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Evo Morales assina contrato com chineses para retomar projeto siderúrgico de Mutún

Da Redação em 30 de Março de 2016

O governo boliviano assinou nesta quarta-feira, 30 de março, contrato com a empresa chinesa Sinosteel Equipment Engineering para exploração do complexo siderúrgico de Mutún, localizado na cidade de Puerto Suárez, na zona de fronteira com Corumbá. Segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI), o acordo foi assinado pelo presidente Evo Morales, que esteve na província de Germán Busch. Calcula-se que a morraria de Mutún – com 65 quilômetros de extensão – tenha cerca de 40 bilhões de toneladas de minerais diversos, principalmente ferro.

 "Eles (Sinosteel) vão instalar a planta siderúrgica em dois anos e meio. Nos entregarão a empresa e nos acompanharão por um ano na gestão da nossa indústria do ferro. Terminado o contrato, eles se vão e esta indústria de ferro será dos bolivianos, para os bolivianos e administrada pelos bolivianos ", disse Morales ao discursar durante a solenidade realizada em Puerto Suárez.

O projeto prevê investimento de 422 milhões de dólares financiados por um empréstimo da China (85%) e do governo boliviano (15%) para a instalação do complexo siderúrgico em 30 meses. O complexo siderúrgico, após sua entrada em operação, irá processar 650 mil toneladas de minério bruto para produzir cerca de 150 mil toneladas anuais de aço para o mercado interno a partir de 2018, além de 250 mil toneladas de ferro-esponja. Para a execução do projeto para uma empresa internacional também foi contratada para realizar o monitoramento e certificação de construção, instalação e operação do polo.

Fuad Landívar/El Deber

Presidente Evo Morales participou da solenidade que retomou projeto de siderurgia em Puerto Suárez

 Após a conclusão do polo, a Sinosteel vai operar um ano para ajustar os padrões de qualidade do processo integrado de processamento do ferro e produção do aço. O contrato firmado ontem ainda inclui a formação de pessoal técnico boliviano na Universidade de Pequim.

O ministro de Minas e Metalurgia, Cesar Navarro, disse que a retomada do polo siderúrgico da província de Gérman Busch – onde estão localizadas as cidades bolivianas de Puerto Suárez e Puerto Quijarro – vai não apenas acordar um “gigante adormecido”, mas permitir o desenvolvimento de “todo o ciclo da cadeia produtiva do entorno de Mutún".

O processo para implantação do polo siderúrgico de Mutún se arrasta há alguns anos. Em 1º de junho de 2006, o governo da Bolívia declarou a companhia indiana Jindall Steel & Power como a vencedora da licitação que garantia o direito de exploração das jazidas de minério de ferro e manganês do maciço. Em maio de 2012, a empresa abandonou o projeto siderúrgico.

Governo boliviano quer cumprimento de quatro normas

A chinesa Sinosteel deverá atender pelo menos quatro situações para colocar em funcionamento a planta siderúrgica de Mutún. De acordo com a Agência Boliviana de Informação (ABI), o contrato traz como primeira condicionante  a garantia da operação de uma fábrica produzindo aço laminado e vergalhões.

Outra condição a ser cumprida pelos chineses é que o polo siderúrgico produza aço com qualidade ISO, ou seja, que tenha elevado nível de competitividade que permita concorrer no mercado internacional com produção de países como Brasil, Argentina ou Peru.

O contrato ainda estabelece que a empresa certifique a produção e contrate uma auditoria para atestar todo o processo, desde a construção até a entrega. Por fim, os técnicos da Sinosteel deverão ficar um ano no país para assegurar o normal funcionamento e produção da planta. A construção da usina Siderúrgica Mutún deverá durar dois anos e meio (30 meses).

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