Rosana Nunes em 08 de Setembro de 2015
O primeiro deles será desenvolvido por uma empresa chinesa, ainda a ser definida. Prevê a implantação – por etapas – da indústria siderúrgica naquele país. O segundo pilar quer reforçar a logística para impulsionar a "mineração em larga escala" com objetivo de cobrir 60% da demanda interna de aço laminado e não laminado, disse o gerente do ESM, Alberto Padilla.
De acordo com a ABI, o Plano Siderúrgico Nacional será implantado em três fases. A primeira estabelece o desenvolvimento de uma planta de concentração, a outra de pelotização e a terceira etapa será a de redução direta, além da instalação de uma usina siderúrgica com processo para produzir 150 mil toneladas de aço laminado não-plano usado no setor de construção civil (pontes ou edifícios), disse o gerente do ESM.
"A única maneira de Mutún ser uma empresa de verdade é industrializando o minério com a implantação de unidades de produção", afirmou Alberto Padilla. Ele disse ainda que o projeto será financiado através de um empréstimo da China, orçado em mais de 400 milhões de dólares.
Estimativas da empresa dão conta de que com a produção prevista, a Bolívia vai economizar mais de 230 milhões de dólares por ano, porque não necessitará importar o aço laminado do Brasil e Peru, como faz atualmente.
Empréstimo para bancar os atrasados
Por outro lado, um empréstimo de aproximadamente 2 milhões de bolivianos feito à ESM pela Corporação de Mineração da Bolívia (Comibol) está em negociação para que possam ser pagos os salários atrasados devidos aos servidores da estatal que gerencia a planta de Mutún.
Trabalhadores da ESM chegaram a bloquear a estrada para Puerto Suárez, na fronteira com o Brasil, exigindo o pagamento. Os vencimentos não são pagos há mais de três meses. A produção está paralisada desde 28 de julho. Segundo o gerente da ESM, a empresa tem atualmente 94 funcionários e se autofinancia através da venda de ferro. Ela não recebe recursos extras do Estado. A queda dos preços do minério no mercado internacional afetou a receita. A ESM tem, atualmente, estoque de 450 mil toneladas de ferro para vender aos mercados estrangeiros.
Desde 2013, a Empresa Siderúrgica de Mutún vendeu 45.650 toneladas de ferro, que geraram recursos de aproximadamente 6,4 milhões de bolivianos. Esse rendimento teria permitido o autofinanciamento de suas operações. Calcula-se que Mutún tenha cerca de 40 bilhões de toneladas de minerais diversos, principalmente ferro.
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