PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Agricultores de Ladário orientam bolivianos a produzir alimentos agroecológicos

Da Redação em 02 de Julho de 2016

Um dia de campo realizado na quinta-feira (30) no assentamento 72, em Ladário (MS), motivou a troca de experiências entre agricultores familiares sul-mato-grossenses e bolivianos. Os visitantes vieram de Puerto Soarez e Yacuces e passaram o dia nos lotes 38 e 39, visitando hortas em transição agroecológica. O interesse deles é produzir verduras, legumes e frutas sem o uso de agrotóxicos e de forma padronizada.

A demanda havia sido formalizada em abril, quando representantes de três instituições bolivianas estiveram na Embrapa Pantanal em busca de parcerias para desenvolver a agroecologia no Departamento de Santa Cruz de la Sierra. Eles representavam a Secretaria de Desenvolvimento Produtivo do Governo de Santa Cruz, a FTE (Fundacion Trabajo Empresa) e a Sedacruz (Serviço Departamental Agropecuário de Sanidade e Inocuidade Agroalimentar de Santa Cruz).

Ana Maio

Agricultoras da Bolívia e de Ladário trocam experiências no dia de campo

Além da equipe interna da Embrapa Pantanal, participou da primeira reunião o diretor do campus local da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Edgar Aparecido da Costa, representando o mestrado em Estudos Fronteiriços. Edgar também desenvolve projetos de estímulo à agroecologia nos assentamentos e é parceiro do pesquisador Alberto Feiden, da Embrapa.

No campo

Pela manhã, cerca de 35 agricultores familiares acompanharam as atividades no lote dos assentados Raimundo Nogueira Lima e Adalgisa de Oliveira Lima. O pesquisador Alberto recepcionou os visitantes por volta de 9h. Professor Edgar Costa esteve com eles no horário do almoço. Também participaram o engenheiro agrônomo Leandro Henrique Jung, do escritório municipal da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), e o técnico em agropecuária Márcio da Silva, da Fundação de Meio Ambiente de Ladário.

Na horta do casal, os agricultores do assentamento e da Bolívia puderam ver de perto a produção de variedades de alface, cebolinha, coentro, agrião, couve, mandioca e outros produtos. Alberto teve a oportunidade de mostrar o plantio direto, que utiliza palha sobre o solo, funcionando como uma cobertura protetora.

Os bolivianos tinham dúvidas sobre o controle de pragas e doenças sem o uso de produtos químicos. Os assentados explicaram que utilizam inimigos naturais para esse controle, como o plantio de flores, que atraem alguns insetos e deixam de atacar as hortaliças. Alberto Feiden orientou os bolivianos a introduzir o sistema agroecológico de forma gradual. Disse também que não adianta produzir esses alimentos apenas em busca de um lucro maior – até porque a filosofia agroecológica defende a prática do preço justo.

No período da tarde, os agricultores visitaram o lote de Osírio Bento da Silva e Maria Aparecida Leite da Silva, onde o destaque foi a produção de tomate. O técnico Márcio falou sobre os métodos utilizados para manejo e prevenção de doenças no tomateiro. Também puderam observar como a família usa a integração de diversas espécies para produzir biodiversidade e reduzir as populações de organismos não desejados.

Alberto e Edgar disseram que o próximo passo é promover uma oficina na Bolívia, com esse mesmo grupo que esteve aqui, para orientar sobre a produção de caldas naturais que são usadas no controle de pragas.

São parceiros dos projetos a Embrapa Pantanal, a UFMS (através do mestrado em Estudos Fronteiriços), a Prefeitura de Ladário e a Agraer. O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) apoia a iniciativa. Com informações da assessoria de imprensa da Embrapa Pantanal.

PUBLICIDADE