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Podia dar quebra de decoro

Da Redação em 07 de Abril de 2016

Nada republicanos

Se tem algo comum na Câmara de Vereadores de Corumbá é a discussão entre os parlamentares. Se a discussão fosse republicana, se limitasse ao debate de ideias, defesa de um posicionamento político ou de uma ideologia, seria perfeito. Mas não é bem assim não. O nível é de bate-boca mesmo, daqueles que quem assiste se assusta e pensa que se aquela troca de ofensas aconteceu numa sessão ordinária, destinada a deliberar questões importantes para o Município, o caminho correto seria punir com quebra de decoro parlamentar.


Podia dar quebra de decoro

Só que também não é assim. Se esse tipo de bate-boca, regado a ofensas e xingamentos pessoais em plenário motivasse quebra de decoro, provavelmente sobrariam poucos parlamentares naquela Casa de Leis. Afinal, as discussões sempre tiveram a mesma origem parlamentar, que, aliás, já disparou fogo para todas as direções possíveis do plenário da Casa do Barão de Vila Maria.


Bate-boca, quebra-pau

O bate-boca, que mais se assemelhou a um quebra-pau ocorrido na sessão da última terça-feira, 05 de abril, envolvendo dois vereadores, certamente não será o último. Ainda veremos e teremos muitos outros ao longo deste último ano da atual legislatura. Até porque, a cada dia que passa, as eleições se aproximam e quem começar a sentir que está perdendo a “boquinha” vai querer partir para o xingamento aos pares em plenário. Ainda vamos ouvir falar muito que a sessão teve de ser interrompida por 10 minutos – como a do dia 05 de abril – para apaziguar os ânimos.


Pode ser encenação

Embora seja comum o quebra-pau entre os vereadores, o eleitor tem que saber que essa atitude cênica, feita justamente para atrair holofotes para eles, muitas vezes é uma encenação barata para impressionar. Afinal, logo depois, é comum sim, flagrar muitos deles conversando e rindo pelos corredores depois da acalorada discussão.


Barbas de molho

Aliás, esse tipo de comportamento pode custar caro àqueles que vão buscar a reeleição na eleição municipal deste ano. Bafões, gritaria, atitudes de “coronel” e a afirmação de que “já tenho votos garantidos” podem desagregar apoio. Sem contar que vem uma safra de novos candidatos que deve dar muito trabalho aos atuais detentores de mandato. É só conferir depois...


Crise é “induzida”

Com mestrado e doutorado em sociologia, escolhido pela presidente Dilma Rousseff em abril de 2015 para presidir o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), Jessé de Souza afirma que a atual crise política brasileira é “induzida” por uma “seleta elite econômica que busca demonizar a política e o Estado”.


Compra de “elites”

Jessé, que é graduado em Direito pela Universidade de Brasília, defendeu seu argumento durante programa da TV Brasil afirmando que essa “seleta elite” tem o objetivo de tornar “invisível” sua própria corrupção. Ela compra outras elites, parte dos políticos e da mídia para conseguir seu intento.


Sobre dinheiro

O presidente do Ipea afirmou na entrevista televisiva que a crise política é, na verdade, uma “crise sobre dinheiro”. Para ele, os conservadores têm “medo” de competir com classes vindas da escala mais baixa da sociedade e acionam a “bandeira” dos discursos de combate à corrupção. Jessé ressaltou que se a “bandeira” fosse verdadeira, haveria diálogo sobre nova estrutura do Estado e as relações dele com a economia. Será isso mesmo?