Da Redação em 11 de Abril de 2016
Salário menor para vereadores - Mobilização popular em pelo menos cinquenta cidades do Rio Grande do Sul conseguiu a redução dos salários dos vereadores. A iniciativa é bastante interessante e merece ser seguida pela população das demais cidades brasileiras. Temos mais de 5.500 municípios no país e uma população que supera os 200 milhões de habitantes no Brasil. São mais de 50 mil vereadores. Imagina o tamanho da pressão se em cada cidade do nosso continental país a população se mobilizasse pela redução do salário dos nobilíssimos ocupantes das Câmaras Municipais. O resultado seria redução salarial na certa.
Mobilização reduziu salários - Voltando aos exemplos gaúchos. Na cidade de Caçapava do Sul, a população se mobilizou e coletou 3.700 assinaturas pedindo a redução dos salários dos 11 vereadores de R$ 5.709 para R$ 2.135, que é o mesmo valor pago aos professores daquele município. Em Três Cachoeiras, a pressão popular fez com que os vereadores reduzissem os salários de R$ 4.300 para um salário mínimo (R$ 880) o valor a ser pago aos parlamentares a partir de 2017, ano em que assume a nova legislatura.
Vereadores aproveitaram descuido popular - A mobilização deu certo. Só que os vereadores daquelas cidades aproveitaram o descuido da população, que relaxou a pressão e fiscalização sobre os Legislativos Municipais. Em Caçapava do Sul, antes de a proposta popular ingressar na Câmara, os vereadores congelaram os próprios salários e arquivaram a proposição popular. Em Três Cachoeiras, depois da redução para um salário mínimo, elevaram para R$ 3.500.
Eleitores se sentem enganados - Nos dois casos, as populações – eleitores – se sentiram enganados pelos vereadores, que por definição legal são eleitos para representar a população e defender os direitos dela. É bom lembrar: os vereadores devem trabalhar em função da melhoria da qualidade de vida da população, elaborando leis, recebendo o povo, atendendo às reivindicações e por aí vai.
Não reeleger ninguém - Com o sentimento de frustração e pela traição dos parlamentares, naquelas cidades gaúchas, a população já começa a se mobilizar visando as eleições de outubro deste ano. Agora, o objetivo é não reeleger nenhum parlamentar da atual legislatura ou que a reeleição seja a menor possível nas Câmaras Municipais. Dois bons exemplos a serem seguidos: mobilizar para reduzir salário de vereador e mobilizar para não reeleger nenhum vereador em outubro deste ano.
Vereador ganha 10 mil por mês em Corumbá - Em Corumbá, a Câmara Municipal de Vereadores tem 15 parlamentares. O salário bruto de cada um deles, segundo o site Brasil Transparente – que por lei é vinculado ao site da própria Câmara Municipal para garantir ao cidadão o acesso à informação acerca da gestão do dinheiro público – é de R$ 10 mil por mês. Mensalmente, são R$ 150 mil brutos destinados ao pagamento dos nossos parlamentares.
Câmara de Corumbá nas trevas - A população pode acompanhar os gastos da Câmara Municipal de Corumbá através do site Brasil Transparente. É uma excelente ferramenta para saber como o dinheiro público é aplicado por aquela casa de leis. O problema é que a atualização do site parou em fevereiro e já estamos e abril. Faltando menos de dez dias para liberação dos salários deste mês do legislativo corumbaense até o fim de semana, não havia qualquer informação referente a março deste ano acerca de salários de vereadores, de funcionários efetivos e comissionados ou referentes ao pagamento de diárias no terceiro mês do ano. Nossa Câmara parece viver num período de trevas, que, aliás, deve ser conveniente para quem a administra.
Só para te lembrar - Para refrescar sua memória, caríssimo leitor, este Diário volta a lembrar que em fevereiro passado, a receita da Câmara de Corumbá, proveniente do duodécimo mensal repassado pela Prefeitura, foi de R$ 1.322.516,25 e a folha de pagamento teve valor bruto de R$ 875.430,46. Desse total, o Legislativo gastou R$ 503.414,26 líquidos com o pagamento dos mais de 170 comissionados que mantinha em seus quadros naquele mês Momesco.
Tem gente que iria tremer - Já pensou, dileto leitor, se a população de Corumbá começasse a lotar o plenário da Casa do Barão de Vila Maria todas as segundas e terças-feiras – das 18h às 20h – quando acontecem as sessões ordinárias para saber o que nossos vereadores estão fazendo, além de “bater boca” entre si? Se a população se mobilizasse pela redução dos salários dos vereadores e também iniciasse uma campanha para que nenhum dos 15 que lá estão conquistasse a reeleição? Seria uma imensa pressão e demonstração de insatisfação do eleitor. Sinceramente, o presidente do Legislativo que disse ter “votos garantidos, independente de jornal, de dono de jornal querer falar mal”, iria tremer na base.
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