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Ponte: situação de emergência pode agilizar liberação de recursos da União

Marcelo Fernandes em 02 de Setembro de 2014

Com a decretação de situação de emergência em Corumbá e Ladário por conta da colisão de um empurrador contra um dos pilares da ponte sobre o rio Paraguai, na região do Porto Morrinho, oficializada nesta terça-feira, 02 de setembro, a expectativa é que o processo para liberação de recursos da União para recuperação da estrutura e reconstrução do dolfin seja mais rápido.

“Houve a garantia do secretário de Obras do Estado, que esse decreto daria agilidade ao processo”, afirmou o prefeito Paulo Duarte ao Diário Corumbaense. Ele destacou que se reuniu na segunda-feira, 1º de setembro, em Campo Grande, com o secretário Edson Girotto para discutir a recuperação da ponte.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Choque causou um desnível inicial de aproximadamente 22 centímetros no lado da ponte atingido pela embarcação

De acordo com o chefe do Executivo Municipal, a decretação de situação de emergência se deve principalmente ao risco de uma nova colisão causar o isolamento terrestre de Corumbá, uma vez que a ponte da rodovia BR-262 sobre o rio Paraguai é o principal  acesso terrestre que liga o município ao restante do país.

“A reconstrução do dolfin é fundamental. Se houver um acidente mais grave, além dos riscos inerentes ao acidente, a cidade corre o risco de ficar isolada. É inadmissível que não tenha sido feita essa recuperação, esse jogo de empurra não nos interessa. Se é Estado, se é DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Falei para o secretário Girotto é que essa obra precisa ser executada, que é a construção do dolfin de proteção”, disse Duarte. Segundo ele, os “reparos” imediatos na ponte “já estão sendo providenciados” pelos órgãos competentes.

De acordo com o prefeito, “houve essa garantia e por isso decretamos situação de emergência”, que, em sua análise, ajuda a mostrar a realidade da situação para as autoridades políticas em Brasília, que muitas vezes “não conhecem” o cenário local. “Imagine Corumbá correndo o risco de ficar no isolamento com um acidente mais grave. Corumbá esperou décadas para que tivesse a ponte e agora não pode ficar à mercê desse risco”, completou Paulo Duarte.  Os decretos de situação de emergência em Corumbá e Ladário foram publicados nesta terça-feira, 02 de setembro.

Cobrança do MPF

Em nota publicada em seu site, o Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) informa que “desde 2011 o MPF cobra reparações que garantam a segurança da via”. O procurador da República Yuri Corrêa da Luz explicou que “tão logo foi informado do acidente, o Ministério Público Federal cobrou novamente da Secretaria de Estado de Obras Públicas a reparação imediata do dolfin, evitando danos futuros à ponte; e da concessionária Porto Morrinho, uma solução para os danos surgidos com o acidente”.

Segundo o MPF, “trata-se do quarto acidente envolvendo os pilares da ponte, desde sua construção. Com a colisão ocorrida na semana passada, parte do pilar P4, localizado em uma das extremidades da ponte, foi danificado, exigindo das autoridades competentes, como medida de segurança, a restrição temporária do tráfego no trecho avariado, sobretudo para os veículos de carga pesada”.

MPF cobra providências imediatas que garantam a segurança dos usuários da ponte, e que impeçam que novos acidentes

O Ministério Público Federal recomendou que Secretaria de Estado de Obras Públicas e de Transportes (SEOP) e a Concessionária Porto Morrinho “atuassem conjuntamente, e pleiteassem junto ao Ministério dos Transportes (notadamente ao Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes – DNIT) a verba necessária à reconstrução do dolfin avariado em 2011” e cobrou a adoção de “providências imediatas que garantam a segurança dos usuários da ponte, e que impeçam que novos acidentes acabem por inviabilizar a locomoção daqueles que dela dependem”.

Acidente anterior

Em 08 de maio de 2011, o empurrador Doña Carmen de bandeira paraguaia transportando 16 barcaças de farelo de soja bateu contra o pilar central da ponte. Com a colisão um vão de cerca de 20 centímetros abriu-se na estrutura da ponte e o tráfego de veículos foi interditado por questões de segurança. A cidade ficou isolada por quase seis horas. A ponte é o  acesso terrestre que liga o município ao resto do país.

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