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Após destruição de sede da Polícia, Governo envia comandante para solucionar conflito

Da Redação em 13 de Novembro de 2014

Vai ser sepultado na manhã desta sexta-feira (14), em Puerto Quijarro, na fronteira da Bolívia com Corumbá, o corpo do comerciante, Mario Parada Ajala, de 46 anos, que morreu na quarta-feira (12) em Santa Cruz de La Sierra, onde estava internado após ser agredido por policiais bolivianos no dia 31 de outubro.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Esposa do comerciante morto diz que ele foi espancado brutalmente por policiais

De acordo com a esposa do comerciante, Yenny Justiniano Paz, de 45 anos, Mario foi socorrer um motociclista que teria sido atropelado por um policial. Ao indagar o porquê de o policial não socorrer a vítima, o homem se irritou e começou a agredir o comerciante junto com mais policiais. A casa da família de Mário fica ao lado da sede da Polícia Nacional.

“Um policial daqui atropelou um motoqueiro e não deu assistência. Meu marido viu e perguntou por que não auxiliou o rapaz. Quando vi, o policial o empurrou e começou a briga. Todos os policiais que estavam no departamento vieram e também bateram nele. Com todas as pancadas, ele teve a coluna vertebral quebrada e ficou 'arrebentado' por dentro”, contou ao Diário Corumbaense.

Levado para Santa Cruz, Mario não resistiu aos ferimentos, sofreu uma parada cardíaca e morreu na quarta-feira. Na mesma noite, quando soube da morte, um grupo de moradores se enfureceu e  ateou fogo na sede e viaturas da Polícia Nacional. As instalações ficaram destruídas e três presos fugiram. Nesta quinta-feira (13) não havia nenhum policial em Quijarro, a informação é que eles tinham se refugiado em Puerto Suárez, a poucos quilômetros de onde aconteceu a revolta.

Grupo de moradores ateou fogo em viaturas e na sede da Polícia Nacional

“Ele deixou filho e netos e preciso da ajuda de todos para que seja feita Justiça. A Polícia é  para cuidar das pessoas e não cometer crimes contra nós. Eu o levei para Santa Cruz e se ele tivesse sobrevivido a essa agressão, não andaria mais, ia precisar de cadeira de rodas. Ele era muito conhecido não só aqui, como também no Brasil. Quero dizer que nós somos seres humanos, não somos animais”, enfatizou a esposa.

Repúdio

O jornal El Deber informou em sua edição eletrônica que o comandante do Departamento de Polícia, coronel Jhonny Requena, veio para a região, com um contingente, para solucionar o conflito.

As autoridades de Puerto Quijarro disseram que reconhecem a importância do trabalho policial de proteção aos cidadãos, mas repudiaram o suposto abuso policial e respaldaram a  família de Mario. “Aceitamos que a Polícia cumpra com sua função de proteção a cidadania, mas não pode haver abuso de autoridade. Vamos  protestar para acabar com estas ações que enlutam famílias humildes”, disse o prefeito de Quijarro, Ibar Antelo, ao El Deber.

Já o presidente do Comitê Cívico, Jorge Aguilera, disse que uma equipe de advogados defende a família do comerciante e que existe um mal-estar geral entre a população. “Que a Polícia trabalhe pela segurança dos cidadãos, mas rechaçamos o que fizeram com Mario Parada”, concluiu.

Galeria: Sede da Polícia de Puerto Quijarro

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Comentários:

arivaldo paiva: Mas essa revolta trouxe o comerciante de volta???