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Não negamos socorro

Da Redação em 20 de Junho de 2016

Acidente e superlotação - Um grave acidente durante uma corrida de carros em Puerto Quijarro deixou pelo menos dez pessoas feridas, com fraturas expostas e uma com traumatismo craniano. De acordo com depoimentos dos próprios bolivianos, o hospital de lá enviou as vítimas para a Santa Casa de Corumbá porque nem raio-x havia lá. 

Não negamos socorro - Com a chegada dos pacientes, instalou-se nos corredores da Santa Casa uma corrida entre os funcionários que estavam de plantão. Médicos que não estavam de serviço no sábado foram convocados às pressas para ajudar. Seis feridos precisaram de cirurgia, um ficou internado no CTI e os outros em setores do hospital. Outras quatro pessoas, com ferimentos menos graves foram atendidas na Unidade de Pronto Atendimento do Guató, porque o hospital não suportava tantos pacientes.

Irresponsabilidade - Como uma cidade boliviana promove rally sem segurança alguma, sabendo que o hospital de lá não tem condições de atender casos graves? É fácil deixar pacientes no Brasil, usar o CTI, pedir socorro aos médicos que estavam em seu descanso em casa, usar medicamentos e leitos  que muitas vezes faltam à população corumbaense. É muito complicado uma ambulância estrangeira atravessar a fronteira, trazer pacientes graves e deixá-los no hospital que só funciona através de repasses de impostos de brasileiros. Aliás, repasses que são insuficientes para atender a própria população brasileira, imagina a estrangeira.

Sem contrapartida - O presidente Evo Morales nunca se pronunciou quanto a essas questões que acontecem na região de fronteira da nação que ele governa. O consulado também nunca se pronunciou, nem os governantes das cidades bolivianas comentam nada sobre o assunto, nem têm a iniciativa de começar um diálogo para ajudar com repasses financeiros o hospital brasileiro.

E os brasileiros? - E se chegasse um corumbaense em estado grave precisando do CTI? E se um acidente de carro em Ladário deixasse uma criança em estado grave? No sábado,  estavam quase ao mesmo tempo três bolivianos em processos cirúrgicos dentro da Santa Casa. Negar socorro? Nunca, mas não é justo.

Solução - Já que o Brasil é obrigado a atender situações como a que aconteceu no sábado, por que o Governo Federal não começa a ter um olhar diferenciado para os hospitais de fronteira? É necessário aumento de repasses urgente, ampliação de quadro de funcionários, abastecimento maior de remédios, insumos para cirurgias, aumento de leitos, ampliação de CTI, etc. O que não dá é para achar que está tudo bem nesse relacionamento em que só quem sai no prejuízo é o lado brasileiro.

 

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