PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Carência nacional

Da Redação em 20 de Abril de 2016

Proposta - Seis senadores resolveram se unir para apresentar  uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que deverá seguir em paralelo ao rito do impeachment. A sugestão do grupo é que nova eleição presidencial seja realizada em outubro. Isso porque temem que o vice-presidente, que assumirá o cargo caso Dilma Rousseff seja afastada, não consiga resolver os problemas do país.

Apoio necessário - Nesta quarta-feira (20), o grupo começa a recolher as 27 assinaturas necessárias para que a PEC comece a tramitar. Para conseguir apoio no Congresso, a estratégia dos senadores é dialogar com todos os partidos políticos, incluindo o PT. O objetivo é fazer nova eleição para que o novo presidente comece a exercer sua função ano que vem, com quatro anos de mandato, ou cumpra seis anos, para emendar nas eleições de 2022.

Vice tem prioridade - A PEC parece interessante, mas, de acordo com a lei, se afastada completamente do cargo, a presidente fica inelegível por oito anos e seu vice assume até o final do mandato, em 2018. Embora Michel Temer já tenha sido citado por dois delatores na Operação Lava Jato, ele foi eleito junto com a presidente e deve exercer seu cargo até o fim, isso se também não for impedido.

Do que adianta? - A justificativa dos senadores para sugerirem a PEC é de que a população não está satisfeita com o político que assumirá a liderança do Brasil, caso Dilma perca seu mandato. No entanto, do que vai adiantar uma eleição às pressas, em outubro, se o povo ainda tiver com a mesma mentalidade? O pensamento de vender voto e eleger sempre os mesmos?

Carência nacional - O Brasil carece de novas lideranças políticas. Um candidato novo que estava despontando no país era Eduardo Campos, que tinha aprovação de mais de 70% dos pernambucanos e chamava atenção dos eleitores de várias partes do país por causa da guinada que Pernambuco deu durante seu governo. No entanto, depois de morto em acidente, seu nome foi citado na Operação Lava Jato.

Mais diálogo - Precisamos de novos líderes que estejam atentos aos interesses da população, que não enxerguem o Brasil dividido, mas que mantenham unida esta nação de tamanho continental. Precisamos de uma liderança limpa, sem envolvimento em escândalos criminosos, com propinas, chantagens, mensalões, que saiba ouvir e dialogar, que volte a manter relações diplomáticas e estratégicas com o mundo desenvolvido e forme parcerias com os emergentes que possam fazer o Brasil crescer.

Novos exemplos - Não existe mais em quem se espelhar. Os jovens que leem hoje sobre política estão sem líderes, eles carecem de alguém que surja e feche esta lacuna. Mas a situação é complicada porque aqueles que entram na política limpos, com a melhor das intenções, ou se envolvem na política do toma lá dá cá, ou ficam para trás, isolados. Quantos deputados não existem no país com boas ideias, mas que não são aprovadas pelo Congresso por não fazerem parte da “patotinha” maquiavélica? Isso não existe apenas em nível federal. Nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras de Vereadores ocorre o mesmo.

Impeachment no Senado - Enquanto isso, segue o processo de impeachment no Senado. Primeiro, chapa única deverá ser escolhida com senadores. As indicações devem respeitar o tamanho das bancadas de cada partido, ou seja, siglas com mais senadores (PMDB, PT e PSDB) têm direito a um maior número de integrantes na comissão. Depois, haverá prazo de 48 horas para escolha do presidente da chapa. O relator terá 10 dias para oferecer parecer favorável ou não ao impeachment. Depois de lido, após 48 horas, o documento será votado. A previsão da votação é para 10 ou 11 de maio.

PUBLICIDADE