo. Cortes orçamentários promovidos pelo Governo Federal afetaram em cheio o serviço que é executado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no combate às queimadas no Pantanal de Corumbá. A brigada – com 16 homens – teve contrato reduzido de seis para cinco meses. A atuação foi de julho até novembro.
Dezembro é o segundo mês mais chuvoso do ano em Corumbá. De acordo com levantamentos do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS), o índice pluviométrico é de 140,8 milímetros no município. Janeiro é o que registra maior pluviosidade com 145,4 milímetros de precipitação, de acordo com a normal climatológica.
Oito satélites monitoram os focos
Atualmente, oito satélites são usados pelo INPE para fazer o monitoramento das áreas atingidas pelo fogo. Destes, dois são geoestacionários – ou seja, mantém uma velocidade de órbita em relação à Terra que os permite ficar acima de um ponto continuamente. Os outros seis são satélites orbitais, que ficam mais próximos do planeta.
De acordo com o Portal Brasil, o satélite Aqua, por exemplo, tem uma resolução de 1 km² de visualização por pixel de imagem. Atualmente, a espaçonave funciona como uma espécie de satélite principal. Isso porque a órbita dele é a mais constante entre os satélites usados no monitoramento. Ele faz uma volta na Terra a cada 90 minutos. Acima do País, o Aqua passa às 2h30 e às 14h30 a uma altitude de 830 km.
Durante a passagem, os satélites vão se comunicando por meio de ondas de rádio – tanto entre si, quanto com antenas em pontos localizados em algumas centenas de bases no solo. Se for um satélite orbital, essa passagem pode demorar até 12 minutos para cruzar o território nacional.
Após a captação, o Inpe junta e processa as cerca de 200 imagens diárias produzidas pelos equipamentos. Dentro desse processo, são descartados faixas com temperatura menor que 60º Celsius.
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