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Surreal

Da Redação em 11 de Maio de 2016

Era pra ser um treino, virou caso de polícia - Era para ser só um treinamento para testar a segurança. Mas, virou caso de polícia. O roteiro era simples. Num plano hipotético, a transportadora de valores seria invadida por ladrões e a PM cercaria o prédio e negociaria até a rendição dos falsos bandidos. Seria avaliado também o tempo-resposta da PM do quartel até o local onde a ação estava em andamento. No papel tudo bonitinho, certinho e devidamente comunicado à força de segurança.

Só que - Na prática a teoria foi outra e aconteceu o que todo mundo já sabe. A rua de acesso à empresa de logística de transporte de valores foi interditada e o tiro comeu solto. Foi tiro real. Os áudios que circularam no WhatsApp, com uma velocidade absurda, remetia a um cenário de guerra. Pelos celulares, o som dos tiros, de fuzil, assustava.

Exercício de tiro real - Se, assustava quem tomava conhecimento da situação, pelo celular, imagina aqueles que moram na vizinhança do local que tinha sua segurança testada. Foi um momento de medo, horror, tensão e preocupação. Um susto gigantesco. Tiro real cruzando o céu na frente da casa durante um treinamento. Tudo isso por volta das sete e meia da noite, horário em que muita gente está chegando em casa após um cansativo dia de trabalho.

Responsabilizar quem? - Esses tiros podiam ter cruzado uma janela e acertado alguém. Quem seria responsabilizado por isso? Mas, foi só um treinamento e felizmente essa tragédia não aconteceu. Porém, algo podia ter acontecido porque ninguém foi avisado. Morador algum da área foi informado que naquele dia, naquela hora seria realizado um treinamento para testar a segurança de uma empresa que faz o transporte de vultosas quantias em dinheiro. Pelo menos o comando da PM foi comunicado.

PM reconheceu erro - Essa mesma PM reconheceu o erro dela. O Comando da corporação em Corumbá assumiu que houve a falha de disparar tiros com munição real no exercício simulado e vai apurar os motivos que levaram a esse erro. Fez a "mea culpa", da parte que lhe coube nesse treinamento, que sinceramente, não pode ser classificado como bem sucedido, por conta do susto que instaurou aos moradores daquela região da cidade.

Transportadora em silêncio - Reconhecida a falha pela Polícia Militar, agora a Polícia Civil vai investigar todo o caso. Mas, o que estranha é o silêncio da empresa que promovia o teste de segurança. Da noite da segunda-feira até o final da tarde da terça-feira o silêncio imperou e nada foi dito. E olha que este Diário procurou a transportadora e foi informado que a supervisão da companhia na cidade não iria se pronunciar. A Imprensa não ser atendida tudo bem, é até uma situação que infelizmente é recorrente no cotidiano da busca pela informação. Mas, a cidade e seus moradores mereciam uma resposta sobre o que aconteceu.

Surreal - O lamentável episódio acabou gerando comentários dos mais variados nas redes sociais e no aplicativo WhatsApp. Até o pouso técnico de um avião que veio do Peru transportando paciente para São Paulo, entrou na cadeia de boatos. Houve relatos surreais. É verdade que as redes sociais e a internet têm possibilitado o estreitamento de distâncias que, antes, pareciam inacessíveis. No entanto, uma informação falsa compartilhada na web pode trazer consequências graves e até mesmo ser considerada crime. Por isso, se atente à veracidade da informação antes de sair compartilhando qualquer coisa.

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