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Ex-bairro esquecido, Seac ganha creche, escola, igreja e mais asfalto

Nelson Urt - Agência Navepress em 02 de Setembro de 2015

Fotos:Agência Navepress

Na rua Pedro Felicidade, no Seac, asfalto vai passar em frente à casa de BrÍgida e Heleno, e chegar até a porta da nova creche

O conjunto Seac foi criado em 1989 e durante mais de duas décadas permaneceu estagnado, embora todas as administrações que passaram pela Prefeitura de Ladário reconhecessem que precisava de melhorias urgentes como vias de acesso, galerias pluviais para evitar as enchentes em temporadas de chuvas, sistema de esgoto e água encanada. As reformas só começaram em 2009, vinte anos depois.

Parte da nova história da cidade que cresceu, avançou além dos trilhos e completa 237 anos de fundação com 21.860 habitantes, de acordo com recente estimativa do IBGE, o bairro Seac recebeu iluminação pública, um posto da Guarda Municipal, galerias e asfalto em duas de suas principais artérias, as ruas Mestre Leopoldino e Tiradentes. Uma Unidade de Estratégia da Saúde foi construída na entrada do conjunto. Ao lado, foi erguida a nova Igreja de São José, um antigo sonho da comunidade católica de Ladário. O bairro, habitado por famílias de baixa renda, é vizinho dos prédios da Marinha.

Construído neste ano no Seac com recursos da Prefeitura, o prédio da Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental Irmã Régula já está pronto e deve iniciar aulas em 2016. Até o final deste ano, a rua Pedro Felicidade, que faz conexão com essa escola, receberá asfalto. Com a pavimentação, o ônibus da Viação Canarinho que só vai até o Posto de Saúde poderá enfim atender aos moradores no interior do conjunto. “A chegada do asfalto e a vinda do ônibus vai facilitar bastante a vida da gente, que já tem uma certa idade e cansa muito de andar a pé”, afirmou dona Brígida Castelo, de 68 anos, ao lado do marido Heleno Soares, de 78.

Moradores da rua Pedro Felicidade, Brígida e Heleno, com seis filhos e dez netos, são do tempo em que o bairro vivia às escuras, e o acesso às residências, em temporada de chuvas, era muito complicado. “Agora construíram uma galeria que passa por trás da nossa casa e que escoa a água da chuva lá pra baixo, melhorou bastante”, contou Brígida, que ainda possui um sítio no Taquari, mas passa a maior parte do tempo na cidade. “Lá para o Pantanal está quase tudo seco, está difícil de viver”, acrescentou.

Máquina trabalha na rua Pedro Felicidade, no Seac, para entregar via asfaltada antes do final do ano aos moradores

Para Lauriane Figueiredo, há 18 anos no bairro, o Seac ainda carece de mais segurança. “Estamos tendo assaltos durante o dia, não existe mais aquela tranquilidade para caminhar pelo bairro, e a viatura da Polícia Militar só passa de vez em quando por aqui”, reclamou. O hábito dos moradores de manterem as portas abertas durante o dia e se sentar à frente das casas ainda permanece, segundo ela. “É um costume que queremos manter, mas para isso é preciso ter mais policiamento também”.

O prefeito José Antonio disse que um dos seus maiores orgulhos foi a recuperação do bairro Seac, onde vivem hoje cerca de 3 mil moradores. “Era um bairro sem iluminação e acesso, em que nem a polícia conseguia entrar, mas que hoje conta com toda a infraestrutura”, comparou. O conjunto Seac faz parte do bairro Boa Esperança, que inclui também o conjunto José Fragelli e o Mutirão.

De acordo como secretário de Obras e Serviços Públicos, Roberto Guimarães, o Seac também deve ser beneficiado pela reforma da praça de esportes, que inclui uma quadra e campo de futebol na entrada do bairro. “E para a rua Mestre Ari existe projeto para pavimentação”, acrescentou. “Com a crise, fomos obrigados a reduzir o ritmo das obras, mas todos os projetos estão mantidos”, garantiu.

Mais de 7 mil pessoas passam pelo Pronto Atendimento

Fica no Seac a única Estratégia da Saúde da Família do município com sede própria. Outras seis estão em atividade em outros bairros e mais três novas unidades de Saúde em construção nos bairros Almirante Tamandaré, Nova Aliança e Alta Floresta. A Prefeitura mantém sete equipes médicas plantonistas e gasta R$ 89 mil mensais, mais de R$ 1 milhão anuais, para manter o Pronto Atendimento, vinculado à Policlínica de Saúde, no Centro. Em 2014, passaram 7.600 pessoas pelo Pronto Atendimento. “Ao todo, 90% dos casos são resolvidos aqui, com médicos, conforto, evitando que as pessoas se locomovam até Corumbá, e desafogando o sistema de saúde da Santa Casa”, afirmou o prefeito José Antonio.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde, o teto financeiro repassado pelos governos federal e estadual para cobrir as despesas ambulatoriais e hospitalares de Ladário em Corumbá chegou a R$ 5,5 milhões em 30 meses, de 2011 a 2013. O teto financeiro repassado em nome de Ladário ao Fundo Municipal de Saúde de Corumbá é de R$ 1,3 milhão anual, de acordo com o secretário de Saúde, Cleber Colleone.

Ocorre no momento um impasse na Justiça. Além desse repasse, a Promotoria cobra da Prefeitura de Ladário parcelas de R$ 20 mil mensais correspondentes a um antigo acordo com a Junta de Intervenção da Santa Casa. Eram R$ 70 mil do governo do Estado, R$ 50 mil de Corumbá e R$ 20 mil de Ladário, pelo prazo de 24 meses, como forma de amenizar a crise financeira do Hospital. Após dois anos de intervenção, o repasse foi suspenso. Ladário considera justo investir R$ 89 mil mensais em recursos no seu próprio Pronto Atendimento. 

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