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Clube ensina a jovens regras de escoteiros e resgata antigos valores morais

Caline Galvão em 22 de Julho de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Em todo o mundo há mais de 90 mil clubes de desbravadores espalhados por mais de 160 países

Ao som de antigo hino, dezenas de jovens do Clube dos Desbravadores Formigas cantam com vigor e iniciam suas atividades no sábado à tarde. Com características que lembram os escoteiros, o clube reúne cerca de 50 jovens, a partir dos 10 anos de idade, para atividades que envolvem mente,  fé e atividades físicas. Promovido pela Igreja Adventista do 7º Dia, localizada no bairro Dom Bosco, em frente ao Campo do Roseiral, o projeto tem cerca de cinco anos de existência e atrai jovens que fazem parte ou não da igreja.

“O clube é uma ferramenta que auxilia pais de juvenis a partir dos 10 anos de idade no crescimento físico, mental e espiritual. Não tem idade limite, só idade mínima, que é de 10 anos. O clube é patrocinado pela Igreja Adventista, porém, não é necessário fazer parte da igreja para participar”, explicou Jeferson Braga, diretor do Clube de Desbravadores Formigas. Ele afirmou que as atividades desenvolvidas no clube auxiliam muitos pais dentro de casa, por isso as atividades atraem também crianças e adolescentes que não fazem parte da igreja.

Os clubes de desbravadores existem oficialmente desde 1950 e surgiram nos Estados Unidos. É um projeto desenvolvido pelas Igrejas Adventistas e está presente em mais de 160 países. Tem hoje mais de 90 mil sedes e conta com mais de dois milhões de participantes. Em Corumbá, existem dez clubes de desbravadores, todos com nomes específicos, que trabalham incisivamente a disciplina e organização, além de princípios de liderança.

O primeiro clube em Corumbá iniciou suas atividades há aproximadamente 30 anos. O hino cantado pelos clubes brasileiros foi criado por Henry Berg, um dos fundadores do clube dos desbravadores nos Estados Unidos, foi traduzido e trazido para o Brasil. “Surge sempre no coração de um jovem da igreja e decide dar mais dinamismo às atividades e monta um clube dos desbravadores baseado em todo regulamento que já existe, manual administrativo, manual de uniforme e outros manuais que existem para dar base à existência do clube”, afirmou Braga.

“É uma atividade interessante. Principalmente quando se fala em disciplina e organização, crianças que participam de outras igrejas acabam se inscrevendo porque gostam dessa coisa de estar em meio à natureza, ser organizado, aprendendo coisas que os pais aprenderam antigamente, tem até oficinas”, afirmou Jeferson Braga. Há oficinas onde são ensinados a fazerem brinquedos de forma artesanal, oficinas de pipa. “Brincadeiras antigas que hoje se perderam devido à tecnologia, mas que a gente acaba incentivando e fomentando eles a praticarem”, completou. Eles aprendem também sobre regras de caminhada segura, o que fazer quando estiver perdido na mata e assuntos referentes ao escotismo.

Os clubes oferecem atividades reflexivas e de contato com a natureza, como trilhas e acampamentos

Como funciona o clube

O clube Formigas se reúne todos os sábados às 16h para atividades de ensino de Bíblia e de comportamento. Durante duas horas, os jovens ouvem palestras e fazem estudos, é o momento onde são ensinados valores cristãos como respeito aos pais, aos professores, aos mais velhos, na tentativa de resgatar os antigos valores morais esquecidos nos dias de hoje.

Aos domingos, o clube funciona das 09h às 11h30, onde são desenvolvidas atividades físicas, como trilha, caminhada, rapel. “A gente faz passeios em meio à natureza, a parte máxima que a gente alcança é o acampamento”, explicou Jeferson Braga. Lá eles conseguem ensinar sobre como fazer fogueiras, nós e amarras, e os acampantes dormem em barracas. Os acampamentos ocorrem duas vezes ao ano, uma vez um junho e outra em novembro, quando são envolvidos os dez clubes da cidade. Esse grande acampamento se chama Campori.

No clube, há 50 pessoas cadastradas, são todos segurados e têm ficha de inscrição preenchida. O primeiro semestre foi encerrado no acampamento e dia 1º de agosto começam as atividades do segundo semestre. “Eles eram para estar de férias, mas como gostam muito, a gente não deu férias e os antigos estão continuando as atividades. No dia 1º de agosto começa nova agenda e a gente vai fazer várias atividades”, comentou Braga. Se a pessoa quiser se inscrever, é só procurar a Igreja Adventista do bairro Dom Bosco, em frente ao Campo do Roseiral, aos sábados às 16h e aos domingos às 09h, ela já sai com ficha de inscrição para depois realizar as atividades.

Quandoa criança entra no clube, ela passa por uma prova sobre a história dos desbravadores. “Se a criança tirar a nota mínima de 7,0, ela é admitida, ganha um lenço amarelo que a gente usa no pescoço e depois ela está apta a cumprir as classes regulares, que são seis. Se ela entra com 10 anos, quando ela fizer 15 ou 16 anos, vai estar terminando as classes e se torna oficialmente um líder dos desbravadores”, frisou.

Promovidos por igrejas adventistas, podem integrar-se aos clubes jovens a partir de 10 anos e de qualquer religião

Clube trabalha com doações e promoções

O Clube dos Desbravadores trabalha 100% com promoções e doações. A liderança da Adventista paga uma mensalidade para o clube angariar fundos para comprar uniformes. Há uniforme de gala e de atividades comuns. Cada clube tem uma diretoria, onde tem o diretor, os diretores associados, que na ausência do diretor assumem o clube; há o capelão que cuida da parte espiritual, tesoureiro e dentro das unidades em cada clube também tem os líderes. “Nosso clube tem cinco unidades e tem o conselheiro, que é um jovem maior de 16 anos que lidera a unidade com ajuda de um capitão, que é o próprio desbravador, que tem entre 10 e 15 anos. A partir dos 15, ele é considerado líder dentro do clube”, esclareceu Jeferson Braga. O capitão usa uma bandeira que indica que ele é o líder dentro da unidade.

Há quatro anos no clube, Arielli de Oliveira Silva, de 16 anos, se sentiu atraída a entrar no grupo depois de perceber que o clube oferecia diversas atividades de seu interesse, como acampamentos, trilhas, viagens ao longo do ano, atividades de escotismo, como aprender a fazer nós em cordas e fogueira. “Também aprendi muito da Bíblia, e isso fortifica cada vez mais”, comentou Arielli, que é adventista. Moradora do Maria Leite, ela afirma que as aulas aos sábados são “muito interessantes, principalmente para quem já é da igreja porque aprende muito mais de uma forma interessante, não é algo chato”. Para quem não faz parte da igreja, a jovem acredita ser também interessante porque “é uma forma de você aprender sobre o amor de Deus”.

Gabriel Conceição, que não é adventista, faz parte do clube há três anos. “Eu vi que não adiantava ficar por aí a toa como muitas crianças ficam, então recebi um convite de uma amiga minha para ir ao acampamento. Achei muito interessante, depois ela pediu para que fosse visitar o clube e eu fui. Dessa visita estou aqui até hoje”, contou. O estudante de 18 anos explica que gosta do clube porque as atividades envolvem o físico, o mental e o espiritual. “Eu já era de outra igreja, então eu achei muito legal tudo que é realizado. As trilhas, evangelização na rua, limpeza do bairro, foram coisas que me atraíram”, concluiu. O jovem é morador do bairro Dom Bosco.

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